Capítulo | 07

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Faz dois dias que fomos ao parque e pode-se dizer que foi incrível

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Faz dois dias que fomos ao parque e pode-se dizer que foi incrível. James veio aqui ontem a noite dormir comigo, obviamente sem meu pai saber.

Hoje ele disse que vai passar o dia com mãe, normalmente fico com eles, ele até chamou, mas eu acho que ela precisa dele agora, só eles dois.

Mecho no celular, vendo as mensagens acumuladas do grupo da faculdade. Não vou sair, já que só tranquei a faculdade, no entanto, não tenho a menor pressa em destrancar.

Vi que algumas mensagens citavam o James e como os garotos do time estão preocupados. Eu não sei porquê até agora James não os citou em nenhum momento. O campo era sua terceira casa desde os treze anos.

Quando começaram os problemas na casa dele, com o pai principalmente, ele costumava viver aqui em casa e quando não estava aqui, estava em um campo comunitário aqui perto, onde ensinavam os jovens a jogar.

Quando o pai dele se mandou, as coisas começaram a voltar ao normal, mas ele nunca parou de ir.

Ouço algumas batidas na porta, me levanto rápido, achando que seria o James, mas ele nunca bate.

Meu pai entrou logo em seguida, com uma embalagem na mão.

— Comida japonesa? - Ele oferece.

— Óbvio. - Respondi pegando a embalagem. Me sento na cama, sabendo que ele queria falar mais coisas.

— Eu estava revisando alguns trabalhos e pensei numa coisa que sua mãe falou antes de morrer. - Ele começa, se sentando ao meu lado. Franzi as sobrancelhas, um pouco confusa. — Sei que esse momento é doloroso pra todos, principalmente você e a mãe dele, que vivem com ele há anos.

Desvio o olhar para a embalagem, cheia de coisas gostosas que eu nem sei pronunciar. Não sei se esse é um assunto que eu queria conversar. Eu sempre evito lembrar.

— O acidente que ela sofreu foi muito grave, Os médicos deram dez por cento de chances de ela sair bem daquilo, mas com sequelas. Você provavelmente não se lembra,já que eu quis evitar os detalhes na época. Alguns dias depois, Ela apresentou uma melhora significativa, estava até falando e sorrindo. - Meu pai suspira, atraindo minha atenção. Ele fala como se ela ainda fosse a pessoa mais especial que ele teve o prazer de ter. — Eu fiquei esperançoso, sentei ao lado dela e fiz planos para quando ela sair do hospital.

Papai fez uma pausa, respirando fundo.

— Ela tocou a minha mão, balançando a cabeça negativamente, antes de dizer: " quando eu for, não apenas sofra por não me ter, mas fique feliz por tudo que tivemos a oportunidade de fazer". Na madrugada daquele mesmo dia, ela se foi. Levei alguns anos para raciocinar o que ela disse, e me ajudou, talvez te ajude.

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