twenty-one

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Uma noite com ele, trancado em uma biblioteca em meio a uma tempestade, vendo-o chorar por causa dos seus medos e fantasmas interiores me fizeram esquecer da bagunça da minha própria vida para tentar ajuda-lo de alguma forma, mesmo sem conhecê-lo ...

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Uma noite com ele, trancado em uma biblioteca em meio a uma tempestade, vendo-o chorar por causa dos seus medos e fantasmas interiores me fizeram esquecer da bagunça da minha própria vida para tentar ajuda-lo de alguma forma, mesmo sem conhecê-lo profundamente.

Provavelmente foi naquela mesma noite que eu percebi que é com ele que eu quero passar o resto da minha vida.

Naquela época eu não tinha o hábito de estudar galáxias, nem mesmo me interessava nelas, mas conseguia ver claramente uma galáxia completa e cintilante, a mais bela de todas, bastava olhar dentro dos olhos de Wonwoo.

No exato momento em que encontrei aqueles pequenos pontos de luz, tão significativos, reluzindo naquele olhar inocente, quando tinhamos apenas dezoito anos, Jeon Wonwoo se tornou o meu mundo e eu não quero ser o homem que irá presentea-lo com belas e perfumadas rosas. Quero ser o homem que vai ajudá-lo a deixar seus espinhos para trás.

─ Gyu? ─ a voz suave e levemente rouca de Wonwoo soa pelo quarto iluminado pelos primeiros raios de sol de domingo ─ que horas são?

─ não são nem oito horas, amor ─ virando meu tronco em sua direção, observo seus olhos ainda um pouco vermelhos e inchados pela noite anterior e não posso evitar o aperto em meu peito ─ temos tempo, não se preocupe ─ murmuro, recebendo em resposta um aceno discreto ao mesmo tempo que seu corpo se aconchega ao meu, procurando por calor e, por alguns minutos, ficamos em silêncio.

Wonwoo acariciava meu peito com a ponta de seus dedos. Um toque suave porém capaz de fazer meu coração bater de maneira descontrolada, esperando por mais. Mais de tudo o que envolve Jeon Wonwoo.

Tentei me concentrar em encontrar palavras para iniciar uma conversa. Sabia que precisava me desculpar por não estar ao lado dele em um momento tão delicado como aquele e queria dizer a coisa certa mas talvez a melhor coisa a se dizer seja a que vier do fundo do coração.

As palavras podem ser curtas, mas, se forem sinceras, são cura para a alma, como diria Yongsun.

─ Won? ─ chamo por ele em um fio de voz, sentindo sua respiração quente arrepiando-me por inteiro. Com um murmúrio entendo que ele está me escutando ─ eu sinto muito. Eu não sabia sobre ontem, mas, de qualquer forma, devia ter estado aqui, com você e com Jiwoo. Vocês são a minha família e eu não posso simplesmente deixá-los... De novo.

Por conta do nervosismo acabei atropelando algumas palavras, afinal, serenidade claramente não é uma das minhas maiores qualidades.

Suspirando profundamente algumas vezes, Wonwoo se desvencilha dos meus braços, sentando-se calmamente na cama, com as pernas cruzadas uma sobre a outra, virado para mim.

Seus olhos normalmente tão profundos parecem inexpressivos, contudo, ele parecia melhor do que ontem a noite.

─ você não nos deixou, Mingyu. Jamais repita isso novamente, está bem? ─ sua expressão era séria, mas sua voz se mantinha suave, fazendo-me assentir brevemente ─ ontem não foi um dia fácil, é claro que ter você ao meu lado tornaria as coisas mais suportáveis, mas vão existir momentos em que não vamos poder estar juntos, meu amor.

─ Você tem razão, Won. Mesmo assim, eu queria ter estado aqui.

─ você está agora e, pra mim isso é tudo o que importa ─ e então, finalmente consigo ver surgir em seus lábios o sorriso mais lindo que um dia já vi. O mesmo sorriso que, certamente, me acrescenta alguns anos de vida ─ eu sinto muito por não perguntar como foi ontem com a Mélanie, mas não estaria sendo completamente sincero se o fizesse ─ conclui, parecendo receoso com a confissão.

─ não tem problema Won, mas espero que saiba que eu não te trocaria por ninguém. Mesmo que estejamos mal, com o mundo desabando sobre nós. Mesmo que nada funcione, sempre será você.

─ é, você já me disse isso ─ murmura formando um biquinho fofo com os lábios rosados, desviando o olhar logo em seguida.

Rio anasalado por seu jeito adorável.

─ e irei te dizer isso todos os dias, até que chegue um momento em que você tenha gravado em seu coração ─ antes que ele pudesse compreender as palavras proferidas por mim, puxei-o pela cintura, fazendo com que ele caísse sobre mim.

─ Gyu! ─ exclamou em surpresa.

─ sabe, eu estive pensando ─ iniciei, observando o exato momento em que sua sobrancelha se arqueou em questionamento ─ se palavras não são suficientes, talvez eu deva te mostrar com ações ─ ponderei, novamente deixando-o curioso, no entanto, antes que Wonwoo pudesse questionar, o puxei para ainda mais perto, sentindo sua respiração descompassada em meu rosto.

Minhas mãos envolviam sua cintura fina e seus braços se apoiavam no colchão.

Observando uma última vez seus olhos, percebi o quão escuros eles estavam. Seus brilho intenso também havia voltado e parecia me dizer alguma coisa.

Como eu poderia resistir? Era simples, não poderia, então, sem perder mais tempo, colei seus lábios aos meus.

Sua língua quente invadiu minha boca, misturando nossos sabores e respirações.

Em um movimento sutil, movi minhas mãos para dentro de sua blusa larga, erguendo-a um pouco, e senti sua epiderme clara se arrepiar sobre meus dedos. Apertei a carne de sua cintura, não forte o suficiente para machucar e suspirei ao sentir seus dedos segurarem firme meus fios de cabelo, em resposta ao meu toque.

Nossas bocas continuavam movimentando-se em beijos profundos e desesperados. A saliva escorrendo pelo canto dos lábios e os estalos molhados que ecoavam pelo cômodo evidenciavam ainda mais o desejo existente.

Consegui findar o beijo, já que o fôlego estava escasso, mas não tinha a menor intenção de parar, então apenas inverti nossas posições, colocando Wonwoo cuidadosamente sobre o colchão e ele ergueu suas pernas, envolvendo minha cintura em uma tentativa de fundir nossos corpos em uma só forma.

Havia necessidade de sentir o calor um do outro.

Iniciei um caminho ousado de beijos pelo seu pescoço, desde a orelha até sua clavícula parcialmente coberta, vez ou outra roçando a ponta da língua na região, deixando algumas marcas por ali, fazendo-o arfar.

Seus suspiros estavam me enlouquecendo e eu já não podia mais aguentar, por isso, me afastei ligeiramente, olhando-o nos olhos.

Sabia que estávamos na mesma sintonia, pensando na mesma coisa, por isso levei minhas mãos até a barra de sua camiseta, roçando a ponta dos meus dedos por sua pele quente e, sem desviar o olhar nem por um segundo, a tirei de seu corpo.

Sorri para ele, porque queria faze-lo perceber o quão lindo é. Quero que ele perceba que ele está em tudo o que eu penso, sinto e vejo. Perceba pelas minhas ações, sem que eu precise dizer uma palavra.

Mas, ainda assim, eu direi. Eu o farei saber.

Deslizei minhas mãos por seu quadril e acariciei sua coxa descoberta, deixando um selinho em seus lábios vermelhos e inchados.

─ amor, Jiwoo está no quarto ao lado... ─ o menor sussurrou, aproximando seu rosto do meu, seu tom de voz e seu olhar pareciam inocentes, mas, ao mesmo tempo, ele arranhava levemente minhas costas por cima da camisa, quase como uma provocação.

Talvez ele quisesse conhecer o meu limite.

Lançando a ele um sorriso travesso, respondi ─ podemos ser silenciosos.

𝖺𝖿𝗍𝖾𝗋 𝗍𝗁𝖾 𝗌𝗍𝗈𝗋𝗆 | 𝗺𝗲𝗮𝗻𝗶𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora