Rafael aceitou, e o amigo, conduziu-o até ao andar de cima. Não sabia para aonde Osvaldo o estava a levar. Entram em uma sala que ele não se interessou em ver o número. Rafael o pôs sentando e ele começou a chorar novamente. Levou às mãos até aos olhos. E de repente sentiu mãos delicadas o abraçando por trás da cadeira.
- Você ama-me tanto assim? – Ouviu a voz dela.
Virou-se rapidamente e a viu. Não queria acreditar. com.. E abraçou-a sem conseguir pronunciar uma única palavra, e beijou-a várias vezes.
- Como, é que estás aqui, quem é aquela moça que está naquele quarto?
- Senta-te e contamos-te tudo – disse Emanuel o deixando ainda mais surpreso.Malika contou tudo desde início, Rafael cerrou os punhos várias vezes, quando ela contou o modo como foi maltratada.
- Mas, eu acho que pelo desespero, te esqueceste que Emanuel trabalha aqui, então, rapidamente o alertei – disse Osvaldo com emoção.
- E procurei ela com urgência, por sorte, o obstetra, que normalmente trata desses assuntos estava um pouco atrasado, porque se eu não a encontrasse uns minutos mais cedo. Estaria tudo acabado – continuou Emanuel.
Rafael estava incrédulo, parece ser mesmo uma história de um filme. Custava-lhe a acreditar.
- Nem sei como vos agradecer.
- Somos irmãos. Não tens do que nos agradecer. Agora vocês os dois, mantenham-se longe desse doente. Infelizmente aquela moça que confundiste com a cunhada, acabou por falecer a pouco minutos.
- Seria eu neste momento. Só Deus vos pode pagar – disse Malika agradecida.
- O que é isso cunhada? Não fizemos mais do que o nosso dever.
Malika os abraçou, e depois de mais alguns minutos combinando o que faria para livrarem-se de Gregório desceram até a recepção. Ele já não se encontrava lá. Então decidiram ir para casa descansar. Quando amanheceu. Puseram-se a caminho da empresa. Entraram de mãos dadas, e
foram até ao oitavo andar, invadindo a sala de gregório. Ele assustou-se assim que os viu, deu dois passos para trás. Eles sentaram-se, sem serem convidados.- Se algo tivesse acontecido a minha mulher e ao meu filho, garanto-te que hoje não estarias aqui, para ver o sol – disse Rafael.
- Eu não acredito, que o senhor chegou ao ponto de querer matar-me. Sabe a moça que escolheu abortar? Morreu – acrescentou Malika – como te sentirias se fosse eu no lugar dela? É claro que não sentirias nada. Não me amas. A única pessoa que foi capaz de tudo por mim, foi esse homem. Com quem o senhor felizmente obrigou-me a casar.
Ela levantou-se e pegou na mão de Rafael.
- Amor vamos – disse ela – agora, se o senhor quer continuar a infernizar-nos, está a vontade. Só nunca entendi porquê odeias-me tanto. Mas isso já não importa. Machuca-me, mas não toques no meu filho, que não tem culpa de nada.
Ela puxou Rafael e foram embora, o deixando sem palavras.
################
Rafael, já vamos cortar o bolo – anunciou Malika.
- Já venho meu amor. Gritou ele.
Instantes depois, Rafael veio com uma grande caixa cor-de-rosa na mão. Na sala, apenas havia, poucas pessoas. Osvaldo, Emanuel, e teresa, cada um com o seu respectivo par, e os seus filhos que corriam, pela casa toda. Fazendo a tensão de Malika subir. Era a festa de aniversário de Maweza, a filha deles, que agora completava 1 ano de idade. Rafael sempre dizia que ela se parecia muito com Malika. E ela dizia o contrário. Era uma discussão sem fim.
- O que tem nessa caixa? – Indagou Malika curiosa.
- Primeiro, vamos apagar as velas – disse misterioso.
Cantaram rapidamente.
- Bem, aqui nesta caixa, há três coisas importantes – disse – quero que tu abras amor.
Malika pegou na caixa e abriu-a delicadamente. Viu uma caixinha de veludo preto, um molho de chaves, e uma boneca. Entregou a boneca a Maweza. Que pegou desajeitadamente. E pegou nas chaves.
- essas chaves significam, o começo de uma nova vida. Amor, é com muita honra que anuncio, que finalmente, vamos ter a maior loja de doces de Angola.
Malika deu, um grito de alegria e foi acompanhada de aplausos, mal podia a acreditar que iria realizar o que sempre quis. Sempre fora um dos seus sonhos.
- E nessa caixa? – Perguntou Emanuel. - Abre, por favor, pediu Rafael.
Malika abriu-a e ficou boquiaberta, era um novo par de alianças banhadas em ouro.
- Vamos nos casar pela igreja – anunciou Rafael.
Tudo parecia um sonho. Só sentia-se um pouco triste por não poder compartilhar tudo aquilo com Gregório. Desde a última vez que estiveram na empresa, ele não voltou a incomodá-los, manteve-se em silêncio. Malika ouviu por alto, que raramente permanecia em Angola. Deu de ombros, tinha a consciência de que tinha feito tudo certo, mantendose independente dele. Agora tinha uma família de verdade, onde se sentia amada, pelos amigos que ganhou. Trabalhava por conta própria juntamente com Rafael, e já não aceitava o dinheiro dele.
- Um brinde a essa nossa união – anunciou Osvaldo erguendo as taças. Todos acompanharam-no e deram risadas. E festa continuou por horas.
No fim o amor prevaleceu. Sempre prevalece. E sempre prevalecerá.
Fim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Malika - Amar ou odiar?
RomanceMalika é uma jovem, que desde cedo teve que viver sobre as duras regras do seu pai com o falecimento prematuro da sua mãe. Seu pai, Gregório Kusso, é um dos homens mais ricos de África e Angola, um homem sem escrúpulos, disposto a tudo para quem se...