A identidade é algo que se constrói? Ou simplesmente nascemos com ela? E o destino? Nós realmente podemos interferir em algo ou tudo é tão premeditado que não resta nada além de observar? Eu sei She-ra tem deveres com o mundo e com as pessoas... Mas...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
aproximando-me mais de você isso poderia durar a noite toda cedendo e desmoronando em seus quadris
☬
Comecei a tossir e cuspir água assim que meu corpo caiu no chão, de barriga para baixo totalmente sem forçar para me erguer. Minha visão estava turma e me sentia fraca o suficiente para saber que estava perto de perder a consciência. Minha cabeça doía a cada golfada e nesse momento senti o formigamento tão característico...
-Não. – Exclamei para a grama, tentando me erguer, apoiando em meus joelhos e em um braço enquanto abraçava minha barriga que tremia retorcendo-se. – Não! Não! – Levei minha mão até o peito, depois aos ombros, voltando para a barriga abraçando-me na tentativa de contê-la!
Novamente comecei a tossir e cai na grama, mas rolei e me deparei com o céu, azul e arroxeado como de costume sendo próximo Lua Clara. O formigamento aumentou e senti meu corpo ficar estático e meus olhos se arregalarem.
"Adora! Você precisa de mim!"
-Não! Não! She-ra! – Me virei de novo para baixo, empurrando o chão em baixo de mim sentindo meu corpo formigar ainda mais. Fechei os olhos com força. Não, eu não quero, não agora. Por favor! O primeiro soluço veio, depois o segundo e o terceiro, depois por fim as lágrimas. Agora não, por favor. Aguente mais um pouco eu ainda quero... Eu ainda quero ser eu hoje com meus amigos! Por favor! – Amanhã, amanhã, por favor. Por favor, por favor. – Implorei já de joelhos de novo, e por fim o formigamento parou, sessando aos poucos até se dissipar completamente e quando aconteceu, me senti exausta e meu corpo caiu no chão com um baque e tudo escureceu.
Tudo pareceu não passar de um segundo, mas quando olhei ao redor acabei por me ver na cabana, sabia que não tinha sido bem assim... Simplesmente aparecido aqui. Droga! Bati em minha testa e suspirei, cobri meus olhos e fiquei assim até ouvir sussurros e a cortina se abrir, olhei para a claridade e Felina entrava séria e silenciosa. Quando seus olhos pousaram em mim foi uma confusão em seu rosto: surpresa, algo parecido como alívio e preocupação e depois claro, raiva.
-O queaconteceu com você? – Exclamou vindo rapidamente até mim e com os braços cruzados. – Você ficou louca?! Eu vou embora e você se joga, se afoga, em um lago no meio da uma floresta deserta?! – A gata passou a andar de um lado para o outro, mexendo os braços e elevando a voz. Me encolhi no colchonete. – Você é doida! Pensou no que estava fazendo? O que é que estava fazendo, Adora?!
-Eu não tentei me matar! – A respondi quando parou e me encarou, sua sobrancelha se arqueou e a boca abriu, mas fui mais rápida: - Algo me empurrou, eu te juro, Felina! - A gata ficou me olhando, como se analisasse e buscasse por algo que confirmasse que eu estava mentindo. – É verdade, não estou mentindo.
-Está bem. – Disse por fim, grosseira e ainda com os braços cruzados. Mas pareceu desabar depois de um tempo, como se estivesse: - Estou cansada, Adora. Cansada disso tudo. – Seu corpo esguio jogou-se aos meus pés, apoiando as costas na parede da cabana, erguendo o joelho em sua típica pose pensativa: com a cabeça apoiada nele olhando para frente. Inconscientemente, suspirei. Tão linda! – Cansada de não conseguir ficar perto de você, de você sempre estar ocupada ou em uma grande bagunça que envolva sua morte! Por que você sempre se sacrifica por tudo? – Ela se virou minimamente para mim, mas não me olho. – Por que você nunca escolhe?!
