Tern

400 36 11
                                    


Rogue POV

Os raios de sol estavam me incomodando um pouco. Por isso abri os olhos meio atordoado e pisquei duas vezes antes de conseguir focar a visão em alguma coisa.

O primeiro que vi foi Frosch, dormindo profundamente ao meu lado, parecia exausto, foi quando me lembrei. Aonde está Lucy?

Me sentando abruptamente, não reconheci o lugar, não reconheci aquele ambiente de um quarto de solteiro que parecia pertencer à um chalé de madeira, confortável por sinal.

- Lucy? -chamei veemente. Frosch acabou por acordar por eu ter feito barulho.

O pequeno exceed bocejou, então ergueu os olhos para mim, ficou em choque e vi as lágrimas grossas brotarem de seus olhos expressivos.

- ROGUE!! -exclamou ele claramente feliz, e saltando pra cima de mim abrindo um berreiro.

O gato verde nunca foi tão forte ou pesado como esta vez. Talvez eu esteja debilitado demais pra sequer aguentá-lo. Murmurei de dor que foram facilmente abafadas pelo choro do exceed.

- C... Calma Frosch –falei baixinho, fechando os olhos para ignorar as minhas costas latejantes.

- ROGUEEEEEEE! F... FRO... FRO ACHOU QUE ROGUE IA MORRER!! FRO... FRO FICOU COM MUITO MEDO!

Suspirei com um sorriso e alisei a cabeça arredondada dele.

- Mas estou vivo, certo? Não vou deixar você sozinho Frosch. Vai dizer que não confiou em mim? -provoquei. Ele silenciou por uns instantes, enrugando minha camisa com suas patas.

- Fro confia no Rogue. -murmurou teimosamente sem mostrar o rosto. Mas eu sabia que sua expressão deveria ser incrivelmente adorável, com as sobrancelhas tricotadas.

Lancei um sorriso singelo e percebi como eu estava enfaixado e tinham me vestido com uma camisa branca por cima... Branca... Com certeza é branca...

Por um segundo senti meu gosto por roupas pretas seriamente ferido...

Nesse momento, a porta se abriu e antes de eu erguer os olhos, escutei um gritinho de uma voz que conheço muito bem.

- Rogue! -Lucy correu para a beira da minha cama com um sorriso nos lábios. Ela segurava uma bacia rasa de água com dois panos límpidos- V... Você finalmente acordou! -lágrimas brotaram dos olhos dela.

- Bom, eu acho que sim. -respondi retribuindo o sorriso.

- Você devia ter dito que estava sentindo dores! -ela ralhou. Nervosa e numa tentativa falha de parecer zangada. Mas estava feliz demais para esconder o sorriso- Como se sente?

- Eu... -pensei por alguns segundos- Queria uma camisa preta -suspirei decepcionado.

A maga celestial me encarou por alguns segundos sem acreditar no que falei e caiu na gargalhada. A risada dela era bonita, me acalmava.

- Sabia que você não iria gostar de camisas brancas, mas pacientes não usam camisas pretas, Rogue. E pense nisso como uma punição -piscou o olho.

- Lucy -murmurei percebendo uma coisa- Aonde estamos? A quanto tempo estamos aqui?

Ela apertou os dedos e forçou um sorriso.

- Estamos na vila de Tern, por temos você num estado crítico, nos permitiram entrar. Você dormiu por três dias.

Fiquei surpreso. Não é à toa que Frosch parecia tão desesperado, embora agora já estivesse mais calmo e estava sentado em meu colo brincando com as minhas mãos. Fiquei preocupado ao encarar os olhos achocolatados de Lucy. Ela está me escondendo algo. Franzi as sobrancelhas e ela percebeu isso. Meio aflita, abriu um sorriso maior e balançou as mãos.

CaminhantesOnde histórias criam vida. Descubra agora