Chegamos ao hospital e foi uma correria louca, dois enfermeiros e um médico ajudaram a tirar o Caíque da ambulância e logo o levaram para a emergência, eu fiquei na recepção esperando totalmente perdido. As horas passaram e quando olhei o meu relógio já era quase 22:00 da noite. Sentei-me em um banco na e comecei a ficar angustiado, nenhum medico ainda tinha vindo me dar qualquer noticia.
Foi quando lembrei que nenhum parente do Caíque tinha sido avisado, então liguei na delegacia e pedi que Angélica informasse alguém da família dele. Informei o que tinha acontecido e disse que ficaria ali para acompanhar o Caíque até que alguém chegasse, ela queria vir mais achei melhor não.
Voltei a me sentar e quando encostei a cabeça na parede senti lagrimas descerem do meu rosto, até então eu tinha tentado me manter forte, mas era difícil sabendo que alguém que eu gostava tanto podia estar entre a vida e a morte. Quer dizer, como assim, eu odiava o Caíque, ele tinha sido o cara mais irritante do mundo até aquele momento. Eu nunca estive tão confuso em toda a minha vida.
Fiquei ali tentando entender o que eu sentia, até que um médico se aproximou.
- Você quem trouxe o Policial baleado?
- Sim, como ele está doutor?
- Vai ficar bem, perdeu muito sangue, mas conseguimos fazer uma transfusão que o salvou a tempo. A bala foi removida e ele já se encontra fora de perigo. Está acordado agora, deseja vê-lo?
- Claro, por favor.
Segui o médico até a sala em que Caíque estava, quando entrei o vi sentado na cama com um grande curativo no braço, ele sorriu quando me viu entrando, fiquei tão sem graça, porque era tão raro ele sorrir para mim. Eu me aproximei e fiquei parado ao lado da sua cama, então sem esperar comecei a dar tapas do peito dele.
-Seu idiota, porque fez isso comigo. Porque se colocou em risco dessa maneira.
Ele ficou surpreso e segurou minhas mãos, foi quando percebi que estava chorando de novo.
- Lucas, calma. Eu to bem. Foi só um susto.
- Sim, um puta de um susto, seu idiota.
Ele começou a rir. Foi quando fiquei mais bravo, então me afastei antes que eu desse um soco na cara dele.
- Pra quem diz que não gosta de mim, você ta bem alterado.
- Eu ainda não gosto de você, mas isso não significa que eu quero que você morra. Você e meu parceiro, eu me importo com você.
Ele ficou sério, então colocou a mão em cima da minha.
- Obrigado, por estar aqui comigo.
Aquele simples toque foi o suficiente para que todo meu corpo se arrepiasse, ficamos nos olhando por alguns segundos que pareceram uma eternidade, e eu senti meu coração apertar, ele não desviou o olhar de mim e eu senti naquele momento que algo havia mudado entre nós. Foi quando a porta se abriu e eu me afastei de supetão.
- Amor, o que aconteceu. Você está bem?
Uma mulher loira entrou no quarto e se aproximou do Caíque sem nem ao menos olhar para mim. Então o abraçou forte toda preocupada.
- Aline, o que faz aqui?
- A delegacia me informou do seu acidente, pediu que alguém da família viesse te acompanhar.
- A claro, esqueci que você ainda e meu contato de emergência.
- E porque eu não seria?
- Porque você terminou comigo, lembra?
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Eu Odeio Te Amar
RomanceLucas e um policial Gay que trabalha em uma delegacia especialista em lidar com casos de homofobia e preconceito. Nunca teve nenhum problema com os colegas devido ao fato de ser assumido, isso muda quando Caique, um policial preconceituoso e extrema...