90 - Archie

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Jughead POV'S

Por mais que eu recebesse aviso sempre ignorei, faltava tão pouco para tudo isso acabar que eu realmente achei que conseguiria... Na verdade eu nunca achei que meu pai realmente chegaria no ponto de me agredir sem se preocupar com nada e nem ninguém.

Sabe aquele momento em que você realmente acha que é o seu fim?

Minha vida inteira foi passando, com ela ressaltando meus momentos com Betty, minha preocupação nem era eu sentindo dor ao apanhar, minha preocupação maior era saber a dor que ela iria sentir ao me ver em tal situação.

Eu sei o que sinto por ela, e sei o que ela sente por mim, eu deveria ter dito e evitado tudo isso mas eu fui fraco, mais uma vez eu fui fraco!

Meu alívio ao abrir meus olhos e ela ser a primeira que eu vi foi tão bom, por algum motivo eu sabia que ela estava ali, ao meu lado com seu sorriso reconfortante...

Ainda sinto dor por todo meu corpo, o médico me disse que estou com anestesia leve e qualquer coisa ele me dá mais uma dose. Sinto minha garganta como se estivesse inchada e meu pescoço ainda sinto latejar, eu jurava que ia partir dessa para uma melhor.

Agora me pergunto, o que aconteceu com ele (o doador de esperma), a única coisa que me lembro é eu saindo correndo de casa na maior dificuldade e ele gritando...

Betty ainda está comigo, o médico ficou feliz por eu ter comido e me disse brincando que eu ia ganhar um pirulito, acho que Betty levou a sério e disse que queria um também.

- Tem certeza que não quer? - disse ela me oferecendo seu pirulito e eu neguei. - É de cereja. - soltei um riso fraco.

- Não Betty. - ela deu de ombros e voltou a colocar ele na boca.

Os outros ainda não vieram me ver porque vão dar prioridade para a polícia que quer falar comigo, só a Betty mesmo que vai ficar porque eu disse que queria ela aqui.

- Mais uma vez o dia está começando. - olhei para ela que cantava encarando a parede. - As sete em ponto devo varrer o chão. - soltei uma risada e ela me olhou.

- Tem em português? - pergunto e ela assente sorrindo. - Canta em português. - peço e ela ri.

Betty começou a cantar e eu acompanhava só o ritmo. É engraçado pensar que estou tranquilo agora, que Betty não está me pressionando para saber com cheguei nesse estado.

[...]

- E seu pai Betty? - pergunto após ela terminar de cantar.

- Acho que ele não está mais bravo, a preocupação com você foi maior. - sorri fraco. - Porém acho que quando isso passar vamos ter uma conversa. - assenti.

A porta foi aberta e logo o médico apareceu, junto dele estavam dois policiais e um outro cara que acredito ser o advogado que Betty falou.

- Forsythe. - disse o advogado parando ao meu lado direito.

- Estarei do lado de fora. - disse o médico e os dois policiais se aproximaram.

A porta se fechou e os dois olharam para Betty.

- Só falo se ela estiver aqui. - digo e os dois me olham.

- Quer nos dizer em detalhes o que aconteceu? - olhei para Betty que confirmou uma vez com a cabeça.

- Eu havia acabado de chegar em casa, meu pai estava meio alterado e tinha uma garrafa em mãos. - digo me lembrando do momento que voltei. - A gente chegou a discutir, ele ameaçou me bater e eu disse que se ele fizesse isso de novo eu ia denunciar. - fechei os olhos.

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