Situação Feia

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Laxus POV

- Nada por aqui Mest. Teve mais sorte aí?

Sai de uma casa que fedia a morte. Logo o meu parceiro apareceu, vindo de uma esquina com o rosto sombrio.

- Não... É apenas uma pequena vila morta.

- Eu vou pegar a pá -suspirei.

Encarei a triste família de três deixada no chão da casa por onde saí. As moscas estavam em toda parte voando alegres, diferente da expressão assustada dos pais abraçando firmemente o pequeno menino no meio deles.

Era uma pena que não importa o quanto eles cobriram o garoto com seus corpos, isso não salvou seu filho.

- Sabe que não precisa fazer isso, Laxus -Mest falou, sua voz era rouca.

Eu sabia que ele não estava se sentindo bem ao ver mortos em todos os lados.

- Ela quem fez isso -respondi, dando as costas.

Pequei uma pá próxima e caminhei para um lugar mais aberto da vila.

- Infelizmente as vilas selvagens não são protegidas pelo reino -ele acabou pegando uma pá também- Mesmo que mandassem uma mensagem, chegaria tarde demais.

- Parece que eles nem tiveram essa chance -falei friamente.

Foi um massacre. Sem sobreviventes. O rastro mágico no ar era leve. Foi um demônio.

Na primeira vila, eu ainda não quis acreditar. Perguntei por um tempo se era verdade. Mas Mest disse com certeza que era. Essa foi a segunda que visitamos, igualmente morta como a primeira.

O cheiro de sangue denso confundiu meu nariz, mas pude sentir com mais firmeza a magia no ar. Ela tinha uma essência de Mirajeene.

Só então me convenci que era ela. Mordi meu maxilar e apertei o punho no cabo da pá.

- Hey -a mão de Mest pousou no meu ombro.

O encarei friamente e o mago não disse mais nada. Andei na frente, o deixando para trás.

Finquei a pá no chão, abrindo um buraco. Pensando na mulher que amava ser pacífica, que parou de lutar por medo de matar.

"Ela se tornou o que mais tinha medo de ser"

Minha sobrancelhas se trincaram novamente. Meu coração doía. Era incrivelmente rasgante e horrível.

Continuei cavando até minhas pernas ficarem cheias de sujeira, suei até minha roupa colar.

Esqueça isso. Não pense. É tão doloroso que não queria lembrar. Continue cavando Laxus. Joguei toda minha raiva e frustração na terra.

- Laxus! Laxus! -a voz de um homem me chamou apressado.

- O quê? -levantei meu rosto, de mau humor.

- Já chega Laxus. Já é o suficiente.

Ele saltou no buraco que eu fiz. Tão enorme que podia ter o tamanho de uma casa. Sua expressão foi de espanto e arrancou a pá das minhas mãos. Só então percebi.

Minhas duas palmas gotejaram a sangue e calos surgiram.

- Aqui, beba uma água -ele jogou um saco de couro para mim.

Não respondi e apenas engoli o líquido. Era fresco, esfriando minha garganta quente.

Saltei para fora.

- Vou pegar os corpos -falei.

- Eu faço isso, você vai descansar -ele me seguiu e segurou meu pulso.

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