Por que tudo precisa ser tão difícil?

14 1 0
                                    


Ela me disse: eu não sei
Mais o que eu sinto por você
Vamos dar um tempo
Um dia a gente se vê
E eu dizia: ainda é cedo
Cedo, cedo, cedo, cedo

(Legião Urbana, Ainda é cedo)
.

— Já disse que não vou - gritei, irritada.

Meri me fulminou com o olhar. Estávamos no dormitório. Tentei escapar dela, mas não consegui. Era um lugar óbvio para se esconder. Eu não queria ir a Hogsmeade, de jeito nenhum. Não queria ver Henrich e Scorpius. Henrich me parava no corredor toda vez que me via, somente para conversar sobre as disciplinas da escola. Mas eu sei o que ele está fazendo. Quer tentar chamar minha atenção de alguma forma. E Scorpius, bem, ele finge que não me vê e quando fazemos as rondas, está sempre calado e com a testa franzida. Então não quero vê-los. Seria tortura e meu sábado era sagrado demais.

— Você vai - minha amiga sibilou, seus olhar era de fúria assassina, o que me deixou receosa em recusar - Se eu tenho que aturar o Alvo, você vai aturar Henrich.

Bufei, irritada.

— Por que não admite que gosta do Alvo? Meu primo não é tão ruim assim.

Ela deu uma risada sarcástica, mas desafinou no final.

— Nem morta, Rose. Nem que eu estivesse sobre uma poção do amor. Nunca vou gostar dele.

Levanto da cama, analisando o olhar dela. Parece receosa.

— Muito bem, você venceu - ela faz uma dancinha da vitória - Mas vai ter que me falar a real. Por que está tão irritada com Al?

Ela para e engole seco. Desvia o olhar para janela.

— Seu primo é igual a todos os caras, Rose. Nunca vai saber levar a alguém a sério.

Eu não poderia discordar, mas Alvo parecia realmente gostar de Meri. Nunca mais o vi sair com ninguém e as garotas que gostam dele parecem bem irritadas. Sempre me perguntam se ele está namorando. O que é bem irritante.

— Ok, mas acho que Alvo realmente gosta de você.

Ela revira os olhos.

— Vá se arrumar, que estou sem paciência para essa conversa - Meri diz, em tom ácido.

Dou de ombros e coloco uma roupa discreta. Vou toda de preto. Meu sobretudo vai até o joelho e estou usando um coturno de cano baixo. Amarrei o cabelo em um coque e não passei maquiagem.

— Você não vai assim, Rose - minha amiga ralha comigo - Você está sóbria demais. Parece que está detestando sair...

— E estou mesmo - eu interrompo, lhe oferecendo um sorriso irônico.

Ela suspira e caminha até sua cama e abre seu baú. Tira uma nécessaire e volta até a minha cama.

— Sente – ela ordena.

Eu reviro os olhos.

— Não vai me maquiar, Meri, não vou ficar bonita...

— Vai sim! Agora senta aí que vou melhorar essa sua cara – ela diz, em tom de deboche.

Bufo, mas faz o que ela quer. Meri faz a maquiagem rapidamente e me olho no espelho que ela me emprestou. Fico abismada com seu talento. Ela delineou meus olhos e usou uma máscara para os cílios. Usou uma sombra rosa clarinha e passou uma base, pó e um batom vermelho mate. Eu me via mais velha do que era e realmente me deixou bonita e fiquei menos pálida.

— Tenho que admitir que você se superou - eu digo, admirando meu reflexo - Mas não pense que vou ficar feliz em estar lá. Quero distância de Henrich.

Scorose - Quase sem quererOnde histórias criam vida. Descubra agora