twenty.

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Dias depois

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Dias depois...


Eu já havia despertado a algum tempo, mas algo dentro de mim simplesmente não conseguia se por de pé. Não me sentia forte o suficiente nem mesmo para abrir meus olhos, na verdade.

É uma manhã chuvosa, gotículas de água batem contra o vidro da minha janela e atingem diretamente meu coração em uma melodia tão melancólica quanto o meu próprio ser e talvez por isso eu me sinta mais miserável hoje.

Suspirando profundamente, sentindo meus pulmões queimarem em resposta, passo meu braço pelo lado esquerdo da cama, a procura do conforto dos braços de Mingyu, ou de sua respiração quente em meus cabelos, mas não me sinto surpreso ao encontrar o lugar vazio.

Já havia notado sua ausência.

Com meus ombros doloridos e coração apertado, finalmente reúno forças para me sentar, alongando meu corpo exausto antes de seguir em direção ao banheiro e, ao passar meus olhos pelo quarto no processo, percebo um pedaço de papel deixado sobre a cômoda.

Com muita dificuldade, me levanto do colchão macio, deixando para trás as cobertas quentinhas e arrasto meus pés até o móvel, encontrando ali uma folha de caderno rasgada ao meio, com a caligrafia de Mingyu estampada em suas linhas.

"Bom dia amor. Mel, aquela amiga de Londres, chegou hoje em Seul e, como combinado, fui busca-la no aeroporto. Vou apresentar a ela a cidade.

Amo você!"

Normalmente, receber um bilhete de Mingyu seria extremamente reconfortante e faria com que parte desse aperto no peito desaparecesse, mas hoje não foi assim.

Sei que não tenho o direito de cobrar nada dele, já que não cheguei a mencionar o quão ruim o dia de hoje seria para mim, mas é difícil aceitar que não terei o seu abraço quando mais preciso.

Eu não consigo vencer a tristeza que toma conta de mim e sinto que estou novamente apenas suportando essa dor, que não tem nenhuma ligação com essa mulher. Mélanie.

Eu tenho plena confiança em Mingyu e no amor que sentimos um pelo outro, o que me fere é não poder compartilhar com ele toda a minha angústia.

Depois de checar as horas no relógio digital posicionado ao lado da cama, rumo em direção ao banheiro percebendo no espelho, o reflexo de uma noite mal dormida.

Deixando Jiwoo dormir até mais tarde, tomei um banho mais longo do que o habitual, permitindo que os primeiros fragmentos de lágrimas se misturassem com a água quente que corria a medida que o familiar sentimento de vazio se tornava mais e mais presente.

[...]

Caminho por entre os túmulos espalhados pelo gramado sem pressa alguma, sendo capaz de ouvir claramente os pingos de chuva batendo na terra e sobre meu guarda-chuva parcialmente molhado.

𝖺𝖿𝗍𝖾𝗋 𝗍𝗁𝖾 𝗌𝗍𝗈𝗋𝗆 | 𝗺𝗲𝗮𝗻𝗶𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora