Onde eu fui me meter?

Cap. 33

- Me permita te elogiar, - sorri, confirmando com a cabeça, deixando ele continuar - você está linda!

- Muito obrigada.

Ele indicou a cadeira a sua frente, a arrastando para eu me sentar, andei até ele, sentando.

- Espero que você goste, preparei lagosta.

- Não fazia ideia que Mark Briggs cozinhava. Me surpreendeu!

O moreno deu risada, passando a mão nos cabelos sem jeito, pegando a panela quente e a descansando no meio da mesa.

- Há tantas coisas que sei fazer que você não faz ideia ainda.

Ele falou se sentando a minha frente, me olhando intensamente, seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos estavam um azul tão claro, que me assustei com a profundeza deles.

Me ajeitei na cadeira, um sorriso de canto dançou em seus lábios, ele sabia que seu comentário tinha mexido comigo.

- Ah! Me desculpe, eu me esqueci, - ele falou levantando novamente, pegando uma garrafa de vinho da geladeira de duas portas, as vezes eu me surpreendo com o tanto de dinheiro que esse rapaz tem, pra que uma geladeira precisa de duas portas?! Uma já não basta?! - vinho?

- Com certeza!

Ele concordou, pegando duas taças, despejando o líquido vermelho escuro em ambas, me entregando uma delas.

- Vi sua mãe no saguão de entrada.

Comentei, queria saber por que aquela piranha estava no apartamento dele justo no dia que iriamos jantar, será que ela falou algo?

- Ah sim, - ele falou dando de ombros - ela veio saber como estava a minha boate, - então Elizabeth está tentando arranjar uma desculpa para contar toda a verdade para Mark, perguntando se está tudo bem na boate dele, que vadia - quer que eu coloque para você?

O rapaz estendeu a mão para pegar meu prato, fiz que sim com a cabeça com um sorriso, estava imersa em meus pensamentos para responder devidamente.

Não queria magoa-lo, muito menos desapontar Flynn, me envolvi em uma situação onde se eu correr a fera me morde e se ficar a fera me devora e subitamente uma ansiedade se instalou em meu peito.

Mark colocou um pouco de comida no meu prato, o descansando em minha frente na mesa, o cheiro maravilhoso adentrou minhas narinas, fazendo eu voltar para a realidade.

- O cheiro está maravilhoso, Mark!

O moreno deu risada, se ajeitando na cadeira, colocando a comida em seu prato também.

- Espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro.

Ele falou rindo desajeitado, tomando um gole do seu vinho.

- Tenho certeza que está.

♡♡♡

A lua estava cheia lá no céu, iluminando a escuridão da noite, nossos pratos estavam sujos sobre a pia da cozinha, meus saltos estavam jogados no chão da varanda, enquanto eu e Mark estávamos sentados na sacada, com os pés para fora do prédio, o trânsito estava cheio lá embaixo nas ruas.

- Eu amo ver a cidade a noite.

Falei tomando mais um gole do meu vinho, já estávamos no final da garrafa, o álcool correndo pelas minhas veias fazia os problemas desaparecerem.

Olhei para o moreno ao meu lado, suas bochechas estavam meio rosadas pelo álcool, sua blusa estava com uns botões abertos, mostrando sua pele debaixo da blusa.

- Eu gosto de você Vic, - ele falou de repente me olhando nos olhos, suas íris estavam mais claras que o normal era um azul tão claro que não me surpreenderia se falassem que Maldivas eram na verdade em seus olhos - de verdade, eu gosto de você.

Dei risada, jogando a cabeça para trás, acabando com o conteúdo da minha taça.

- Você só está dizendo isso porque está bêbado.

Mark chacoalhou a cabeça, arqueando as sobrancelhas.

- Não! O álcool não nos faz mentir, nos faz falar a verdade, - ele passou uma das mãos em meu rosto, arrumando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha - Victoria Justine, eu gosto de você.

Uma mistura de emoção e pânico se formou, Mark gostava de mim, gostava da personagem que eu estava atuando e mais uma vez aquilo tudo se tornou tão errado, que não aguentei a bagunça dos meus pensamentos e o beijei.

O beijei para abafar a voz sóbria da minha cabeça, para mais uma vez deixar de lado a Mia White que me implorava para eu parar com tudo isso, que me implorava para não magoar aquele homem que eu estava começando a criar sentimentos.

Ele se assustou com o beijo repentino, me segurando pela cintura, deixando ainda mais nossos corpos colados, conseguia sentir sua respiração começando a ficar mais ofegante a cada segundo, enquanto o beijo começava a ficar mais quente.

Passei meus dedos entre seus cabelos, sentindo cada fio escuro e sedoso fazer cócega em minha pele, uma brisa fria passou por nós, me fazendo arrepiar de frio.

- Melhor entrarmos.

O moreno falou ao perceber meu frio repentino, me ajudando a descer da sacada, pegou meus saltos com cuidado, me conduzindo para dentro, senti o cômodo girando levemente, talvez não deveria ter bebido tanto vinho.

 - Mark... - falei envergonhada por me encontrar bêbada em seu apartamento, no nosso primeiro encontro definitivo - acho que já vou.

Ele me olhou arqueando as sobrancelhas, parecia que estava processando o que eu havia falado

 - Como?! Não vou deixar você ir embora assim, deixa eu só fazer um chá para você, se daqui a... - ele olhou no relógio preso na parede da cozinha -  umas duas horas você estiver sóbria aí posso pensar em te deixar ir.

Concordei com a cabeça, enquanto ele me conduzia até o sofá da sala, me colocando sentada no meio das almofadas, parecia que meu corpo tinha se ajustado perfeitamente sobre elas. 

 - Já volto, - ele falou me olhando preocupado - gosta de chá do que, linda?

- Camomila, - respondi, ele me chamou de "linda"? - pode ser camomila.

Ele concordou com a cabeça, saindo da sala. O observei indo até a cozinha, colocando água em uma caneca, depositando-a um uma das bocas do fogão.

Aqui está, mais um cap com o Mark maravilhosooo