A identidade é algo que se constrói? Ou simplesmente nascemos com ela? E o destino? Nós realmente podemos interferir em algo ou tudo é tão premeditado que não resta nada além de observar? Eu sei She-ra tem deveres com o mundo e com as pessoas... Mas...
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está preso dentro da minha mente o que poderíamos ter sido mas eu continuo deixando-a ir
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Quando finalmente pousei no chão, ainda empunhando a espada percebi que estava em um local diferente. Franzi o cenho e olhei para minhas mãos, ela havia sumido e ao observar mais eu estava com um vestido longo e branco. Levantei-me e virei para trás, vendo-me em um espelho. Arregalei os olhos surpresa em me ver desta maneira: o cabelo louro solto escorrendo abaixo de meus ombros, quase em meus seios, uma túnica branca com alças finas e um cinto fino e dourado reluzindo em minha cintura, em meus pés uma sandália que subia circulando minha perna em tiras até pouco abaixo dos joelhos e por fim em meu rosto uma maquiagem leve, na cabeça uma linda tiara dourada.
Ouvi passos e me virei para a porta no instante seguinte que ela abriu e Felina passou com Cintilante logo atrás, ela segurando uma escova de cabelo.
-Ah, não! – A gata exclamou rindo vindo para trás de mim. – Adora, me proteja, ela quer me torturar!
-Pare de tanto drama, Felina. – Cintilante apoiou-se em sua cintura e a escova pairou sobre sua mão indo de um lado para o outro conforme ela se mexia. – Eu só estou tentando te ajudar!
-Não preciso de ajuda. – Disse mostrando a língua e sorri observando a cena.
-Será que podemos ir? Vamos nos atrasar. – Arqueiro apareceu vindo pela porta e parou atrás de Cintilante que foi em sua direção, aconchegando-se nos braços dele que sorriu para ela, ambos olharam-se intensamente com sorrisos cúmplices.
Neste momento foi como se a cena passasse em câmera lenta ou até mesmo congelasse. Olhei mais atentamente e vi que todos pareciam mais velhos. Estávamos mais altos! Cintilante tinha o cabelo mais curto e Arqueiro com barba e um corte diferente, Felina estava com a voz um pouco mais grossa e o cabelo crescido em juba como antigamente e eu, bom, eu continuava eu, com a mesma feição, mas com o cabelo ainda mais cumprido. Pisquei algumas vezes e foi como se tudo voltasse ao normal, meus amigos saíram dizendo que nos encontrariam lá e Felina adiantou-se para frente, dando alguns passos, mas voltando vendo que eu não a acompanhava.
Seus olhos heterocromáticos voltaram-se a mim e ela sorriu estendendo a mão em minha direção sorrindo com uma expressão carinhosa.
-Você vem?
Por um breve momento fiquei olhando-a em acreditar, sem entender, mas o calor de satisfação e prazer em meu peito me fez sorri e esticar a mão para ela, pousando-a suavemente sobre a sua, mas não consegui conter minha dúvida.
-Para onde, exatamente? – Perguntei e vendo que eu não avancei, ela veio até mim o que me fez arregalar os olhos e prender a respiração: Felina aproximou-se tanto que nossos corpos colaram um ao outro, principalmente na cintura, suas mãos puxavam-me para ela e repousavam em minhas costas, entrelaçadas. Seu sorriso se abriu mais. Talvez ela tenha percebido como fiquei.
