Cap. 30

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- Falei isso mesmo?

Perguntei, meu coração descompassou, seus olhos estavam fixos nos meus, as sobrancelhas estavam arqueadas, enquanto suas mãos ainda estavam em volta da minha cintura.

- Falou, - um sorriso começou a lutar para aparecer em seus lábios - relaxa, Vic! Pessoas bêbadas falam coisas estranhas mesmo, não estou preocupado.

Meu corpo relaxou em seus braços, enquanto um sorriso dançava e seus lábios.

- Mas, - ele continuou - se já estivermos em posição de pedir coisas um para o outro, queria te pedir que me contasse tudo, pode ser sincera comigo, estamos nos divertindo, ainda não conversamos sobre isso que estamos tendo, mas só o que importa é que estamos bem né? - ele suspirou, seus olhos estavam azuis, era evidente que não estava pensando muito para falar e isso o deixava sem jeito e falando sem parar - Gosto de estar com você e tenho medo de te assustar, ir muito rápido ou fazer algo que você não goste, então tenho que te pedir comunicação.

Passei as mãos em seus cabelos, ele fica lindo sem jeito, com suas bochechas levemente coradas, um sorriso tímido apareceu em meus lábios pelo meu pensamento repentino.

- Eu sou sincera com você, - essa frase apertou meu coração - só comunicação você deseja sr. Briggs?

Ele concordou com a cabeça, colando seus lábios nos meus, suspirei em surpresa, me derretendo em seus braços ao passo que sua língua deslizava para dentro da minha boca, nossas línguas estavam desesperadas, uma clamando pela outra, enquanto meus dedos afundavam em seus cabelos escuros como a noite.

Suas mãos se submergiram por baixo da minha regata, seus dedos encostaram em minha pele me fazendo arrepiar por inteiro, subindo calmamente até o fecho do meu sutiã e o soltou, suspirei entre o beijo, dando uma mordiscada leve em seu lábio inferior, o moreno cobriu um dos meus seios com a palma da sua mão aquecendo-o, assim, arrastando preguiçosamente seu polegar por cima do meu mamilo, fazendo movimentos circulares, um gemido abafado soou entre meus lábios, joguei minha cabeça para trás, tentando acalmar minha respiração acelerada.

Mark começou a mordiscar meu pescoço, sua respiração acariciando minha pele estava me enlouquecendo, quando começamos a escutar um toque de celular em seu bolso.

- Mark... - suspirei, ele continuou - Mark! Seu celular.

O moreno suspirou derrotado, se endireitando, tirando suas mãos de mim, pegando seu celular, atendendo a chamada.

- Jason! Espero que seja importante! Estou ocupado agora...

Mark me lançou um olhar intenso, mordi meu lábio inferior sufocando um suspiro. Me endireitei, levando as mãos as costas, fechando meu sutiã, enquanto o moreno começava a se afastar de mim, andando até o outro lado da ilha da cozinha, se sentando em um dos bancos.

- Quer que eu confirme a presença dela já?! - ele perguntou arqueando as sobrancelhas - Nem a convidei ainda! - suspirou, passando os dedos na pedra da ilha - Bom, faremos assim meu primo mimado, falarei com ela agora, depois te ligo, não há pressa, ela aceitando ou não uma cabine é minha, não irá mudar o número de cabines ocupadas.

Cabine? Do que eles estão falando?

Uma risada, concordando com a cabeça, olhando para o chão.

- Relaxa, não irei arruinar seu casamento.

Ele desligou, levando o celular ao bolso novamente agora seus olhos estavam focados totalmente em mim.

- Lembra da Natasha? - ele perguntou, concordei com a cabeça, como esquecer de uma morena cacheada tão linda como Natasha?! - Ela vai se casar com meu primo como ela mesma já havia te falado, a cerimônia e a festa vão acontecer semana que vem, quer ir comigo?

Seus olhos azuis me fitavam, seus cabelos estavam desarrumados.

- Natasha não vai se incomodar com a presença de uma estranha em seu casamento?

- Claro que não! Ela te amou.

Sorri, também amei ela, estava tão animada em dizer "meu noivo", a cerimônia vai ser linda, com certeza.

- Eu vou, pode confirmar minha presença.

♡♡♡

- Qual é! Claro que cabiam os dois naquela porta!

Mark exclamou, jogando uma almofada na televisão onde Rose e Jack davam seus últimos votos de amor.

Suspirei, limpando as lágrimas que insistiam em escorrer pelo meu rosto, fingindo não escutar o comentário desnecessário do moreno. Jack amava Rose, amava tanto que a fez prometer ter uma vida bela, seguir em frente, mesmo que se fosse sem ele.

- Ele a salvou, Mark. De todas as formas.

- Poderia ter se salvado junto no processo.

Ele tirou os olhos da televisão, se ajeitando no sofá, passando um dos braços em volta dos meus ombros, me trazendo para mais perto.

- De qualquer jeito ele deveria morrer, - comecei, me encolhendo em seus braços - o filme é exatamente isso, um amor "proibido", uma perda trágica.

Mark passou às mãos em meus cabelos, descansando sua cabeça na minha, respirando profundamente.

- Rose fez tudo o que ele prometeu que faria com ela, - continuei, afundando meu rosto em seu pescoço, sentindo seu perfume amadeirado - ir em uma montanha-russa até vomitar, andar a cavalo com uma perna de cada lado, tenho certeza que ele cumpriu o que prometeu, esteve com ela em todos esses momentos. Ele sempre vai estar com ela.

- Você tem uma percepção profunda do filme. Eu gosto disso.

Sorri, abrindo a boca para falar algo, quando seu celular nos interrompeu novamente, que celular atrevido!

Ele se remexeu no sofá, pegando seu aparelho, atendendo a chamada.

- Fale. - sua voz era séria, não estava como segundos atrás, calma, preguiçosa - Como você deixou isso acontecer Sam?! Ok! Em 10 minutos estou aí!

Desligou o celular, virando sua atenção para mim, me abraçando carinhosamente, respirando profundamente.

- Obrigado, Vic. Vou vir de surpresa mais vezes!

Dei uma risada abafada, retribuindo seu abraço, seu perfume amadeirado adentrou pelas minhas narinas.

- Preciso ir.

O moreno murmurou, mas não se soltou do abraço, como quem se pergunta se deve ir ou ficar.

- Pode ir.

Respondi, com um sorriso de canto.

Onde eu fui me meter?Onde histórias criam vida. Descubra agora