Eu queria não estar com as mãos ocupadas naquele momento para conseguir tirar uma foto, entramos em minha casa e encontramos minha mãe no sofá vendo TV, olhei para o lado e Caíque era o próprio fantasma, parecia que ia desmaiar. Sorrindo eu tomei a frente e fui até minha mãe lhe abraçar.
- Mamãe que surpresa, porque não avisou que vinha.
- Quis fazer uma surpresa, espero que não tenha problema.
- Se me disse que fez o jantar, problema nenhum.
- Claro que fiz, e o seu preferido.
- Lasanha?
- Claro, a não ser que tenha mudado de gosto.
- Não mesmo.
- Quem e esse seu amigo gato?
Olhei para Caíque que ainda estava no mesmo lugar, e ainda paralisado. Comecei a me preocupar.
- Mãe esse e o caíque, meu...
Minha vez de ficar sem graça, afinal ainda não tinha usado a palavra namorado para definir o que tínhamos. E Caíque ainda estava sem saber o que dizer o que não me ajudava nada. Minha mãe percebendo nosso nervosismo se aproximou de caíque e estendeu a mão.
- Acho que me lembro de você, dormiu aqui uma vez, pensou que Lucas fosse meu irmão.
Finalmente ele se mexeu e apertou a mão da minha mãe.
- E um prazer rever a senhora.
- E policial também?
- Sim, somos da mesma delegacia.
- Entendi, e há quanto tempo você transa com o meu filho?
Caíque ficou vermelho e olhou pra mim pedindo socorro.
- Mãe, pelo amor de Deus, ele ta quase morrendo de vergonha e a senhora ainda me solta essa.
- Ué, eu estou mentindo? A química entre vocês dois e palpável. Sabia que tinha alguma coisa quando vi você saindo correndo naquele dia.
- E, mas ainda não estávamos juntos naquele dia. Demorou um tempo para acontecer.
- Bom, então me senta e conta tudo, sei que tem uma linda história aqui.
Minha mãe puxou caíque pelas mãos e se sentou com ele no sofá, quando percebi os dois estavam conversando um papo lindo sobre nosso relacionamento, eu me sentei no outro sofá e quase chorei quando ouvi ele dizer o quanto eu tinha mexido com ele e o quanto me amava, era incrível ouvir ele falando e de vez em quando olhando para mim.
O amor tem dessas né, quem diria que um dia eu veria um homem com o histórico do caíque ali na minha sala conversando com a minha mãe como se eles se conhecessem há anos, e que orgulho da minha mãe que fazia ele se sentir bem vindo e tão confortável com ela, aquilo era tudo o que eu sempre tinha sonhado.
De noite depois de jantarmos, minha mãe foi para o quarto de visitas e nos dois ficamos no sofá juntinhos vendo filme. Eu estava com o rosto deitado em seu peito, meu lugar preferido de todos.
- Sua mãe e incrível Lucas, eu não imaginava que fosse ser assim tão perfeito.
- Eu sabia. Minha mãe sempre foi incrível, sempre me aceitou, sempre me amou, ela só quer que eu seja feliz.
- Achei fofo que você engasgou na hora de dizer o que tínhamos. Achei que fossemos namorados.
- Bom, nunca houve um pedido formal por nenhum dos dois.
- Isso e um a indireta?
- Digamos que eu não vou fazer pedido nenhum, então a bola está com você.
- Porque você não pode fazer?
- Não me parece certo.
Ele começou a me fazer cócegas, como quem estava mudando de assunto.
Mas pensando bem o que tínhamos naquele momento era tão especial que eu não via problema nenhum em dar um nome. Estava tudo lindo do jeito que estava.
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Eu Odeio Te Amar
RomantiekLucas e um policial Gay que trabalha em uma delegacia especialista em lidar com casos de homofobia e preconceito. Nunca teve nenhum problema com os colegas devido ao fato de ser assumido, isso muda quando Caique, um policial preconceituoso e extrema...