Capítulo 1

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Pov Any | GabriellyLos Angeles • Califórnia

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Pov Any | Gabrielly
Los Angeles • Califórnia

×××

Olhando para o teto branco por longos minutos passo mentalmente os momentos que me trouxeram aqui, os atos de Gabrielly, a minha outra versão, a parte louca, perversa e perigosa de mim. Tudo culpa de nossos conflitos internos, da nossa teimosia.

A doutora Lisa continua me observando sem dizer uma palavra sequer. Ela é uma mulher fechada e bastante séria, tem um lindo cabelo corte chanel em um tom preto, é magra e um pouco alta, tem um lindo rosto com traços asiáticos e um sorriso maravilhoso.

— Está voltando ao passado não é? — ela quebrou o silêncio. — Sente culpa pelo o que fez?!

— Apenas não queria estar aqui, mas decidiram que isso é o melhor para mim, não é? — falei olhando para ela me virando na cama. — Gabrielly não fez por maldade, apesar de seu jeitinho de ser, ela não matou aquele homem por prazer, acho que sabe o histórico dele. Era um estrupador.

— Ele fez algo com vocês? — ela perguntou anotando algo em seu típico caderninho.

— Não, ela o matou antes. Foi legítima defesa, mas você acha que alguém acreditaria na gente? Mulheres que levam a culpa como se quisesse sofrer tal atrocidade. — ela assentiu ainda escrevendo.

— Eu estou fazendo o que posso para ajudar vocês duas, mas não é fácil quando não existe provas para comprovar o que está dizendo. — Lisa disse e eu suspirei. — Pense que isso é melhor do que estar em uma cela fria perto de pessoas verdadeiramente perigosas.

— Tentamos. — falei balançando meus ombros.

— Por hoje é só Any, logo estarei de volta. — ela se levantou da cadeira e eu da cama.

— Eu irei ao pátio, chame Hazel 'pra mim. — ela concordou e saiu do meu quarto. Sem demora Hazel, a minha enfermeira, chegou e me acompanhou até o pátio.

Me sentei no banco de madeira ao lado de Olívia, uma amiga que fiz logo quando cheguei ao hospital psiquiátrico. Ela foi a única que me tratou de uma forma afetuosa e eu acabei criando aos poucos uma amizade, louca, mas sincera. Ela foi internada a dois anos quando foi diagnosticada com esquizofrenia. Como eu, ela também foi rejeitada pela própria família.

— Oi linda. — acenei com minha mão em frente ao seu rosto para que ela me notasse, já que parecia entretida em sua conversa consigo mesma. — Olí.

— Any. — ela me olhou e em seguida me abraçou apertado. — Você não saiu do quarto por dois dias. O que houve? — perguntou preocupada.

— Gabrielly aprontou e não nos deixaram sair. — falei fazendo carinho em seu rosto.

— Senti sua falta. — sorrimos uma para a outra.

— Eu também senti a sua, como você está? — ela abaixou a cabeça. — Ei, o que foi?

— As vozes voltaram, elas continuam a me culpar. — falou com a voz embargada.

— Calma, linda, respira e inspira. — falei acariciando suas costas. — Você sabe que não teve culpa, foi um acidente. Um acidente terrível que ninguém tem culpa de ter ocorrido.

A dois anos e meio a irmãzinha dela morreu em um acidente de carro, só tinha as duas no carro quando um caminhão em contra mão bateu no veículo dela. Olí sobreviveu por um milagre, mas sua irmã de apenas cinco anos infelizmente não resistiu.

Ela diz ouvir vozes e ver coisas que a pertubam diariamente, tinha parado por um tempo, mas pelo visto voltaram com tudo. Eu queria poder fazer algo para ajuda-la, mas nada parece adiantar.

— Vamos pensar em coisas boas para que essas vozes sumam, nem que por um curto tempo, pensa em uma tarde ao pôr do sol, tomando sorvete na praia, com um crush. — dei uma piscadela e ela riu fraco limpando suas lágrimas.

— O Shawn Mendes. Olha, eu prefiro pensar coisas mais ousadas com ele que dá pra usar sorvete. — ela falou e eu arregalei os olhos rindo. Na minha mente veio Sina, ela é louca pelo Shawn.

— Você é muito safada. — falei me recuperando da crise de risos com ela.

— Gabrielly é pior, ela vive dando em cima de mim. Mas sabe eu gosto do contraste de vocês duas, o que você tem de inocência ela tem de falta de vergonha na cara. — assenti em concordância.

— Any, está na hora de seu remédio. — Hazel me chamou e eu suspirei me levantando.

— Nos falamos depois então. — Olívia falou e eu concordei a abraçando e me despedindo com um rápido beijo em sua testa. — Tchau. — Acenei.

Enquanto desenhava rabiscos aleatórios em uma folha de papel me peguei olhando para o outro lado do pátio, com a testa franzida, observei um homem loiro de costas para mim, suas costas são largas, ele é alto e tem uma bunda que é uma verdadeira tentação.

— Hazel. — chamei pela minha enfermeira que se aproximou. — Quem é aquele homem? Eu nunca tinha o visto antes. — perguntei inclinando minha cabeça para a direção onde ele se encontrava.

— Josh Beauchamp, chegou ontem, dizem que ele matou mais de trinta pessoas em uma única noite. Foi a uma semana quando colocou fogo em seu prédio. — falou fofocando. — Ele é bem bonito, mas o que tem de bonito tem de perigoso. — olhei novamente para ele que tem dois polícias a sua volta que pareciam conversar com ele.

— Uau. — falei quando o vi se virar em minha direção. Mesmo de longe posso ver que tem um belo rosto com traços angelicais e um maxilar marcado, coberto por uma barba rala. Na área exposta de seu pescoço está amostra uma grande tatuagem que não entendi bem o que era. Queria o olhar de perto, mas pelo que vejo será difícil.

O homem loiro que até então olhava para o chão levantou a cabeça e seus olhos vagarosamente encontraram os meus, como um imã. Não desviei o olhar por nenhum segundo, nossos olhares são profundos e poderia dizer que até provocativos.

Foi esse simples olhar que me desmontou, mexeu com meu estômago e eu jamais poderia permitir que mecha com meu coração, senão estarei mais do que frita, estaria cavando minha própria cova regada a luxúria.

— Eu deveria ir lá? — perguntei para mim mesma ao ver os policiais se afastarem, mas logo o lugar dos que saíram foi tomado pelos enfermeiros que o levaram.

Droga!

Eu preciso ver aquele homem de perto, quem sabe ele não seja uma diversão nesse lugar tedioso.

To be continued???

Heyyy, tudo bem com vocês?

Sei que  esse capítulo foi pequeno, mas os outros serão maiores esse é mais para introdução.

Espero que gostem!

𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐄 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄 | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora