Caíque
Eu ainda me perguntava se era mesmo gay, minha mente estava cheia de dúvidas, mas em meio a todas aquelas incertezas, existia um fato: eu estava completamente apaixonado por Lucas, e não estava nem um pouco confuso sobre querer ele para mim.
Mas tinha o fato de que ele estava saindo de um termino que podíamos chamar de traumático, e além disso ele tinha medo de se entregar para mim e se arrepender depois, o que era um medo válido uma vez que eu me encontrava confuso e não sabia como reagiria ao fato de ter um relacionamento sério com ele.
Quantas vezes naquele dia me peguei olhando para ele trabalhando em sua mesa, as vezes eu o via sorrir, outras fazia caretas de concentração, as vezes se levantava só para pegar água, outras apenas para jogar conversa com Angélica, que o fazia dar os sorrisos mais lindos que eu tinha visto.
Eu sempre tive um tipo, sabia perfeitamente o que uma mulher precisava ter para me deixar em suas mãos, ou para pelo menos investir em uma tentativa de relacionamento. Mas com Lucas foi completamente diferente, ele foi abrindo espaço no meu coração com uma facilidade tão incrível, que todo o resto se tornou nada. O mais confuso era saber que tudo nele me atraia, não tinha nada que eu quisesse mudar nele, talvez o jeito bruto se ser?
Mas mesmo nos momentos que me irritava ele me fazia feliz, porque eu cresci com as pessoas ao meu redor fazendo o que eu queria, mas ai ele veio com toda aquela rebeldia e tornou as coisas bem mais complicadas, quando eu percebi que a raiva que eu sentia não era raiva, deixei tudo fluir, e hoje estou aqui apaixonado por outro homem, parecendo um adolescente no auge da puberdade.
Estava ainda olhando para ele quando percebi Angélica na minha frente estalando os dedos.
- Vocês estão mesmo caidinhos um pelo outro, porque não resolvem logo isso?
- Não acho que ele esteja preparado para algo novo.
- Não e o que parece amor, ele aceitou ir comigo para o barzinho hoje, talvez seja a sua oportunidade.
- E fazer o que?
- Sei lá, o mesmo que você faz com as mulheres, toma uma atitude, chega junto.
- Ele não e como as mulheres que eu sai, e muito mais especial.
Falei isso ainda olhando para ele, que parecia estar com dificuldade para grampear algo em sua mesa, como era fofo.
- Meu deus, isso foi tão romântico.
Olhei para Angélica.
- Acha que devo mesmo ir com vocês?
- Acho, talvez seja uma chance de você mostrar quem e o dono do pedaço.
- Isso e tão machista.
- Machista, sexy, você quem sabe. Mas esteja pronto as nove horas.
Ela saiu sem dizer mais nada, olhei o relógio, já era cinco horas.
Passei o resto do dia arrumando meus papéis, quando eram quase nove horas fui até o vestiário me trocar. Quando cheguei ele já estava lá quase pronto.
- Tudo bem mesmo se eu ir com vocês?
- Claro que sim, vai ser bom. Leandro acabou de me mandar o resultado da entrevista, eu passei.
- Sabia que ia.
Me aproximei dele e o abracei forte, senti seu cheiro, e fiquei embriagado, ficamos ali quase um minto, até que ele me soltou.
- Obrigado.
- Agora tem uma desculpa então para beber né?
- Sim. Angélica e eu vamos esperar lá fora, não sei se ela disse, mas você vai ser o motorista.
- Porque eu ?
- Porque eu e ela queremos ficar loucos.
Sorrindo ele saiu colocando a mochila nas costas. Sem opções comecei a me trocar.
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Eu Odeio Te Amar
RomanceLucas e um policial Gay que trabalha em uma delegacia especialista em lidar com casos de homofobia e preconceito. Nunca teve nenhum problema com os colegas devido ao fato de ser assumido, isso muda quando Caique, um policial preconceituoso e extrema...