XVI

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“E que cada estrela intocável
do céu, seja um beijo
que eu ainda não te dei.”

— Flagelos de um poeta.


Noite de segunda
7:01 pm

 

Assim que terminaram o jantar, a louça ficou por conta dos dois mais jovens, Ângela havia ido assistir seus programas favoritos na sala ao mesmo tempo que costurava algumas roupas danificadas, enquanto Frank também estava lhe fazendo companhia, entretanto optou por ficar em suas redes sociais mesmo quase não sabendo mexer direito. Eddie e Richie tiraram a mesa e enquanto Eddie ia lavando, o outro ia limpando as coisas e colocando tudo de volta no lugar e deixando tudo bem limpinho, trocavam uma conversa animada que nem perceberam que terminaram a tarefa bem mais rápido.

— Sério, por um momento achei que eles não iriam deixar a gente namorar... Meus pais são bem conservadores como pode perceber, e tem toda a questão do motivo de você estar aqui.

Disse Eddie desligando a torneira e enxugando as mãos.

— Eu temi por isso também, mas tinha uma certeza dentro de mim de que iria dar tudo certo, e deu...

— Eu também tive, essa certeza Chee. Porém você me pegou de surpresa.

— Por que?

— Porque pedir permissão aos pais, para namorar, não é mais tão comum nos tempos de hoje.

— Oh... Então eu realmente devo ser um viajante do tempo, como você diz.

— É, com certeza.

Responde abraçando ele por trás, enquanto Richie terminava de passar o pano na mesa a deixando um brinco, Tozier sorriu e olhou para trás e sorriu. Logo, virou-se e segurou o menor pelo rosto com as duas mãos, lhe selando os lábios, só que não durou muito.

— Vamos lá fora, um minuto? — Sugere Kaspbrak assim que o beijo teve fim.

— Eles vão deixar?

— Claro, a gente não vai sair pra canto algum, é só que do quintal de casa o céu fica muito bonito, quando não chove.

— Então avise primeiro, meu bem.

— Meu Deus Richie! Você tem mais medo da minha mãe, do que eu que sou filho dela.

— Apenas preocupação... — Riu um pouco. Eddie riu também, mas entendia o lado dele, Ângela realmente causava medo pelo seu jeito autoritário, Frank apesar de tentar parecer mais sério, nem se comparava com ela. O jovem foi até a sala e disse:

— Mãe, nós vamos ficar lá fora, uns minutos.

— Eddie, você sabe que quando pega sereno amanhece gripado... — Ela disse costurando.

— Eu não vou, ainda está cedo.

— Certo, depois chamo vocês.

Concorda, retornando a cozinha, Richie estava lhe esperando quando segurou na mão dele, e lhe conduziu pela porta que dava acesso no quintal da casa. Realmente a casa dos Kapsbrak era um mais pouco alta, e no quintal havia uma árvore enorme de Oliveira que fica mais acima já que o terreno meio montanhoso, haviam alguns pontos mais altos que outros e era justo para um desses pontos que eles iriam.

Andaram um pouco mais, até que se afastam de casa por completo, sentam-se em uma das raízes da árvore observado o relento no horizonte, um céu com poucas estrelas no entanto, o suficiente para encher os olhos. Era noite de lua nova, e ela estava numa tonalidade meio avermelhada muito grande, Richie perdeu longos segundos olhando para a mesma como se tivesse ficado hipnotizado, não se lembra de já tê-la visto tão linda assim durante sua vida toda.

Strange DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora