Onde eu fui me meter?

Cap. 48

Pov Mark Briggs

Encontrei Jason no deck do cassino, com seus pais, Diana e Abrahan. Logo que me viu já franziu o senho, estava com um hematoma no rosto, senti uma vergonha ao vê-lo.

- Parceiro, - falei fingindo alegria, na realidade estava cagado de medo - posso te dar uma palavrinha?

Ele pensou por um instante, pedindo licença aos pais, me levando para um canto.

- O que você quer, Mark? Vai me bater de novo?!

Suspirei, olhando para o chão. Porra, que merda eu fiz?!

- Desculpa por ter estragado seu casamento...

- Você sempre estraga as coisas.

- Mas ontem eu tive um bom motivo para isso. - me adiantei, não que na briga com Edgar eu não tivesse um bom motivo para socar a cara dele - É uma longa história... Mas Vic não é quem eu pensava e isso acabou comigo.

A última frase fez Jason relaxar os ombros, apoiou a mão em meu ombro.

- Mulheres mexem com nossa cabeça né?

Concordei, ele me entendia mesmo não sabendo a história toda.

- Eu desculpo, mas não sei se Natasha vai desculpar, ela ficou bravíssima quando viu esse hematoma.

Ele apontou para o rosto, sorri envergonhado, nos abraçamos e parecia que tudo tinha voltado ao normal. Jason e eu contra o mundo.

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Agora precisava falar com minha mãe, vamos ver quais as desculpas dela para não me contar uma coisa tão importante assim.

A achei em um dos bares, ainda tinha música aí vivo mesmo o navio já estando ancorado no porto. Quando me viu abriu um sorrindo, mal sabia que estava puto e decepcionado com ela.

- Filho querido! - ela olhou para os lados franzindo a testa - Onde está a Vic?

Percebi sua voz falhando ao falar "Vic" está aí a mentira, ela sabia de tudo esse tempo todo.

Não contive minha expressão de desapontamento. Minha mãe recuou um pouco, percebendo minha mudança de humor.

- Como você consegue?!

Ela me olhou confusa, suspirei irritado.

- Você sabia, esse tempo todo sobre a "Vic" e não me contou, - sua expressão ficou seria, seus ombros ficaram tensos - como consegue ser uma vaca escrota?!

Ela suspirou irritada com a última frase, mas não me arrependo nem um pouco.

- Olha como fala com a sua mãe!

Meu pai apareceu atrás de mim, o olhei nos olhos, ele também sabia.

- Você... Você também já sabia?!

Antony tentou segurar em meu ombro mas recuei, não queria que ele encostasse em mim.

- Não queríamos te machucar.

Minha mãe tentou se explicar, mas não acredito mais em nenhuma palavra que saia daquela boca.

- E para não me machucar você deixou ela mentir para mim?! Eu tinha o direito de saber!

- Filho, por favor entenda o nosso lado pelo menos uma vez!

Segurei mais uma vez as lágrimas que lutavam para saírem, estava me sentindo tão pequeno, quase imperceptível.

- Eu tinha o direito de saber, porra!

Falei saindo daquele bar, precisava de ar urgente, precisava sair daquele navio o mais rápido possível. Olhei no relógio, o desembarque já iria começar, mas não iria aguentar ver ela, iria me destruir.

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Depois de uma hora no fliperama descontando minha frustração em um jogo de atirar nos zumbis, não tive mais escolha, precisava ir para o teatro para esperar o desembarque.

Logo que passei pela porta seus olhos me chamaram a atenção, meu estômago revirou, dei um aceno com a cabeça, nos sentamos nas poltronas de couro, amaldiçoei meu estômago que não parava de revirar, ela mentiu para mim cacete, para de ser um tosco!

- Onde você estava?

Ela perguntou baixo, me contive para não revirar os olhos, o que eu responderia?

"Estava discutindo com a minha mãe que não me contou que você está brincando com meus sentimentos, e você o onde estava?"

- Já pegou as senhas para o desembarque?

Perguntei buscando o papel em suas mãos, não o encontrando, ela estava com as mãos fechadas.

- Mark. Pode, por favor, me responder?

- Você pegou ou não a senha?

Ela revirou os olhos irritada, jogando o papel em meu colo, se levantando, eu seria um trouxa se a puxasse agora e beijá-la mesmo sabendo toda a verdade?

- Se não quiser me responder tudo bem, mas não mereço ser tratada desse jeito. - e eu não mereço ser iludido - Quando quiser ser o Mark que conheço, me avise.

Desculpa, Mia. Mas o Mark que você conhece não vai mais aparecer...

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Demorou muito tempo para chamarem minha senha, estava quase dormindo quando um homem falou no microfone. Ela ainda não estava aqui, revirei os olhos, andei até o palco.

- Boa tarde! - tentei dar o meu melhor sorriso, mas acho que saiu como uma careta, não estava no meu melhor dia -  Você conseguiria falar a senha nos auto falantes do navio? Minha acompanhante ainda não está aqui.

O homem deu um sorriso, concordando com a cabeça.

- Pode deixar, parceiro. Vou pedir para chamarem nos auto falantes.

Já estávamos no saguão principal acompanhando um dos tripulantes até a saída do navio quando Mia chegou.

- Está atrasada, tive que pedir para falarem a senha pelo navio todo.

Murmurei olhando para a frente, não queria que meus olhos encontrasse o dela, não iria aguentar.

- Por que não me deixou? Eu acharia melhor ter me deixado do que ser tratada desse jeito.

E assim fomos embora do navio, deixando todas as memórias maravilhosas juntos guardadas em segredo.

Me despedir de Victoria Justine foi a coisa mais dolorosa que já passei.