three.

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Acordo sentindo vários beijos molhados serem distribuídos por meu rosto

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Acordo sentindo vários beijos molhados serem distribuídos por meu rosto. Sorrio ao sentir seu cheiro invadir minhas narinas.

─ bom dia papai! ─ Jiwoo monta em minha barriga e sorri docemente ao me ver abrir os olhos.


─ bom dia meu amor ─ cumprimento, abraçando a cintura da pequena ─ dormiu bem?

─ dormi sim ─ assente, passando seus dedinhos por meus fios loiros ─ será que agora podemos brincar na neve? Ainda quero fazer um boneco igual o Olaf.

─ eu prometo que faremos isso, mas antes precisamos tomar café ─ respondo me sentando, ainda com ela em minha barriga, fazendo com que ela enrosque as pernas por minha cintura ─ vamos descer, eu preciso pegar nossa mala no carro ─ informo e a pequena concorda.

Caminho pelo corredor calmamente, ainda segurando minha filha no colo e, ao chegar perto da cozinha, sinto cheiro de café fresquinho me fazendo salivar.

─ bom dia ─ Mingyu cumprimenta sorridente e só ai me lembro que ele também está aqui. Ontem não tive muito tempo para assimilar as coisas, mas hoje certamente o farei.

Ao olhar para ele, sinto raiva, pois minha vida estava indo muito bem sem ele. Eu havia superado e seguido em frente. Já tinha aprendido a conviver com sua ausência e me acostumado a não ver seu rosto ou ouvir sua voz e agora ele, está de volta ─ espero que gostem de panquecas ─ ele sorri para Jiwoo e, logo em seguida, para mim.

─ eu amo panquecas! ─ a pequena exclama descendo do meu colo e se aproximando do moreno para espiar o prato que ele havia deixado em cima da pia. Aparentemente toda a sua timidez havia desaparecido ─ pode calda de chocolate, papai? ─ ela pergunta me olhando inocente, com um pequeno biquinho em seus lábios. Intercalo meu olhar entre ela e o moreno que segurava o recipiente cheio de calda e, sem conseguir negar, assinto.

─ mas não se acostume, mocinha. É apenas por hoje.

─ e você, não vai comer? ─ ele pergunta ao ver que eu ainda não havia me sentado a mesa.

─ estou sem fome ─ respondo simplesmente ─ vou buscar nossas coisas no carro, amor. Se quiser brincar na neve precisa se agasalhar ─ sorrio para minha filha que comia despreocupadamente.

Caminho até o lado de fora da casa e destravo o carro, abrindo o porta-malas.

Não trouxe muita coisa, apenas agasalhos, no geral. Uma mala para mim e uma para Jiwoo.

Tiro ambas de dentro do veículo e me certifico de tranca-lo novamente antes de voltar para dentro.

Coloco as bolsas no sofá da sala e separo um casaco grosso de cor lilás, um gorro da mesmas cor, uma manta cor de rosa e luvas brancas para que Jiwoo usasse.

Ela havia dormido com uma calça grossa de pijama e uma branquinha por cima, já que ela ama dormir com as pernas descobertas, então essa seria suficiente.

Ouço as risadas da pequena que ecoavam pela casa e sinto meu coração se aquecer. Ela gostou dele e, por algum motivo, isso me preocupa.
Seria seguro deixar minha filha se aproximar de alguém que possa vir a machuca-la ou que seja incapaz de dar amor a ela?

Isso me lembra de algo que eu preciso fazer.

Passo pela cozinha novamente e aviso Jiwoo que tinha algo que eu precisava fazer antes de leva-la para fora e a deixei tomando café junto com... Bem, seu pai.

Adentrei o quarto de Jiwoo e fechei a porta atrás de mim, pegando meu celular que estava no bolso da jaqueta e disquei o número de Seungkwan que, no quarto toque, atendeu.

─ sinto muito por Hansol, que vai ficar viúvo no primeiro mês de casamento, mas quando eu te encontrar, você será um homem morto Boo Seungkwan ─ disparo antes mesmo que ele possa me cumprimentar.

─ bom dia para você também Wonu ─ sua voz soa irônica ─ você atrapalhou minha lua de mel para falar que planeja me matar? ─ pergunta e ouço a risada do americano soar do outro lado da linha ─ posso, pelo menos, saber a que se deve tanta agressividade?

─ o que Kim Mingyu está fazendo aqui em Aspen? ─ pergunto indo direto ao ponto e ouço seu riso frouxo.

─ ah, isso ─ murmura despreocupado ─ simples, ele, assim como você, precisava de um lugar para passar as férias. Eu apenas juntei o útil ao agradável.

─ só se for para você ─ suspiro ─ eu passei os últimos cinco anos juntando os cacos que ele quebrou, pedaço por pedaço e agora que eu finalmente superei não acho justo que ele acabe com tudo novamente ─ comento com a voz cheia de mágoa, não esperando uma resposta sua ─ Jiwoo nunca teve um segundo pai, no entanto ela está bem assim. Não quero que eles acabem se aproximando para que depois ela também saia machucada quando ele for embora novamente.

─ eu sei o quanto foi difícil para você, Wonwoo ─ sua voz agora era séria e firme ─ sei quantas você chorou por ter sido deixada para trás. Sei o quanto sofreu quando teve que explicar para Jiwoo que a ausência do pai não a fazia uma criança diferente ou menos especial. Sei o quanto desejou se sentir amada, mas eu também sei não foi fácil para ele. Mesmo que ele nunca tenha te ligado, ele sentia sua falta. Mesmo que ele nunca tenha dito, ele te amava e no fundo, sei que ainda ama. Ele tem o direito de saber que tem uma filha. Ele tem o direito de se explicar.

─ eu sei que ele tem esse direito, mas não é simples assim ─ pontuo ─ não é como se ele quisesse uma filha caindo do céu. Não é como se ele quisesse me reencontrar.

─ apenas dê a ele a chance de te dizer a verdade ─ pede com a voz suplicante, como se soubesse de algo a mais ─ ouça o que ele tem a dizer e depois decida se vai ficar ai ou se vai voltar. Se vai deixa-lo se aproximar ou vai expulsa-lo definitivamente da sua vida.

─ sinto que isso não é um pedido ─ murmuro ─ vou conversar com ele, mas não posso prometer entender.

─ sei que não, mas conversar já me parece um começo ─ assinto, mesmo que ele não possa me ver ─ preciso desligar agora. Vernon e eu vamos até a praia ─ ele ri brevemente ─ eu te amo Jeon Wonwoo, e sempre estarei aqui para você.

─ também te amo Seungkwan ─ sorrio ladino ─ aproveite a viagem, pois quando voltar, vamos acertar as nossas contas ─ brinco, arrancando dele um riso contido.

Depois de me despedir de Seungkwan eu volto a cozinha e fico confusa ao ver que a mesa continuava posta mas Jiwoo e Mingyu não estavam ali.

Vou até a sala e noto que as roupas que havia separado para a pequena também haviam sumido.

Sinto meu corpo ser tomado pelo desespero.

Sei que pode parecer ridículo, mas não saber onde minha filha está é desesperador.

Estava pronta para continuar a procurando pela casa, mas paro ao ouvir sua risada do lado de fora do chalé.

Caminho rapidamente até a porta e saio dali, encontrando minha filha e Mingyu um pouco mais a frente, montando um boneco de neve.

Ela vestia as roupas que eu havia escolhido e sorria abertamente para o moreno, que a ajudava a colocar uma bola de neve em cima da outra.

Vez por outra ele também começava uma pequena guerra de bolinhas de neve, arrancando gargalhadas da pequena.

Era como se eles se conhecessem a vida toda. Era como se ele soubesse que ela era sua filha. Quase como se a amasse.

𝖺𝖿𝗍𝖾𝗋 𝗍𝗁𝖾 𝗌𝗍𝗈𝗋𝗆 | 𝗺𝗲𝗮𝗻𝗶𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora