Strange Destiny

XX

“Meu nome é o que você quiser que seja, e eu só vou te chamar de meu. Estou fora de mim, mas sou seu amor, ecos do teu nome dentro da minha mente auréola, escondendo minha obsessão. Eu já fui hera venenosa, mas agora sou sua margarida.

E amor, por você, eu cairia em desgraça apenas para tocar seu rosto, se você fosse embora, eu te imploraria de joelhos para ficar...

Não me culpe, o amor me deixou louco* se você também não fica, não está fazendo direito, oh senhor, salve-me, minha droga é meu amor, vou usá-la pelo resto da minha vida.”

– Don't Blame Me (Taylor Swift)

Richie andou para o mais longe que podia da residência dos Kaspbrak, a cada passo que dava uma lágrima escorria pelo rosto, ouviu Eddie lhe chamar mas precisava ficar um pouco longe dele, precisava ir atrás de suas próprias respostas e entender o porquê sua cabeça estava doendo tanto.

Sempre soube, algo dentro de si dizia que havia algo de errado, algo de errado no tempo, não conseguia pensar ou raciocinar de acordo com essa nova época, ainda lembra do quanto foi difícil entender as coisas dos dias de hoje, Richie apesar de ter "morrido" jovem demais, mas os tempos eram outros, e tudo era muito confuso agora, não tem nem um dia inteiro que se lembra da sua vida passada, não dela toda porque faltam vários fragmentos, porém de uma grande parte sim.

Limpou os olhos, no entanto suas lágrimas insistiam em descer.

Parou de andar, quando se deu conta de que já estava longe o bastante da casa, olhou em volta, lembra que fez esse mesmo trajeto nas vezes que saiu com eles, e também no dia que foram andar de bicicleta e que caiu, decidiu continuar andando, mesmo receoso por não conhecer o suficiente a região, mas precisava pensar e precisava fazer isso sem estar perto de pessoas que lhe deixavam mais confuso ainda, não que Eddie seja uma dessas pessoas, porém ainda está muito chateado com ele, ele não tinha o direito de lhe esconder sua história, por mais surreal que seja ela.

Não tinha...

Não é apenas a sensação de perda, é tudo que vem guardando dentro de si por dias vindo a tona, a dor, a saudade de sua mãe, que até então é a única que consegue se lembrar, o medo do que vai ser do futuro, e dessa sua "nova" vida, por que quanto mais ele tenta pensar no futuro, mais sua cabeça dói. E bem lá no fundo, Richie sentia como se...

Como se o futuro talvez, pudesse deixar de existir para ele, a qualquer momento, e isso lhe faz ter mais medo ainda, não tem medo de morrer de novo, se isso significar voltar de onde veio, ele tem medo de voltar ao vazio outra vez ou simplesmente sumir, sua história desaparecer junto consigo, e chegue um dia que nem mesmo Eddie lembre dele.

Já era noite.

Eddie estava na sala, inquieto, olhava no relógio de dois em dois segundos, e a cada hora que se passava, seu coração apertava ainda mais, a angústia aumentava junto com a vontade de chorar.

— A gente têm que ir atrás dele! Ele se perdeu, eu tenho certeza.

— Ele não está perdido Eddie.

— São sete horas! Ele saiu e não eram nem uma da tarde! Quem sai pra pensar e demora quase seis horas? Porque não sei se contaram, mas é esse o tempo que ele está fora, SEIS HORAS.

— O Richie já é um adulto! – Frank disse calando ele — Entende isso! Eu sei que ele estava sem memória-

— Ainda está! Ele ainda está!