Obrigada

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Lucy POV

Enquanto as lágrimas não terminavam de cair, senti um profundo alívio.

Mirajeene... 

Então no fim, existiu esperança?

Eu estava errada em acreditar que não existia um jeito de trazer ela de volta.

Mas um milagre aconteceu.

- Mira-nee... -Elfman se escondeu nos braços grossos.

- Mi... -Lisanna nem conseguiu terminar. Se apoiando em Natsu.

- Crianças -o mestre vacilou, mas se colocou de pé firmemente em cima da bancada- Tudo pode ser superado, lembrem disso. 

Minhas lágrimas caíram mais.

Nesse segundo uma voz apareceu atrás de todos nós.

- O que vocês estão todos chorando?

Congelei ao escutar essa voz. Arregalei meus olhos ao me virar roboticamente. E bem atrás de mim, estava ela.

Uma albina de cabelos compridos, apoiada em Laxus Dreyar. Ambos banhados pela luz do sol, como dois sobreviventes de uma batalha difícil, cheios de faixas em seus corpos.

Minha respiração estagnou, sem poder acreditar nessa visão.

Meu corpo todo tremeu. Então a mulher sorriu gentilmente.

- Lucy -ela me chamou.

Eu dei um passo para frente, mas tropecei. 

- Opa -Laxus se curvou, pegando meu braço- Cuidado irmãzinha. Seria ruim se você se machucar.

- Mira...? -sussurrei, olhando para a pessoa na minha frente, como se fosse uma miragem- C... Como...

- Eu estou de volta -ela abriu os braços com um sorriso triunfante- Acharam mesmo que eu perderia?

As lágrimas caíram sem parar e a abracei.

- Mira... Mira... Eu realmente sinto muito...!

- Pelo o que você sente muito? -ela riu, alisando minhas costas.

Abri a minha boca, mas engasguei.

Aquela visão assustadora de Mira se tornando um demônio sanguinário. Como ela foi a escolhida e gritou de dor, enquanto eu sobrevivi com apenas alguns arranhões.

Apertei mais o abraço.

- Mira... 

- Sim, Lucy? -ela calmamente me consolou, pacientemente.

- Obrigada... Obrigada por voltar.

- Lucy, a culpa nunca foi sua.

Sua risada alegre me fez chorar mais violentamente.

- Irmãzinha. Você é muito sentimental -Laxus sorriu ao meu lado. Me importunando.

Mesmo assim, não me importei. Jorrei todos os sentimentos sufocados, finalmente me libertando completamente. E todo esse tempo Mira me consolou.

Assim como a alma bonita dela, a sua gentileza foi o que cavou o meu coração com tanto pesar.

Por muito tempo me agarrei a ela, chorando e engasgando.

Então uma hora acabou. Fiquei cansada e engoli o resto das minhas lágrimas.

- Agora você está bem? -a mão dela acariciou a minha cabeça.

Eu assenti com a cabeça, sentindo meus olhos inchados. Dei um passo para trás. Olhei para aquelas duas pessoas lado a lado, radiantes embaixo do sol cegador.

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