47 - Confiança

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Jughead POV'S

Engoli seco e passei a mão no cabelo nervoso.

- É... Bom dia? - digo e ele ri.

- Está com medo do pai não é? - cruzou os braços e só me deixou mais nervoso.

Que isso gente, nem fiz nada.

- Não, é que... Dormi aqui só. - ele deu risada.

- Só pra você saber, quando chego de uma reunião e Betty está dormindo sempre passo no quarto dela. - piscou passando ao meu lado.

Ah que ótimo, ele me viu dormindo com sua filha...

- Não aconteceu nada. - digo me virando para ele. - Betty resolveu beber e deu no que deu.

- É, fiquei sabendo. - começou a preparar um café. - Vi as ligações perdidas, retornei uma vez e ninguém atendeu, confesso que fiquei preocupado, porém Bianca me disse que você tinha levado Betty para casa. - balancei a cabeça confuso.

- Bianca é? - pergunto me sentando.

- Mãe do Kevin, ela está trabalhando comigo, Kevin avisou ela no caso. - levantei às sobrancelhas surpreso. - Quando ela me disse que você estava cuidando de Betty fiquei mais aliviado. - sorri sem mostrar os dentes.

- O senhor confia tanto assim em mim? - assentiu.

- Sabe, Betty já me apresentou um amigo dela, Ben. - desviei o olhar. - Não ia proibir a Betty de fazer amigos, mesmo que naquele momento ela estivesse desenvolvendo algo a mais. - torci o lábio. - Não fui muito com a cara dele, não sei, algo não bateu. - olhei ele.

- Intuição de pai? - pergunto e ele ri.

- Talvez. - rimos. - Quando te vi naquela biblioteca soube que era um garoto legal, você faz bem a ela. - sorri.

É isso que me ferra, ele tem tanto cuidado com Betty que não consigo conviver com algo desse nível, preciso contar como era nossa relação no passado, de uma forma ou de outra.

Mas antes preciso ver com Betty o que ela se lembra de ontem.

- Me conta. - ele cruzou os braços. - Ela se divertiu? - soltei uma risada abaixando a cabeça. - Acho que isso é um sim. - deu risada.

- Sua filha é uma figura. - ele riu tombando a cabeça para trás. - Durante dois anos eu via uma menina mais na sua, ontem ela se soltou, e não foi pela bebida. - acrescento e ele assente.

- Vocês já conversaram sobre aquilo? - assenti.

- Devo admitir, você fez um trabalho incrível cuidando dela sozinho, da pra ver o quanto ela gosta de você. - sorriu.

- Betty é um anjo que entrou na minha vida. - torci o lábio. - As vezes fico com receio dela querer saber do seu passado. - desviou o olhar.

- Sabe. - encolhi os ombros. - Eu perguntei isso quando conversamos. - me olhou. - Ela me parecia bem sincera quando disse que não queria saber das pessoas que abandonaram ela, que é feliz com você. - ele sorriu abaixando a cabeça. - Acho lindo o amor que vocês tem um pelo outro.

Isso realmente é algo que me admira. Betty tem tanta sorte pelo pai que tem, pela educação que teve, pelo carinho e amor recebido dele.

Eu realmente não sei como é se sentir bem com sua família de sangue, mas quando estou nessa casa me sinto mais leve, é como se de alguma forma eu me sentisse em casa.

Betty não teve o amor de uma mãe, mas ela enxerga seu pai como um todo, algo único.

As vezes me esgota saber que eu realmente cresci sem tudo isso, não acho que mudaria muita coisa se minha mãe não tivesse indo embora, lembro vagamente que ela e meu pai brigavam bastante...

- Você vai esperar ela acordar? - sou tirado dos meus pensamentos com ele me estendendo uma xícara de café.

- Não sei. - sorri pegando. - Mas acho bom preparar um remédio pra dor de cabeça. - rimos.

- Você me parece bem, não bebe? - me ajeitei no banco.

- Pra ser sincero sim. - ri fraco. - Mas ontem fiquei preocupado com ela e resolvi não beber. - ele sorriu.

- Viu? Como não confiar em você. - sorri dando um gole no café.

Essa conversa vai ser pior do que eu esperava...

Eu comi junto com ele, conversamos um pouco e ele me perguntou sobre as aulas. Quando eu disse pra ele que tirei um A+ ele ficou muito feliz, mas tipo, muito mesmo, me deu um abraço e tudo.

Não tem como não me sentir bem aqui, é como se ele me tratasse como um filho... Sua felicidade ao saber que eu tirei uma nota alta é algo que eu espero do meu pai a anos, tudo bem que nunca tirei uma nota muito alta, mas quando eu tirei B+ em uma prova de biologia ele só disse "Não fez mais que sua obrigação".

O que meu pai espera de mim eu não sei, mas as vezes acho que ele me trata assim porque me odeia. Nunca vou entender o motivo ou se realmente é isso, ele que não me peça para acreditar no "Faço isso para o seu bem" Bater em um filho sem piedade definitivamente não leva ninguém a uma boa criação, pelo contrário, só te desenvolve raiva de si mesmo.

Hall disse que ia mimar a filha hoje e estava preparando uma bandeja de café da manhã.

Uma coisa que descobri, Betty é apaixonada por morangos e que os exercícios que ela faz é só uma recomendação médica, nada grave. Hall também disse que a maior dificuldade dele foi acostumar Betty a comer verduras e legumes, até hoje ela odeia, mas com uma boa insistência vai.

Eu tentei ligar para o meu pai mais uma vez porém ele ainda não atendeu, deixei uma mensagem dizendo que dormi na casa de Archie e avisei o Riggie da mentira contada.

Subimos juntos para o quarto de Betty e a mesma ainda dormia toda encolhida.

Parei na porta e ele se aproximou da cama deixando a bandeja sobre a cômoda.

- Bom dia flor do dia. - ele disse rindo e balançou ela de leve.

Betty resmungou se virando na cama me fazendo rir.

- Cooper não me faça jogar água em você.

- Não! - levei um susto quando ela se levantou de uma vez na cama. - Aí minha cabeça. - colocou a mão na testa e voltou a se deitar.

Coloquei a mão na boca e Hall me olhou.

- A senhorita colocou álcool na boca não é mesmo? - Betty parece não ter me visto aqui ainda.

- Eu não, ele veio sozinho. - mordi os lábio inferior segurando o riso.

Como ela consegue ter um humor desses ao acordar?

- Pai a sensação de não lembrar de nada é horrível. - torci o lábio ao escutar isso.

Eu já sabia que isso ia acontecer, mas mesmo assim doeu.

- Porém eu poderia jurar que o Jughead estava aqui. - Hall me olhou e eu limpei a garganta. - Aí meu Deus. - Betty me olhou e cobriu seu rosto com a coberta nos fazendo rir.

- Eu tenho uma ligação para fazer. - disse ele se levantando. - Toma seu café e conversamos depois. - Betty resmungou algo embaixo da coberta e ele riu. - Tá bom Betty, tá bom. - veio até a porta rindo. - Ela só está com vergonha, mas já, já passa. - sorri e ele saiu do quarto.

- Jughead, está aí? - perguntou ela me fazendo rir.

- Estou!

- Deixa eu ir até o banheiro. - soltei uma risada.

- Não estou te segurando. - escuto sua risada.

- Você entendeu. - rimos.

Ela se levantou com a coberta ainda em cima dela. Olhei seus passos até o banheiro e levantei a mão ao ver algo prestes a acontecer...

- A porta está... - digo e ela dá de cara com a porta. - Fechada! - completo e escuto sua risada.

- Obrigada por avisar. - soltei uma risada e ela entrou no banheiro... Aí Cooper!

Continua...

Daria de tudo pra ver isso mano KKKKKKKKKKKK

A Nerd E O Popular(Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora