I saw red

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Estou esperando Rose voltar do dormitório. Combinamos que nos encontrar depois do jantar. Já faz duas semanas que vimos as memórias de David. Os dias passaram voando e a dor de Rose parece diminuir. Ela sempre vai até a entrada da floresta proibida, antes de escurecer, para ver se encontra ele ou vamos até a Casa dos Gritos. Ele não havia voltado ainda, mas tinha impressão que em breve teriamos notícias suas. Eu não era seu amigo, mas sua situação me comoveu. Não cresci em uma família fácil. Meu avô é ex comensal, meu pai também, mas todos fingem que está tudo bem. Meu avós continuam implicando com a minha educação, pois ainda não concordam com as ideias progressistas da minha mãe. Ela tem um profundo respeito por todas as criaturas mágicas, não mágicas e mestiços. Algo que causou uma ruptura entre ela e minha avó. Meu pai está tentando reconstruir sua reputação no mundo mágico. Apesar de muitos terem visto sua mudança, ele ainda é mal visto. É medibruxo e quer que eu siga o mesmo caminho, mas realmente eu não sei o que quero. Admiro muito o trabalhado que o pai se Alvo faz. Talvez eu seja um auror, tenho notas suficientes para isso.

Naquela semana meu pai conseguiu falar comigo. Tinha pedido para que eu fosse para casa no natal. Brigamos, pois eu disse que iria passar com os Potter. Era meu primeiro natal longe de casa e não queria ver meu pai. Estava irritado por ele tentar interferir na minha vida. Ele nem ao menos conseguiu sustentar seu casamento, quem dirá dizer o que tenho que fazer.

- Oi - diz Rose, saindo da sua sala comunal.

Sorrio para ela. Meu coração acelera ao ver seus cabelos soltos. Ela está linda hoje. Quero envolve-la em meus braços, mas me contenho. Não quero assusta-la. Nossa relação ter progredido muito bem e não vou me arriscar a perdê-la. Ela não lembra o que me disse na festa do Slughron, o que eu lembro a cada segundo. Temo que ela tenha fingindo por estar arrependida. Contudo, apesar disso, não vou desistir. Farei com que ela se apaixone por mim e me veja mais do que como amigo.

- Está toda arrumada - cutuco - A que se deve a ocasião?

Ela ri.

- Eu só penteie os cabelos, seu bobo - ela diz, ficando vermelha - Vamos?

Assinto e caminhamos lado a lado. Ficamos em um silêncio confortável. Seu cheiro de rosas e me envolve e me deixa inebriado. Seus passos estão sincronizados ao meu. Percorremos o caminho e não demora dez minutos para encontrarmos dois alunos fora da cama. Um sonserina e uma grifinória. Rio da ironia, pois vamos tirar pontos das nossas casas. O casal fica surpreso quando nos vê. Os dois se separam e Rose dá uma bronca neles. Os dois saem cabisbaixos e ela anota em seu relatório o ocorrido.

- Esses jovens não pensam nas consequências – ela resmunga, sem perceber.

Dou risada dela. Nós sempre fizemos coisas erradas e muitas vezes fomos pegos. Seu comentário na faz sentido.

- Não me olhe assim, Scorp – ela repreende – Eles precisam aprender a se esconder melhor e não se deixar ser vistos.

Arqueio a sobrancelha.

- O que quer dizer com isso?

Ela cora de vergonha. Parece adorável.

- Quero dizer que se não querem ser perder pontos e serem pegos, precisam encontrar um lugar privado.

- E você já fez muito disso? – provoco.

Ela baixa a cabeça, envergonhada.

- Nunca fiz isso, se quer saber. Você já?

Eu coço o queixo, tentando recordar. Infelizmente sim, mas não vou dizer isso para ela nem morto.

- Não, nunca fiz. Quer tentar?

Scorose - Quase sem quererOnde histórias criam vida. Descubra agora