nine.

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Me sinto nervoso e ansioso enquanto minhas mãos suam frio e meu coração bate descompassado

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Me sinto nervoso e ansioso enquanto minhas mãos suam frio e meu coração bate descompassado. Milhões de pensamentos passam pela minha cabeça nesse momento.

"─eu pensei que você pudesse usar a de lua e se precisar de alguém para ser seu sol, tem a mim como candidato."

Eu era a seu sol.

"─ seu marido tem sorte.

eu não sou casado, assim como minha filha não tem um outro pai. Somos eu e ela contra o mundo."

Meus amigos nunca mencionaram o fato de Wonwoo ter engravidado, principalmente logo depois de minha ida para Londres.

Eles não teriam porque me esconder algo assim, a menos que Wonwoo não quisesse que eu ficasse sabendo.

"─ esse colar foi a primeira coisa que o papai comprou pra mim, assim que descobriu que eu estava na sua barriga ─ ela conta, me mostrando o seu pingente dourado ─ ele sempre diz que ele é a lua, meu outro papai é o sol e eu sou a estrelinha que nasceu desse pequeno infinito.

─ por favor, Wonwoo ─ imploro, fechando meus olhos com força ao notar que ele permanecia em silêncio ─ ela é minha filha, não é? ─ volto a perguntar e, quando abro meus olhos, noto em seu olhar uma luta interna sobre falar ou não a verdade. Isso já era como uma resposta. Mesmo assim, eu precisava ouvir isso de seus lábios.

─ sim, Mingyu. Jiwoo é sua filha ─ ele murmura e sinto as lágrimas invadirem meus olhos, enquanto meu peito aperta, causando-me um mal-estar instantâneo ─ me perdoa ─ ele sussurra com a voz embargada enquanto abaixa o olhar, parecendo não ter força para olhar em meus olhos.

─ por quê? ─ minha voz soa sôfrega enquanto as lágrimas molham minhas bochechas ─ por que escondeu isso de mim? Eu tinha o direito de saber!

─ eu fiquei com medo! ─ ele tenta se aproximar, mas me afasto sem hesitar ─ você tinha acabado de ir embora sem me dar nenhuma explicação! Você nem se quer foi capaz de dizer que me amava, então como poderia amar esse bebê?

─ se você tivesse me contado eu teria voltado no mesmo instante e você sabe disso! ─ tento manter o controle, afinal Jiwoo não precisa descobrir assim ─ eu teria enfrentado qualquer coisa para poder ficar com vocês! Se precisasse eu morreria, apenas para ter a chance de a ver nascer! ─ desabo no sofá, passando minhas mãos por meus fios rebeldes, sem conseguir conter o choro descontrolado. Eu me sinto traído. Me sinto excluído da minha própria vida.

─ eu sinto muito ─ o ouço dizer e sei que seu arrependimento é sincero. Mesmo assim, ainda não consigo aceitar o que ele fez. O que todos fizeram.

─ eu daria tudo para ter estado com você no primeiro ultrassom. Para ter te ajudado a escolher as cores do quarto. Ter beijado sua barriga todas as noites antes de dormir. Ter a visto nascer e, por fim, te pedir em casamento naquele campo de girassóis enquanto ela dizia suas primeiras palavras ─ suspiro derrotado e levanto meu olhar, notando sua feição arrependida ─ eu daria tudo para ter participado dos primeiros anos da vida dela, mas eu não tive esse direito ─ tudo o que ouço é o seu choro baixinho e, sentindo meu coração apertar dentro do peito, me levanto do sofá.

─ onde você vai? ─ ele pergunta apavorado ao me ver vestir minha jaqueta e me aproximar da porta.

─ eu não sei. Eu só preciso sair daqui ─ murmuro e o deixo ali, caminhando pela neve sem me importar com o frio congelante. Nada mais pode me machucar.

Eu não sei como me sentir.

Eu estou feliz por ter uma filha e principalmente, por essa filha ser Jiwoo, a quem me apeguei em tão pouco tempo, mas também estou triste por Wonwoo ter escondido isso de mim.

Eu perdi os primeiros cinco anos da vida da minha própria filha.

Eu não a vi nascer, não a vi dizer suas primeiras palavras. Não a ouvi me chamar de papai pela primeira vez e não a segurei nos braços quando ela chorou.

Eu preciso de tempo para digerir tudo isso. Preciso me acalmar para não causar mais brigas entre nós e, acima de tudo, preciso de tempo para perdoa-lo.

Continuo caminhando sem rumo pelas ruas frias e escorregadias e quando finalmente pareço sair de meus pensamentos, estou em frente ao bar de Yongsun, uma amiga que conheci em Londres, em uma de suas franquias.

Talvez conversar com ela possa me ajudar.

Me sento no sofá a medida que o choro vai se intensificando

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Me sento no sofá a medida que o choro vai se intensificando.

Eu mereci cada palavra, afinal, eu tirei dele o direito de conhecer a filha e privei minha filha de ter a família que ela sempre quis.

Eu me sinto a pior pessoa do mundo e nunca vou me perdoar por isso.

─ papai, cadê o tio Mingyu? Achei que íamos brincar de bonecas ─ Jiwoo pergunta adentrando a sala, mas corre em direção a mim ao perceber minhas lágrimas ─ o que aconteceu papai? Por que você está chorando? ─ seus olhinhos estão atentos a mim e suas pequenas mãozinhas acariciam minhas bochechas molhadas.

─ o papai fez uma besteira enorme, filha ─ sussurro puxando-a para o meu colo ─ e eu não sei como concertar.

─ você e o tio Gyu brigaram? ─ assinto tristemente e a abraço apertado ─ vai ficar tudo bem mamãe! A tia Jihyo sempre diz que amigos perdoam uns aos outros e vocês são amigos, né? ─ sua voz soa inocente e isso me quebra ainda mais por dentro.

Ainda seríamos amigos depois de tudo?

─ eu não sei, filha ─ murmuro cheirando seu doce perfume na tentativa de me acalmar ─ eu amo você.

─ eu também te amo, papai ─ ela envolve seus bracinhos em meu pescoço e deixa um beijo molhado em minha bochecha ─ as batidas do seu coração fazem o mundo continuar girando ─ sussurra para mim a frase que eu costumo usar com ela e isso me faz ter mais vontade de chorar. Eu não mereço a filha maravilhosa que eu tenho e disso eu tenho certeza.

𝖺𝖿𝗍𝖾𝗋 𝗍𝗁𝖾 𝗌𝗍𝗈𝗋𝗆 | 𝗺𝗲𝗮𝗻𝗶𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora