Capítulo 10

1.6K 135 17
                                    

Cheguei no prédio dele e desci do carro com o coração acelerado, parece que eu tinha corrido uma maratona para chegar ate ali. Minhas mãos estavam suando, e meus pés agitados quando toquei o interfone, o porteiro perguntou quem era, e eu dei meu nome, alguns minutos depois o portão se abriu, sorri, ele deixou eu subir, já era alguma coisa. 

Enquanto o elevador subia eu pensava no que dizer, será que contava o que sentia por ele? Será que fazia um esforço para sermos só amigos? Será que ele ainda estava com raiva de mim e talvez tenha eu deixado ele subir apenas para me xingar de novo? Eram tantas opções, e nenhuma parecia a certa. 

Sai do elevador e dei duas batidas na porta, ouvia vozes, pensei que ele estava sozinho, mas pelo visto não, pensei em voltar, não queria encontrar o namorado dele, mas quando estava quase dando a volta, Angelica surgiu toda sorridente. 

- Oi Caique, que bom que apareceu. Entra ai. 

Ela não parecia nem um pouco surpresa em me ver, eu sorri e entrei no apartamento, acertei quando disse que ele não estava só, ele estava no sofá ao lado do namorado, um outro homem que eu não conhecia estava no chão mexendo em um par de dados, pelo visto eu estava interrompendo uma noite de jogos entre amigos. Lucas ficou surpreso quando me viu. Não entendi nada, afinal ele não tinha deixado eu subir? 

- Espero não estar atrapalhando. 

- Que nada, começamos a pouco tempo, vai ser bom ter um jogador a mais, fico feliz que tenha conseguido vir. Lucas e Diego estão perdendo feio para mim e Vitor. 

Ela piscou para mim, então entendi o que ela estava fazendo, e entendi também porque Lucas estava assustado com minha presença ali. Cumprimentei todos, inclusive Diego, e mesmo sendo imaturo coloquei um pouco de força a mais no aperto dele. Eu não fui com a cara dele desde a primeira vez, e isso ficou ainda pior quando ele começou a namorar Lucas. 

- Quer beber uma cerveja? E o que tem de melhor na geladeira do Lucas. Isso porque trouxemos, acredita que ele só toma vinho? 

- Eu vou aceitar uma, então, o que estão jogando? 

- Começamos por uno- disse Vitor ainda no chão -  mas como eles perderam feio nos obrigaram a mudar para banco imobiliário. Tô arrumando o tabuleiro. 

- Legal, adoro esse jogo. 

Me sentei no chão e sorri para Lucas, que ainda parecia muito desconfortável com minha presença. Mas eu não ligava, eu iria voltar a ter ele em minha vida, mesmo que fosse só como amigo, e forçar minha presença talvez fosse o começo para isso. 

A noite foi passando normal, e quando vi estávamos absortos em uma noite de jogos incrível, com a minha chegada Lucas e Diego perderam ainda mais, e quando percebi eu estava sorrindo e brincando como a tempos não fazia. Lucas voltou a conversar comigo normalmente, e o beijo e as brigas pareciam ter sido em outra vida. Eu sinceramente esperava que aquilo fosse um sinal de trégua. Com Diego já fui maios frio, falei somente o necessário, e percebendo que eu não tinha gostado dele, ele parou de tentar forçar uma amizade. 

Algumas horas depois começamos a falar em terminar a noite de jogos, então eu me levantei e fui até o banheiro, no caminho no entanto ouvi uma voz, era Diego que aparentemente falava ao telefone, mesmo que fosse errado, eu parei para ouvir. 

- Não amor, eu estou no hotel nesse momento. Mas amanhã se tudo der certo eu volto. Sim, também estou com saudade. Um beijo. 

Corri para o banheiro e fechei a porta sem acreditar no que tinha ouvido. Mil coisas passaram pela minha cabeça. Não podia ser verdade, mesmo que não gostasse do rival ele não imaginava que ele fosse um traidor. 

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora