Juliette

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Juliette

   Mais um dia em que eu olho pela janela imaginando como seria se eu fosse uma pessoa normal.

   Minha vida inteira eu vivi trancada dentro dessa casa, com vários médicos me examinando, tentando descobrir qual era a minha doença e como iriam conseguir curá-la. Eu me sentia como um sapo sendo dissecado nas aulas de ciências.

   Tomava cerca de 3 injeções por dia, fora os banhos de descontaminação, e os infinitos remédios que eu tinha que tomar.

Sarah

  - Lucas Andrade, se você não descer agora vai acabar perdendo o ônibus.

   - Já estou pronto. - Fala orgulhoso por ter se arrumado sozinho. Hoje seria a primeira vez em que iria para a escola de ônibus.

   - Eu irei para o trabalho e assim que você sair da escola vai direto para o hospital.

  A buzina do ônibus soou e o menino correu em direção a ele.

    Cheguei no hospital e tudo estava calmo, cheguei até a estranhar. Fui direto para o trocador, vesti o jaleco e fui em direção ao refeitório.

   - Andrade, o chefe quer te ver na sala dele agora. - Uma enfermeira me gritou. Me impedindo de pegar meu copo de café.

   Corri em direção a sala do chefe, quando me deparo com o grupo de melhores médicos de Santa Maria.

   - Agora que todos estão aqui. - Thiago o chefe começou a falar. - Podemos começar... Para aqueles que não sabem, nós temos uma paciente muito importante na nossa cidade, seu nome é Juliette freire. Primeiro vamos desmentir alguns boatos... Em primeiro lugar, a doença que ela tem não é contagiosa. Em segundo lugar, nós que podendo contaminar ela e não ao contrário e por último nenhum médico conseguiu descobrir que doença ela tem.

   - E nós estamos aqui para? - Rodolffo, um dos médicos mais chatos perguntou.

   - Senhor Mathaus vocês estão aqui pois são os melhores de Santa Maria, enquanto um grupo estará aqui tentando desvendar uma maneira de curar a senhorita Freire, um de vocês vai estar com ela.

   - Tipo babá. - Rodolffo falou rindo.

   - Não se preocupe senhor Mathaus, não será você. A família freire é muito importante, não deixaria qualquer um se aproximar da filha deles. - O chefe falou e eu segurei o riso.

   - Por isso eu escolhi a Dra Andrade para esse caso. - Eu não esperava por isso e acabei levando um susto.

   - Senhor?

   - Andrade você estará responsável pela senhorita Freire.

   - Tudo bem. Em que quarto ela está? - Perguntei e todos começaram a rir.

  - Doutora Andrade, alguns dos boatos são de fato verídicos, e um deles é que a senhorita Freire, não pode sair de casa. Agora podem ir.

   Todos saíram da sala para começar suas pesquisas e eu permaneci na mesma.

   - Doutora Andrade, um carro te levará até ela.

   - Chefe, eu não posso aceitar esse trabalho...

   - Sarah, você não está entendendo, a senhorita Freire está perdendo casa vez mais peso, sua pele está cada dia mais pálida, ela precisa de uma ótima equipe de médicos e para comandar essa equipe eu escolhi você.

   Depois de muita conversa acabei cedendo, 15 minutos se passaram e um carro preto estacionou na porta do hospital.

   - Doutora Andrade? - O motorista me chama. Diante de todo o percurso permaneci em silêncio, até chegar na casa dos Freire.

  Juliette

  Meus pais resolveram trocar de médicos novamente, e hoje chegaria a nova médica. Apesar de ser chamada de melhor médica de Santa Maria eu duvido que ela consiga desvendar o que eu tenho.

   - Ju, a nova médica chegou! - Minha mãe gritou.

   Desci um pouco as escadas, apenas o suficiente para ouvir minha mãe conversando com a médica.

   - Doutora Andrade, é um prazer conhecê-la. - Ela dizia. - E me perdoe por isso. - Minha mãe se referia a descontaminação necessária antes de entrar em casa.

   - Tudo bem senhora Freire, eu compreendo.

   - Juliette está lá em cima, ela gosta de ficar sozinha.

   - Gostaria de conhecê-la.

  - Antes, deixa eu te mostrar a casa. - Minha mãe começou a tour pela casa e eu voltei a encarar o mundo através da minha janela, com o rádio ligado.

   - Filha? - Minha mãe entrou no quarto, desligando o aparelho de som. - Essa é a Dra Andrade, sua nova médica. - Minha mãe diz mas eu não a olho.

   - Olá senhorita Freire, me chamo Sarah Andrade.

  - Vamos dispensar as apresentações. - Falo e continuo olhando para a janela. - Você não quer saber quem eu sou, só quer logo descobrir o que eu tenho e assim se tornar a médica do ano.

   - Juliette! - Minha mãe me repreendeu.

   - Está tudo bem senhora Freire. Senhorita Freire, o meu dever é te curar.

   - Está perdendo o seu tempo.... Ninguém conseguiu antes, por que agora seria diferente?

   - Porque eu não vou desistir até encontrar uma cura, eu prometo a você, senhorita Freire.

   - Pode me chamar de Juliette. - Falei ainda olhando para a janela.

  

/// Olá amores, eu gostaria de pedir que vocês dessem uma chance a essa história, prometo que vocês vão gostar.

You save me (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora