28 - Estrelas

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Jughead POV'S

As sensações estão estranhas, é muita coisa misturada que nem eu consigo entender. A todo momento via algo nela que me deixava desfocado por segundos, seja seu sorriso, seus olhos, seu cabelo, sua voz explicando algo... Tudo!

Assim que terminamos Jade veio avisar que o jantar ia sair em trinta minutos, ou seja, nada pra fazer até lá.

Betty ficou encarando aquela televisão desligada, ambos estávamos sem vontade de ver nada, o que era estranho.

- Você gosta de estrelas? - perguntou Betty quebrando aquele vasto silêncio.

- Nunca me preocupei em olhar não. - deu risada.

- Vem, quero te mostrar um lugar. - saiu do sofá e seguiu até o lado de fora.

A piscina ficava bonita quando iluminada de noite, deixava o ambiente agradável.

Betty deu uma grande volta nos jardins e parou logo atrás da casa.

- Sobe. - disse apontando para uma escada. Eu fiquei confuso, mas acabei subindo.

A casa era grande, ou seja, parecia que as escadas não iam ter fim nunca. Assim que cheguei me virei para trás e estendi a mão para Betty que pegou terminado de subir.

- Bem vindo. - disse sorridente olhando o céu.

No momento que olhei minha boca abriu vendo aquela imensidão. O local estava com a iluminação baixa, o que deixava às estrelas ainda mais bonitas.

- Betty isso é... - parei de falar ainda olhando.

- Lindo. - olhei para ela. - Eu sei. - sorri.

Betty se deitou em uma pequena inclinação que tinha ali e eu fui ao seu lado.

- Por que me trouxe aqui? - pergunto curioso.

- Você disse que tinha algo te sufocando. - virou a cabeça me olhando deitada. - Meu pai me dizia "Quando as paredes ao seu lado estiverem se fechando, localize a primeira coisa que não tem fim". - sorriu encarando o céu novamente.

Olhando novamente aquela imensidão notei meu corpo mais relaxado, é como se só estivesse eu ali naquele momento, sem ninguém ao meu lado, ninguém para me dizer o que fazer ou como fazer.

Vendo isso agora notei um grande erro no meu crescimento, havia algo ali, tão simples que só olhando me faria desligar de tudo, mas eu agi por impulso e me afundei em festas, tudo porque alguém sempre me convencia a ir e nunca me impedir.

- Sabe Jug. - virei minha cabeça olhando Betty que ainda admirava o céu. - Você é um garoto que vive uma vida que muitos ali queriam ter. - voltei a olhar o céu. - Será que um dia vai me contar por que não é feliz? - suspirei.

- Minha vida é uma droga Betty.

- Não fala isso. - continuei a olhar o céu. - Você tem uma casa, amigos... - neguei.

- Não falo disso. - me virei e ela me olhava. - Eu escolhi o pior caminho achando que seria mais fácil, tomei decisões estúpida, destruí sua vida...

- Não. - me interrompeu. - Jug você estava longe de destruir minha vida. - cobri meu rosto respirando fundo. - Olha pra mim. - segurou minhas mãos e eu encontrei seus olhos.

- Como você consegue ser tão boa Betty? - digo e ela da um pequeno sorriso. - Dar uma segunda chance é como querer receber outra bala, porque a primeira não te matou. - Betty negou ainda segurando minha mão.

- Dar uma segunda chance é mostrar que alguém pode sim mudar. - suspirei. - Você já deve ter notado que não tem fotos minhas com uma mulher. - assenti.

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