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“O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que
têm medo
Muito longo para os que
lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.”

– Henry Van Dyke


Manha de segunda-feira.

(9:24 AM)

'Eddie Kaspbrak'

— Daí meu pai ficou bravo, só porque eu falei a verdade: que ele votou em um político que não faz trozombas alguma pra nossa cidade e disso todo mundo concorda. Daí ele me mandou sair da mesa, é incrível irritar pessoas que não tem argumentos nenhum, não é? Eddie? EDDIEEEEE!

— Oi, o quê? – Desperto-me dos devaneios, olhando para Stanley que tagarelava sem parar sobre sei lá o quê.

— Cacete, eu tô falando com você há horas! No que é que tanto pensa?

— Uh, em nada demais.

Menti comendo uma bolacha, a verdade é que eu não consegui tirar Richie dos meus pensamentos por um só segundo. Hoje, quando desci, ele já estava acordado ajudando minha mãe a colocar a mesa do café enquanto conversavam, não sei mas essa cena me pareceu bem mais rotineira que o normal, como se visse todos os dias e já estivesse acostumado com isso.

Quando nossos olhares se encontraram eu só faltei ter um ataque cardíaco, juro por Deus que não é exagero! Minha mãe olhava pra gente com aquele olhar de quem sabe o que vem pela frente a todo instante. Graças a Jesus ela não contou ao meu pai e ele nem pareceu perceber o clima estranho ali, não troquei muitas palavras com ele pois estava atrasado, desde então estou mais aéreo que usuário de drogas...

— Você não me engana, fala logo, o que foi que rolou dessa vez com a Eleven-man?

— Eleven-man?

— É meu novo apelido pro esquisito lá.

— Para de chamar ele assim! — Olho irritado para Uris, onde deu uma risada.

— Ui, me bate logo.

— Não tem graça Stan, o nome dele é RICHIE.

O nome dele é Richie, nhe nhe nhe... – Afina a voz pra ficar igual a minha, reviro os olhos com tanta infantilidade. — Ai fala sério, desde que esse cara apareceu de seja lá onde, você não para mais de falar dele! É Richie pra cá, Richie pra lá, todo assunto você coloca ele no meio, que saco!

Fechou a cara.

— Isso é ciúmes, Stan?

_ Não, claro que não! Mas sei lá, às vezes você esquece que um dia ele vai ter que ir embora.

— Ou não.

— Do que tá falando?

— Não sabemos se realmente vai sair um bom resultado sobre ele na delegacia, e talvez ele pode... Ficar por aqui mesmo, arrumar um emprego, ou...

— Eu não tô acreditando que estou ouvindo isso! Sério.

— Qual é? A gente sempre têm que ter um plano B, se caso as coisas não derem certo.

— Plano B? Cara, ele é um DESCONHECIDO. Você não sabe nada sobre ele, nem seus pais, acha mesmo que não deixar ele ficar na casa de vocês só por que você tá todo apaixonadinho?

— Eu não tô “todo apaixonadinho”.

— Ah, não. Claro que não, né? Eu tô cego por acaso?

— Stan... Eu só quero ajudar ele.

Strange DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora