87 - Não!

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Betty POV'S

Os meninos estavam tão em choque quanto eu, a mulher some, o pai dele morre e do nada ela reaparece como se nada tivesse acontecido.

- Betty como assim? - disse Archie em um tom baixo.

- Vocês acreditam que ela tem duas filhas? - eles se olharam.

- A gente dormiu? - disse Archie e eu cruzei os braços.

- Mas sabe, as meninas parecem ter minha idade. - digo pensativa.

Será que o Jughead não é filho de sangue dela? Ou será que ela teve três filhos? Não, pra isso eles seriam gêmeos, as meninas parecem, mas o Jughead não...

- Tem alguma coisa errada. - disse Archie confuso. - Não tem como ela ser mãe de sangue delas... Ou tem?

- Só se o Jughead não fosse de sangue dela. - disse Riggie. - Mas aí não teria motivos para ter vindo.

(Pra mim ela traiu o Fp e pro Fp não descobri foi embora, e não levou o Jug por quê ia ter criança demais)  ~Autora

- Mas teria para ter ido. - digo e eles me olham. - Mesmo assim acho difícil. - olhei para trás.

- Não acho que o Jughead vá querer receber ela. - disse Archie e eu olhei ele.

- O pior é que se ela for a mãe dele tem a guarda. - digo passando a mão no cabelo e olho em volta.

Notei que os dois policiais não estavam mais ali.

- Onde estão os dois? - pergunto e olho eles.

- Lá fora, o médico não voltou ainda. - assenti.

Após alguns segundos vi no corredor Gladys e as meninas se aproximando, olhei para Archie e Riggie tentando sinalizar que era ela, acabou que os dois perceberam e se olharam.

Os quatro se sentaram e ficaram me olhando, desviei meu olhar e me aproximei do meu pai.

[...]

08:00h

Achei que esse momento não ia chegar nunca, mas o médico finalmente apareceu.

- O quadro de Jughead estabilizou. - todos soltaram um som de alívio em conjunto. - Ele segue desacordado mas podemos liberar uma visita. - dei um passo a frente.

- Eu quero ver ele. - digo e ele olha todos.

- Me acompanhe por favor. - olhei para todos e segui com o médico.

Meu coração estava disparado e eu balançava as mãos nervosa.

Ele parou em uma porta e abriu me dando passagem.

- Daqui a pouco eu te chamo. - assenti e entrei.

Assim que olhei para aquela cama meu coração se despedaçou ainda mais. As agulhas em seu braço e os aparelhos medindo cada batida de seu coração, seu rosto ainda machucado, porém dessa vez limpo.

Me aproximei daquela cama lentamente e peguei na sua mão com cuidado.

- Oi loirinho. - digo segurando o choro. - Eu não esperava descobrir tudo isso, na verdade eu não esperava que um garoto tão travesso, sofresse tanto. - não me aguentei muito e voltei a chorar. - Meu medo de chuva quando era pequena se tornou inútil quando te conheci, porque meu único medo agora é perder você. - alisei seu rosto com cuidado.

Eu não sabia que doía tanto viver isso, imaginar alguém tão importante em uma situação tão delicada, eu não tive a oportunidade de dizer eu te amo para ele ainda...

- Escuta. - limpei meu rosto. - Você não pode ir ainda. - digo com a voz falha. - Lembra da nossa conversa do Brasil? - digo olhando seu rosto. - Quero te levar lá, comer brigadeiro, pão de queijo, ver o carnaval de perto, conhecer a família do meu pai. - fechei os olhos. - Quero construir a nossa família... - me agachei encostando a cabeça na ponta da cama.

Parece que meu peito está queimando, estou me sentindo sufocada... Está passando um filme na minha cabeça desde o momento que comecei a dar aulas para ele até agora, cada cena, cada risada, brincadeira, beijo, abraço... Eu só quero sentir tudo isso de novo.

Respirei fundo e me sentei no pequeno banco que tinha na frente da sua cama. Fiquei alisando sua mão enquanto analisava seu rosto...

- Lembra quando você me disse seu medo? Me falou aquelas coisas no meio do abraço? - sorri fraco. - Sabe de uma coisa? - respirei fundo. - Eu não saberia acordar todo dia olhar do meu lado e não te sentir, não me aceitaria olhando no espelho sabendo que um dia te vi partir... Eu não imagino como seja o mundo, sem você por perto não quero seguir, me desculpa por nunca perceber que era infeliz, só quero que você saiba que eu te amo! - me levantei e dei um selinho nele.

Por favor, me dê a oportunidade de te dizer isso consciente...

- Mais uma coisa. - digo ainda em pé. - Lembra quando me pediu para eu não te abandonar? - tirei um pouco do seu cabelo do rosto. - Dessa vez sou eu que vou te pedir, não me abandona... Por favor, fica comigo para sempre? - voltei a me sentar.

Só de pensar em tudo que ele vai saber quando acordar, seu pai, sua mãe... Aquelas meninas que realmente devem ser irmãs dele, aí meu Deus.

Suspirei e só fiquei ali ao seu lado, quero acreditar que ele está sentindo minha presença...

Senti Jughead pressionar minha mão, olhei para ele surpresa e me levantei.

- Jug? - digo em um sussurro.

De repente os aparelhos começam a apitar e Jughead começa a se mexer muito...

- Jughead! - digo desesperada e escuto a porta se abrir.

- Ele está tendo uma convulsão. - foi tudo o que escutei sendo tirada dali.

- Jug! - gritei sendo tirada a força do quarto. - Jughead não... - me debati até me colocarem no corredor.

- Betty... - meu pai me abraçou por trás e eu gritei em meio ao choro.

- Não! - digo chorando e desabo nos braços do meu pai.

Eu não aguento mais isso, parece um tormento sem fim, se algo acontecer com esse garoto...

- Betty senta aqui. - meu pai me arrastou até o banco.

Kevin me ofereceu um copo de água e eu quase não consegui tomar. Olhei para o lado e vi que Gladys ainda estava ali, ao que parece a mesma estava chorando e eu desviei o olhar.

Novamente ficamos esperando alguém dar notícia, tudo o que eu via eram pessoas correndo para todos os lados.

[...]

8:50h

Escutamos uma porta se abrir e nos levantamos ao mesmo tempo, no momento que vi o rosto daquele médico senti um aperto no peito.

- Uma das artérias do paciente Jughead sofreu uma obstrução. - meu coração disparou. - Nós sentimos muito, mas o mesmo sofreu uma parada cardíaca. - minha respiração travou.

Sabe aquele momento em que tudo para, que não há mais ninguém ali a não ser você e uma vasta escuridão na sua frente? É exatamente isso que estou vivendo, meus ouvidos não acreditam no que acabaram de ouvir...

- Está dizendo que ele... - Archie parou de falar e o médico afirmou penas uma vez com a cabeça.

- Não, não, não. - digo lentamente e nego com a cabeça. - Vocês precisam fazer algo, ele não morreu, faz uma massagem... - gritei com ele e senti alguém me abraçar.

- Betty eu sinto muito. - meu pai segurava minha cabeça.

- Não pai... - voltei a chorar. - NÃO!

Continua...

.......
🥺💔

A Nerd E O Popular(Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora