Anos depois...
James corria tentando pegar a bola no ar, mas ainda era pequeno demais para alcança-la antes que ela chegue ao chão.
Ele bate as mãos no corpo frustado, antes de me procurar com os olhos. Eu sorrio, sinalizando que tudo bem.
— Eu poderia ficar encarando ele por horas e horas, é como uma cópia exata do garoto que eu criei.
— Pois é, sogra. - digo olhando para meu filho que é a cópia exata do pai. Hoje é o primeiro joguinho dele depois de insistir mais do que posso contar ao ver um vídeo do James jogando na faculdade. — Tão maravilhoso quanto.
Meu filho corre do meio do campo até onde eu estava com uma carranca, indo direto para a garrafa de água ao meu lado.
— Seu pai não agarrava nenhuma na sua idade também. - agora é meu pai que diz, fazendo James olhar pra ele, agora menos mau humorado. — E ele era o melhor da faculdade e podia até ter sido o melhor nos times grandes.
— Então sou como ele? - pergunta receoso, tirando o cabelo dos olhos, tão escuros quanto os do pai.
— Você não sabe o quanto. - responde, bagunçando o cabelo do James que olha para trás quando o treinador apita, agora com um sorriso.
— Então tá. - respondeu simplesmente, dando a garrafinha pra mim.
Sorrio o acompanhando o jogo todo, que foi Péssimo, mas ao contrário do pensei ele estava sorrindo, enquanto comia seu sorvete preferido enquanto a vó falava os planos da semana quando ele for visitá-la.
Quando chegamos em casa, ele correu direto pro quarto, me deixando a sós com a avó e meu pai.
— Nosso James ficaria orgulhoso. - ela comenta, enquanto olhava as fotografias dele espalhadas pela casa, essa foi uma das formas de torna-lo presente na vida do nosso filho.
— Ficaria todo bobo. - meu pai Retruca.
— Igual você? - Ironizo, notei várias vezes os olhos dele cheios de lágrimas durante o jogo.
— Ah me deixa em paz garota. - ele ri, me abraçando. — Eu tô tão orgulhoso de você.
— E eu também. - minha sogra diz, entrando no abraço.
— Parem gente, não quero chorar hoje. - digo já chorando.
— Tudo bem, tudo bem....- ela diz. - Vamos, você tem que me dar uma carona.
Meu meu pai geme baixinho, se afastando com uma careta.
— Semana que vem estamos de volta. - promete, indo até a porta. — Caleb falou que ia vir com a noiva dele.
— Já era hora. - repondo, Caleb e Andy se tornaram bons amigos na nossa vida.
Me despeço deles, subindo até o quarto do James, que estava com a porta aberta.
—... Aí eu segurei a bola uma vez só papai, mas tudo bem né, o senhor também era ruim, o vovô que disse tá? A mamãe vai pedir hambúrguers hoje pra comemorar, não sei o que ela vai comemorar, mas tudo bem também. - ele faz uma pausa, abaixando pra tirar o tênis. — A mamãe também disse que vocês acamparam uma vez, será que se eu pedir muito ela deixa? Você pode sei lá...de algum jeito fazer ela me levar pra fazer isso? Tipo ela tem medo de ursos e coisas do tipo, mas e se eu der a ideia do parque? Lá não tem bichos né...
O deixo lá, caminhando até meu quarto, me sento na cama olhando para as fotos no meu colar.
Eu me sentia constantemente feliz e triste ao mesmo tempo, feliz por tudo que ele me deu e triste por ele não estar aqui pra ver tudo isso.
- É gostosão, depois de 8 anos ainda sinto sua falta... - sorrio, vendo que a mania do meu filho é contagiosa. — Como vou sentir enquanto ainda te amar, o que quer dizer pra sempre, mas tudo bem também.
Beijo a fotógrafia antes de me recompor, mas não dá tempo, já que James, meu filho, entra pela porta, agora com outra roupa.
— tá triste, mamãe? - pergunta se aproximando.
— Não meu amor, é alegria. - sorrio, secando as lágrimas.
— Então tudo bem. - ele sorri. - Mamãe, eu sei que não gosto de pizza, mas se a senhora quiser, pode comprar.
— Porquê? - franzi as sombrancelhas.
— Porque você gosta. - da de ombros. — E o vovô sempre me fala que se você estiver chorando é pra dar sorvete ou pizza.
— Então podemos pedir pizza e hambúrguer. - sugiro, ele parece refletir sobre isso.
— Tudo bem, vou pegar o telefone. - diz antes de sair do quarto correndo.
Sorrio vendo ele partir, voltando a me sentar na cama.
Sempre vai doer e arder como a porra do inferno, mas mesmo não estando aqui, meu James continua fazendo a minha vida a melhor de todas.
Nunca vai existir um fim de verdade para nós e não importa quão doloroso foi perder ele e o quanto ainda dói.
Eu viveria cada segundo de novo, desde os nossos cinco ano de idade, mesmo sabendo de tudo, James sempre da um jeito de deixar todos em volta bem mesmo quando ele nem sequer aguentava mais e ainda continua fazendo isso.
A vida é isso, tem fins, começos e recomeços, mas não importa quantos recomeços eu tenha, Thomas James vai sempre estar Eternizado em mim, seja na minha bunda, na minha família, ou na porra da minha alma.
Não ter a pessoa que ama junto para sempre, é o preço mais duro e caro do amor.
Sorrio vendo meu filho correndo na minha direção com o telefone na mão e um sorriso contagiante.
E mesmo assim é um valor pequeno com tudo que ele nos proporciona.
Olho para última fotografia que tiramos juntos, no aniversário do meu pai, uma semana antes dele partir.
Sorrio, sentindo meu coração apertar, não de tristeza ou algo do tipo e sim de amor, a dor mais gostosa que ele me fez passar.
—Foi bom ter amado você, Thomas James, ou só James.
FIM
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FRAGMENTOS
RomanceIsso é um conto ♥️ Eu queria que no final, tivesse um felizes para sempre, mas todos nós sabemos que isso só existe em contos de fadas idiotas e não na vida real. O fim chega, de muitas formas e quando ele chega, ele destrói sem se importar com a d...