Era a segunda semana que Malika, vinha se sentindo mal, depois de terem aquela conversa no quarto dela não se falavam com frequência, o que as vezes a deixava triste. Tinha enormes dores de cabeça ultimamente. Mas hoje parecia estar pior. Não conseguia manter-se de pé. E jogou-se no sofá incapaz de levantar-se. Escutou quando Rafael chegou cantarolando baixinho. Queria pedi-lo para parar, porque o mínimo ruido, fazia sua cabeça explodir de dor.
- Boa tarde – cumprimentou dirigindo-se até onde ela estava, Sua voz estava quase
inaudível.- Estás bem Malika?
- Não. Doí-me muito a cabeça, e me sinto tonta.
Rafael pegou-a testa.
- Meu Deus mulher! Você está com muita febre. Vamos ao hospital agora mesmo.
Ela nem sequer teve coragem para protestar. Levantou-se com muita dificuldade, e Rafael a encaminhou até ao carro visivelmente preocupado. Quando a pôs confortável no banco
de trás do carro, saiu rapidamente do condomínio. E entrou na primeira clinica que viu. Depois de terem feito o registo de entrada, sentaram no banco de urgência a espera que a
chamassem, Rafael quase ficou louco pela demora. Depois de 15 minutos ela finalmente foi atendida. Ele decidiu acompanha-lo. Fizeram exames e tiveram que esperar quase 2 horas até terem os resultados nas mãos. Mas a febre dela já tinha baixado. Só não deixava de sentir-se um pouco tonta. Rafael aninhou a cabeça dela no seu peito, já que o banco do hospital não ajudava em nada. Quando os exames já estavam prontos, chamaram-nos.- Bem, a senhora, não tem nada de grave – explicou o Doutor calmamente – não
diagnosticamos qualquer tipo de enfermidade, deu quase tudo negativo.- Como assim, doutor, se ela estava a sentir-se muito mal? – Indagou Rafael preocupado.
- O senhor disse que quase tudo deu negativo – disse Malika.
- Sim, o outro exame, só confirmou as minhas suspeitas.
- Que suspeitas? Perguntaram em uníssono.
- A senhora está grávida.
O mundo parou por alguns segundos.- Grávida? Como…
olhou para Rafael quetambém já tinha os olhos pregados nela. Com certeza também estava sem palavras.
Despediram-se do Doutor depois de várias recomendações para o pré-natal e voltaram
para casa em silêncio.
E continuavam em silêncio. Malika não parava de tocar na sua barriga ainda lisa.- Estou grávida- disse em voz baixa.
Rafael aproximou-se dela.
- Não tenhas medo Malika, sei que é algo que nem sequer estava nos nossos sonhos. Mas
- o que podemos fazer?
- Mudar totalmente tudo Rafael.
Ele a olhou confuso.
- Esse bebé só veio para nos alertar, que chegou a hora de nos soltarmos das correntes em que estamos presos – viu que o seu semblante ainda continuava confuso e continuou – vamos ter de nos livrar do meu pai de qualquer modo. Não vou permitir que o meu filho tenha o mesmo rumo que eu. Ele não vai faze-lo sofrer. Jamais!
Ela estava coberta de razão. Constatou Rafael, mas como fariam aquilo? Com certeza que não queria o mesmo para o seu filho. Não podiam sentir-se feliz a viverem daquele modo.
- Eu vou pensar em algo. E prometo-te que nos vamos libertar.
Malika o abraçou.
- Estou feliz. E temorosa. Ele não pode saber disto. Já sabes o que ele fará se descobrir,
não sabes?
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Malika - Amar ou odiar?
RomanceMalika é uma jovem, que desde cedo teve que viver sobre as duras regras do seu pai com o falecimento prematuro da sua mãe. Seu pai, Gregório Kusso, é um dos homens mais ricos de África e Angola, um homem sem escrúpulos, disposto a tudo para quem se...