Capítulo 8

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Não sei como consegui voltar para o meu carro, minhas pernas tremiam demais, eu estava em choque, e sem entender nada. Ele tinha me beijado, ele tomou a iniciativa, ele que demonstrou desejo e vontade por mim, e agora ele tinha ido embora todo assustado como se não soubesse ou não entendesse o que tinha feito. E claro que aquela reação não me causava surpresa, quer dizer, ele era "hétero", pelo menos até aquele beijo ele não tinha tido nada com homens, pelo menos não que eu soubesse então e claro que ele agiria daquela forma. Provavelmente ele iria agir como se nada tivesse acontecido, e por mim estava tudo bem.

Quer dizer, eu achava que estava tudo bem, mas quando cheguei em casa não conseguia tirar o beijo da minha cabeça, meu coração ainda estava acelerado, parecia que eu tinha vindo para casa a pé e não de carro. Sem falar na ereção que eu ainda sentia no meio das pernas, tomei um banho gelado e me deitei na cama sem comer nada, abracei o travesseiro e aproximei minha mão dos lábios, ainda estava ali o cheiro, o gosto tão característico dele.

Eu não podia negar, eu estava apaixonado por ele, na verdade sempre estive. Ele tinha tudo que eu odiava e amava em um homem, o sorriso, a brutalidade, o excesso de masculinidade tão característica, a rebeldia e o orgulho. E pra piorar ele tinha tomado a atitude, o que me fazia querer ainda mais ele. Mas quais as chances daquilo dar certo? E ainda tinha o Diego, eu estava namorando com ele, como continuar com alguém estando apaixonado por outra pessoa? Merda Angélica, porque você sempre tem que estar certa.

Não consegui dormir a noite, quando levantei de manhã precisei lavar bem o rosto para diminuir as olheiras e o inchaço, com muito esforço peguei meu carro e fui em direção ao trabalho. Por sorte ele ainda tinha dois dias de atestado então só o veria na segunda-feira. Corri para a recepção e encontrei a Angélica sentada em sua mesa.

- Precisamos conversar, se eu não contar para ninguém eu vou morrer.

- O que aconteceu?

- Eu vou me trocar e já te conto.

- Não mesmo, pode ir falando.

Ele veio me seguindo e entramos juntos no vestiário, esqueci que ela não tinha vergonha nenhuma e agia como se aquela delegacia não tivesse regras, então contei pra ela o que tinha acontecido na noite anterior, inclusive a parte em que eu estava apaixonado pelo Caíque. Ela agiu como eu esperava, começou a dar pulinhos e bater palmas de alegria.

- Eu sabia que isso ia acontecer, tava obvio. Só você não via.

- Claro que eu não ia ver o cara só sabia me irritar, eu tava pensando que eu sentia ódio por ele, mas longe disso né.

- Mas o que você vai fazer agora?

- Nada, vou esperar, quando ele voltar talvez ele converse comigo, provavelmente vai agir como se nada tivesse acontecido, não sei, vou esperar, e só o que posso fazer, e tem o Diego ainda né.

- Verdade, tem isso ainda. O que vai fazer com seu namoro?

- Não vou terminar com o Diego, quer dizer, eu não amo ele, mas não vejo futuro com o Caíque, então não vou trocar o certo pelo duvidoso.

Terminei de me arrumar e fomos para delegacia ainda conversando.

- Parece que de qualquer forma alguém ainda vai ser machucado nessa história.

- Talvez eu né, afinal, estou apaixonado por um e namorando com outro, quais as chances de isso dar certo?

Fui para minha mesa e comecei a trabalhar tentando esquecer tudo que estava acontecendo na minha vida pessoal, tinha quase uma semana que eu não via o Diego, então decidi mandar mensagem para saber se ele iria me ver naquele final de semana, demorou um pouco para ele responder, mas disse que ia me pagar no trabalho e de lá iríamos para minha casa.

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora