Capítulo | 12

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Olhado para a parede branca na minha frente, percebo que todos os dias anteriores não foram o suficiente pra mim

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Olhado para a parede branca na minha frente, percebo que todos os dias anteriores não foram o suficiente pra mim.

Depois de quase um mês sendo feliz pra caralho, eu comecei a sentir coisas que eu não podia mais fingir que não sentia, eu tentei, como eu tentei.

E agora eu estava de volta nessa porra de quarto de hospital e preciso admitir pra mim mesmo que estou apavorado, estou cansado de ser forte.

— Você quer que eu trafique comida gostosa ao invés dessas sem sal que eles entregaram aqui? - Megan tenta me animar, mas estava roubando minha sopa.

— Parece que você gosta muito da comida daqui. - murmuro.

— Mas você não. - suspira, colocando a sopa na mesinha ao lado da cama. — você quer me falar o que se passa na sua cabeça?

— Não sei. - volto a olhar pra parede, sinto que falar a deixaria mal, mas o olhar que ela me lança agora doeu mais. Não quero que ela ache que não me abro mais porquê o que sinto diminuiu. — Eu só não quero lembrar disso sempre.

— James, você não tem que me poupar, eu quero estar com você, apoiar você, deixar mais fácil...- ela se senta na cama que era minúscula para nós dois.

— Eu tô com medo, achei que já estava bem com isso, mas agora que piorou, sinto que agora isso é real, eu estou apavorado. - busco algum olhar de pena nela, mas Meg tocou minha mão e me olhou de maneira profunda, quase um eu te amo silêncioso. — Acho que preciso de beijos molhados pra me ajudar.

Sugiro, ganhando um sorriso dela.

— Isso não se nega a ninguém.

— Mas Meg...- ela me corta, atacando minha boca, eu podia senti-la rindo contra meus lábios.

É, eu amo essa garota.

— Você está bem, cara?

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— Você está bem, cara?

Caleb pergunta, eu me limito em apenas balançar a cabeça positivamente. O que é uma grande mentira, já que minha cabeça dói tanto que até meus olhos parecem querer saltar pra fora.

— Só abaixa um pouco a Tv. - Peço, massageando a testa para tentar fazer essa porra parar. Megan achou uma boa ideia eu aceitar o convite do Caleb para ver a final do campeonato de futebol, mas tudo que eu quero agora, é enfiar minha cabeça dentro do chão.

— Pronto.

— Valeu. - tombo a cabeça no encosto do sofá, cansado dessa merda. — E valeu por aceitar ir comigo nos exames.

— É pra isso que amigos servem. - ele dá um tapinha no meu ombro, antes de se levantar. — Mas você que vai me proteger se sua garota ficar brava e vir pra cima de mim por estar colaborando com suas mentiras e planos mirabolantes, eu sempre vou negar fazer parte disso, agora vou pegar uma cerveja, com licença.

Rio do drama dele, Por que sem sombra de dúvidas, vai sobrar só pra mim, não gosto de mentir pra ela, no entanto, eu me sentiria mal pra caralho caso isso a desse esperanças demais para no final ela ficar destruída e não é só dela que estou ocultado isso, mas de todo mundo.

— Sabe o que eu acho? - Caleb diz, voltando com uma cerveja na mão.

— Não virei vidente ainda. - Retruquei, voltando minha atenção para o jogo que passava.

— Eu acho que eu vou arrumar uma namorada. - Ele soa como se já estivesse convencido disso.

— Desde quando seu coração tem espaço para mais alguém?

— Sabe, por muito tempo achei um desperdício me privar de coisas que amo por outra pessoa, porque ficar com uma se eu posso ter um montão? - Caleb se joga ao meu lado. — Mas quando eu estiver na merda, quem é que eu vou ter? Eu sempre achei melhor ficar sozinho, mas qual a sensação de estar conectado a alguém?

Ele me pergunta, eu o olho em silêncio por alguns segundos, pensando em uma resposta descente.

Acabo sorrindo ao lembrar de todas as merdas que lidei, Megan sempre esteve comigo.

Esteve ao meu lado quando quebrei a perna, mesmo que estivesse mais desesperada que eu. Ficou ao meu lado quando eu era um adolescente revoltado por causa do idiota do meu pai. Ficou comigo em todas derrotas do Time e passou quatro dias fazendo um cartaz para o próximo jogo.

Ela também esteve ao meu lado em todos os momentos bons, em cada vitória, em cada filme de faroeste, em cada brincadeira estúpida, em cada aventura doida.

— Bom demais. - Suspiro. — É uma pena que o fim chega e estraçalha tudo.

— O único preço que todos pagam quando escolhem não ser sozinhas né? - Caleb da de ombros.

Ele entendia tão bem quanto eu, já que por muito tempo viveu em lares adotivos, mas sempre fugia e quando finalmente "aceitou" uma família, o fim chegou, eles morreram todos em um acidente, menos ele.

A porra do fim, chega para todos, para as piores famílias, para as melhores, para casais felizes e infelizes. Ele chega e destrói a porra toda. Tudo que eu queria é ter uma vida feliz ao lado das pessoas que me amam, ter filhos, ou cachorros, não ligo, o que a Megan quiser tá ótimo pra mim.

Eu não tô preparado pra dizer adeus.

Eu não tô preparado pra dizer adeus

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