Cap. 42

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- Tio Mark!

Um garoto com menos de 8 anos correu para o colo de Mark, que abriu os braços assim que bateu os olhos no menino.

Tinha cabelos escuros encaracolados e pele morena, parecia café misturado com um pouco de leite, e seus olhos eram escuros.

Mark o jogou para cima, enquanto ambos riam. Não me contive ao imaginar ele segurando nossos filhos... Mas... Espera aí... Mark não tinha sobrinho nenhum, tinha?!

Repassei sua árvore genealógica mentalmente, ele era filho único, não poderia ter sobrinhos. Não contive minha careta de confusão.

Agora Mark balançava o menino para lá e para cá enquanto ele abria os bravos fingindo voar.

Até que seus olhos azuis pousaram em mim, olhando aquela cena sem entender nada.

- Ah, Vic, esse é Flint, irmão da Diana.

Ah, agora faz sentido, Tio é só um apelido carinhoso.

O garoto deu um sorriso para mim, dando tchauzinho com as mãos no colo de Mark.

- Muito prazer Flint, sou Victoria.

- Ela é muito bonita tio Mark. É sua namorada?!

Minhas bochechas coraram, mas mantive meu sorriso para o menino.

- Vamos dizer que sim. - Mark falou dando um sorriso torto. - Onde está sua irmã?

O menino apontou para o outro lado da piscina, onde Diana conversava com Antonella, que estava com um vestido florido e seus cabelos brancos amarrados em um coque.

- Nossa, não te apresentei para a minha vó. - o moreno falou colocando Flint no chão - Com licença amigo, depois volto para brincarmos mais, beleza?

Flint deu um sorriso, correndo para a barraca de sorvete.

Demos a volta na piscina, chegando na mesa de Diana e Antonella.

- Boa tarde donzelas. - Mark falou, Antonella deu um sorriso quando o viu. - Posso me sentar?

- Claro que pode e sua acompanhante também, pode sentar querida, prazer, Antonella.

A voz dela era calma, serena, como eu esperava, tinha um sorriso sábio no rosto. Sorri, me sentando ao lado de Mark.

- Muito prazer, Victoria.

Ela deu risada, segurando a minha mão com cuidado.

- Eu sei quem você é, querida. Estava ansiosa para conhecer a moça que roubou o coração do meu neto.

- Vó! - Mark resmungou, constrangido, escondendo o rosto com as duas mãos - Não queima meu filme!

Antonella deu risada, segurando minha mão, me olhando nos olhos.

- Você se parece comigo, eu sei disso. Nós mulheres fortes vamos dominar o mundo um dia, todas com decisões que levaram a caminhos difíceis não é mesmo?

Mark fazia uma careta de confusão, não entendendo o que a vó quis dizer, mas eu entendi.

Senti como se pudesse despejar todo o meu ser nela, toda essa bagunça que tenho dentro de mim, principalmente agora que amo a pessoa que deveria sabotar. E ela me entenderia, me abraçaria e ficaria ao meu lado, por mais que hoje esteja nesse mundo dos ricos, ela já esteve no meu mundo, na zona norte da cidade, sabe a realidade.

Uma solitária lágrima se desprendeu dos meus cílios, começando a escorrer pela minha bochecha.

Antonella a secou com o dedo indicador, me abraçando forte, sussurrando em meu ouvido.

Onde eu fui me meter?Onde histórias criam vida. Descubra agora