What are we?

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JULIETTE

  Sarah me guiou até a mesa em que sua irmã estava, elas eram muito parecidas.

  - Ker, o que faz aqui? - Sarah perguntou.

  - Ué, vim tomar um café.

  Nos sentamos com ela e uma moça loira veio nos atender.

   - Doutora Andrade. - Falou sorridente. - Hoje a lanchonete está sendo bem movimentada pelos médicos. - Riu.

   - Como assim? - Sarah perguntou sorrindo, okay eu estava com um certo ciúme já.

  - Mais cedo, alguns dos seus colegas médicos estavam aqui... Mas o que vão querer? - Então ela olhou para mim. - Creio que não te conheço.

  - Essa é a Juliette, Juliette Freire. - Sarah falou fazendo a mulher me olhar incrédula.

  - Prazer, meu nome é Viih. - Ela disse pegando na minha mão.

   - Ela vai querer um chocolate quente e eu um café. - Sarah disse a moça.

  - Desejam comer algo? - Dona Geralda fez uns muffins de chocolate que estão divinos.

   - Traz um para a Juliette, por favor.

  - Como desejar doutora. - Piscou para a Sarah e saiu.

   - O que são muffins? - Susurrei, mas Sarah não escutou.

   - O que foi querida? Não consegui entender. - Kerline falou se debruçando na mesa.

    - Eu disse... O que são muffins?

   - Sério que não sabe?

   - Ker, claro que não. A dieta dela é muito rigorosa.

   Viih voltou logo trazendo nossos pedidos e na minha frente eu vi um bolinho engraçado.

   - Isso parece um bolinho. - Falei.

   - É parecido. - Kerline disse me encarando.

SARAH

  - Acho melhor tirarmos isso aqui. - Tirei a máscara do rosto dela com todo cuidado, e de imediato ela deu um leve espirro.

   - Tudo bem? - Perguntei preocupada e ela apenas sorriu.

   - Agora sim da para ver sua beleza, Juliette. - Kerline falou. - Realmente muito linda.

   - Ela já está envergonhada o bastante, Ker. - Falei e ela revirou os olhos.

   Juliette já ia pegar a caneca para colocar na boca e como em um reflexo mais forte do que eu, paguei de sua mão e coloquei na mesa.

  - Oi? Pra quê tudo isso? - Kerline falou me olhando. Revirei os olhos, peguei um canudo e coloquei dentro do copo.

   - Agora sim.

   - Vou tomar chocolate quente de canudo? Você é muito exagerada Sarah.

   - Sou apenas cuidadosa. Juliette, apenas aceite por favor. - Ela me olhou se rendendo e tomou no canudo, eu parecia uma pervertida, mas o fato dela ser tão obediente a mim, me deixava excitada. - Experimente e me diga o que acha. - Levei o garfo com um pedaço me muffin até a sua boca.

   - Doce, nunca comi algo tão doce assim. Eu amei.

   - Vocês são melosas assim mesmo ou é fogo?

   - Kerline, acho que você tá precisando de companhia.

   - Vou voltar ao trabalho, não dá para ficar aqui, segurar vela não é meu forte.

   Kerline se retirou nos deixando a sois. Sarah continuou sentada ao meu lado vez ou outra sua mão repousava em minha perna.

  - Agora que você já se esquentou. - Falou enquanto terminava de tomar o café. - Podemos ir aonde eu queria te levar.

   - Achei que fosse aqui.

   - Não, aqui foi só uma parada.

   Voltamos para o carro e Sarah dirigiu para o meio do nada. Ela estacionou o carro e fomos caminhando até um banco perto de um lago, tinha alguns patos na agua.

   - Aqui é tudo muito lindo.

   - A melhor parte é que quase ninguém vem aqui. - Beijou minha bochecha e depois começamos um beijo calmo, porém o beijo foi interrompido por um espirro meu.

   - Juliette, você está bem?

   - Sim, estou. - Espirrei novamente.

   - Tenho outro casaco no carro, vou buscar e já volto.

   Ela voltou e me envolveu com um casaco preto.

   - Eu estava pensando no quanto sou grata por ter você na minha vida. - Sarah nada falou, apenas me beijou, sua mão repousava em minha coxa e ela subiu conforme nosso beijo ia aumentando, paramos em busca de ar. Uma de suas mãos se encontrava no meu pescoço enquanto a outra estava a menos de um centímetro da minha intimidade. Por reflexo eu olhei para sua mão quase tocando meu sexo, por cima da roupa.

   - Me desculpa. - Falou tirando a mão.

   - Não, tudo bem... - Tentava falar mas sentia um encomodo na minha garganta. - Eu...

   - Acha melhor irmos. - Eu segurei seu braço para que ela não se movesse.

  - Sarah, o que nós somos? - Perguntei e ela me encarava  sem saber responder. - Digo, eu sei que é cedo, mas nós só estamos ficando ou é mais sério?

  - nós seremos o que você quiser. - Por fim ela falou, não era a resposta que eu esperava. - O que você quer que sejamos?

  Quando eu ia abrir a boca para falar, eu comecei a tossir, e cada vez aumentava mais.

   - Juliette! - Sarah parecia preocupada, eu tentava parar, mas não conseguia, ela me deu um lenço e eu pus na boca. Estava sentindo uma ardência em minha garganta. - Juliette, eu... Tenta respirar. - Sua voz estava embargada como se estivesse se segurando para não chorar. - Você tem que parar de tossir. - Ela aumentava o tom de voz, enquanto passava a mão nas minhas costas.

   - Juliette, pelo amor de Deus, respira. - Ela havia perdido a cabeça estava chorando já, por fim consegui parar de tossir. Estava com um gosto estranho na boca, ao olhar para o lenço eu vi... Sangue.

You save me (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora