Cap. 12

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- Eu me chamo Elizabeth Briggs. - meu estomago se revirou ao ouvir aquele sobrenome, tinha um sorriso gentil em seu rosto - Venha, vou te apresentar minha família, assim você não fica sozinha.

A mulher começou a andar para o meio do salão, se esgueirando pela aglomeração. Comecei a andar atras dela, com medo de ser pisoteada, estava me sentindo totalmente inferior ali.

Passamos o salão todo, chegando a uma mesa em um canto, na frente de um palco o qual iria ser o leilão.

- Desculpa a demora, querido. - ela se dirigiu a um homem que estava sentado tomando algo, olhando ao redor, depositando um beijo em sua testa. - Encontrei Victoria no caminho, ela estava sozinha.

Ele me olhou de baixo a cima, com certeza me avaliando, seus olhos eram diferentes do da Elizabeth, eram quase pretos, sua barba estava por fazer, um sorriso apareceu em seus lábios finos. Um sorriso que deveria ser gentil, mas para mim, havia algo escondido ali.

- Muito prazer Victoria, sou Antony, sente-se.

- O prazer é todo meu. Muito obrigada.

Falei com o sorriso mais gentil dançando em meus lábios, me sentando em uma cadeira, descansando minha taça com um pouco de champanhe na mesa, Elizabeth sentou-se do lado de Antony, olhando ao redor preocupada.

- Onde está Mark?

Gelei ao ouvir aquele nome, uma pontada fisgou em meu peito, me fazendo me ajeitar em minha cadeira, passei as mãos em meu colo em um gesto de ansiedade, alisando o tecido do meu vestido.

O homem passou as mãos nos cabelos da mulher, a olhando nos olhos, começando a falar:

- Falou que queria beber algo e...

- Estou aqui mãe.

Aqueles mesmos olhos azuis apareceram em meio a multidão, me fitando intensamente, não estava de terno como todos os outros, usava uma calça preta jeans com uma jaqueta de couro também preta por cima de uma camiseta branca básica.

Olhei para seus olhos na mesma intensidade, me assustando com a profundeza que tinham, será que Mark Briggs é mesmo como todos pensam?

- E você? Quem é?

Mia White, vim descobrir seus segredos. E acabar com sua boate.

- Victoria Justine, muito prazer.

O moreno concordou com a cabeça, se sentando na cadeira do meu lado, fazendo meu estomago revirar, Mark, preciso que você goste de mim...

♡♡♡

- E você Vic, - Elizabeth começou a falar, acabando com o silencio que se instalou na mesa - posso te chamar de "Vic"?

Me ajeitei na mesa, tomando coragem para o que está por vir, lançando um sorriso gentil para a mulher do outro lado da mesa.

- Pode sim.

- Qual é a sua historia?

Ela apoiou sua cabeça em sua mão em um gesto de interesse, Mark do meu lado revirou os olhos para a mãe, que lançou-lhe um olhar mortal.

- Eu...

Comecei a falar, pensando em uma história para Victoria Justine, precisava já ter me preparado para tudo, logo sendo interrompida:

- Por que vocês sempre se fingem de educados e "bondosos"? Estou cansado de fingirem ser quem não são!

Fitei o moreno do meu lado, olhando seus pais intensamente, sentindo o poder daquelas palavras "estou cansado de fingirem ser quem não são", eu estou fingindo ser quem não sou... então, uma culpa se instalou em meu peito.

- Filho, já conversamos sobre isso!

Antony se pronunciou pela primeira vez, seus olhos estavam mais escuros que antes, fazendo um arrepio passar pela minha espinha, mas Mark não recuou:

- Podemos até já ter conversado Antony, mas eu não mudei a minha opinião, caridade é para ser feita sem segundas intenções!

- Temos uma reputação a ser zelada!

- Antony e Mark! Não é hora de brigarem! - Elizabeth elevou o tom, olhando feio para os dois - Estamos em publico, poxa!

Mark deu uma risada irônica, colocando uma das mãos em sua boca, seus cabelos se mexiam ao passo que ria.

- Vocês se preocupam tanto com a reputação, com o que vão pensar, que ficam cegos, eu tenho pena de vocês.

O moreno soltou aquelas palavras como facas, se levantando da mesa, logo se misturando com as pessoas, olhei para Elizabeth estava cabisbaixa, com as mãos escondendo seu rosto, soluçando baixinho, Antony passava as mãos em sua costa, consolando-a.

- Pode ir atrás dele, Vic? Não queremos que ele faça bobeira de novo.

O homem falou me olhando com o mesmo ar falso de gentileza. Concordei com a cabeça em silêncio, murmurando um "licença" antes de me levantar.

Onde eu fui me meter?Onde histórias criam vida. Descubra agora