CAPÍTULO XXX - PENSAMENTOS FELIZES

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Permanecemos dentro do pequeno barco apreciando a companhia um do outro, até que eu tomei consciência que poderia escurecer e os outros estariam preocupados

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Permanecemos dentro do pequeno barco apreciando a companhia um do outro, até que eu tomei consciência que poderia escurecer e os outros estariam preocupados

- Melhor voltarmos Ed. Ainda temos um piquenique, lembra?

- Já? O tempo passa tão rápido

- Vamos antes que Pedro lhe puxe pela orelha

Ambos rimos e saímos com cuidado para não tropeçar. A brisa continuava leve e o meu coração estava calmo e feliz. Nunca que passaria pela minha cabeça que viveria tudo o que está acontecendo ultimamente. Tenho muitos sonhos, mais sinto que metade deles já foram realizados só pelo fato de estar em Nárnia. Mesmo assim, a saudade que eu tenho de casa aumenta cada vez mais, de modo que eu não consigo esquecer e acabo remoendo em minha memória de tempos em tempos. É inevitável, minha cabeça não consegue mais se ocupar com todos os passatempos que me mantinha entretida no início, eu me pergunto o tempo todo se irei ficar aqui para sempre, ou se existe alguma possibilidade de voltar para casa, mesmo que por última vez

Mas ao mesmo tempo em que considero voltar, sinto que seria injusto com todos que conheci aqui. Injusto porque não me sentiria capaz de dizer adeus a todos eles, a saudade culminaria e me enfraqueceria, além de saber que o tempo daqui é diferente de lá, e se eu retornasse tudo poderia estar diferente. Também tenho medo de abandonar Edmund e nunca mais o ver. Eu o amo com todas as minhas forças e sei que não conseguiria me despedir desse garoto, que me mostrou como amar alguém, e que me mostrou que tudo acontece de uma maneira diferente do que imaginamos.

- No que tanta pensa? (Ed pergunta enquanto observava que eu andava refletiva e em silêncio)

- Em nada

- Você sabe que pode me dizer o que quer que seja, sou o seu namorado mais acima disso sou seu amigo, pode confiar em mim

- Eu sei... Mas, realmente não é nada, não se preocupe (vejo que ele não acredita em minha resposta, mas mesmo assim anue e prossegue o caminho)

Eu não queria dizer o que pensava porque não queria machucá-lo, não queria que ele sofresse antecipadamente por algo que pode não acontecer. Isso é o que mais dói, não poder ser sincera o tempo todo e não falar o que me aflige com medo de outras reações, mas eu estava disposta a tirar isso da minha cabeça e deixar o tempo resolver, ou apenas aplacar o que sentia

Depois de alguns minutos, que mais pareceram horas, avistamos o piquenique ao longe e todos que participavam acabaram nos vendo também

- Achei que nunca mais veria os dois (Elena diz dramaticamente), o que andaram fazendo crianças?

- E porque está tão preocupada mamãe?

- Mães se preocupam com seus filhos, agora me conte tudo: eu quero detalhes

- Não estou afim de narrar algo tão complexo, mas acho que isso serve (disse a última frase apontando o anel em meu dedo e vendo a cara de espanto/orgulho/felicidade de Elena)

POR ALGUMA RAZÃO | As Crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora