Lucy POV
Vaguei pela escuridão por um tempo. Um estranho caminho apareceu depois que pulei no buraco negro que Zeref me apresentou.
Não fazendo nem frio, nem calor. Existindo apenas o vazio. Por um segundo estremeci, pela estrada que não tinha nem fim e nem começo, ficando assustada cada vez mais.
Fechei o punho.
Olhei para a minha frente, não há lados, céu ou terra. Continuando a andar.
Não senti cansaço ou sono. Dando a sensação de apenas existência. Sem estar vivendo. Uma experiência que ao longo do tempo que fiquei vagueando, comecei a pensar.
É assim que se sente quando você não está ligado à vida?
Um mundo sem nada, sem objetivos, sem desejos.
Um lugar que há apenas eu.
Perdido em uma escuridão sem sentido.
Tão deprimente, a ponto de começar a esmagar todas as determinações. Um vazio que nada parecia ser importante, matando o valor das coisas que tanto priorizamos na nossa vida.
Seja amor, ódio. Seja família, amigos ou o inimigo. Aqui não existe essas coisas. Por um momento minha mente ficou em branco, me fazendo esquecer das coisas.
Fechei meus olhos.
Uma mana cálida circulou no meu coração.
Me lembrando que não estou sozinha.
Quando as minhas coisas importantes estavam querendo se esgueirar entre meus dedos como areia fina, um calor agarrou o meu coração. O único sentimento que continuou comigo, persistindo, me importunando. Comecei a ter uma ilusão que um homem de olhos vermelhos segurava minha mão, assim como sua mana segurava meu coração.
- Você consegue, Lucy -era uma voz grave e baixa, bonita e masculina. Eu sei, você não está aqui de verdade. Mas isso não me impediu de sorrir.
Nesse lugar sem nada. Ainda há algo me protegendo e embalando a minha vontade, me lembrando gentilmente o que é ter emoções. E isso é...
Toquei com a ponta dos dedos na minha pele acima do coração.
Continuei a seguir em frente.
Os passos que começaram com dez, se tornaram cem. O que começou com um metro, se tornou um quilômetro. Aos poucos, perdi a conta. Andando por muito, muito tempo.
Mas a pergunta é: Aqui existe o tempo?
Não soube responder.
Mas se for por ele.
Por ele que me pediu para reencontrá-lo.
Eu andarei mais mil passos, se mil não são suficientes, andarei dez mil passos. Porque uma maga celestial, cumpre as suas promessas.
Porque eu simplesmente quero fazer isso.
Então, um som começou a aparecer. Um choro baixo e cheio de lamentos. Eu que fui atraída, me senti familiar com essa voz. Quando mais alto se tornou, mais o meu coração tremeu, inundado por uma grande tristeza.
Uma pessoa surgiu no meio da escuridão. Enrolada em uma bola, sentada ao chão. Uma mulher de calças longas e blusa de mangas compridas.
Parei na sua frente, enquanto ela continuou a chorar. Olhei para baixo e me agaixei, tentei ficar na altura de seus olhos. A ela que é adulta e chora como uma criança.
- O que houve com você? -perguntei gentilmente.
Os olhos achocolatados dela se ergueram. Coberto por uma máscara prateada, escondendo apenas a parte superior do rosto, criando uma linha separatória entre a carne e o metal na altura do nariz. Um evidente cansaço pintou seu semblante que nem mesmo a máscara poderia esconder. Ela riu amarga e balançou a cabeça. Seu cabelo loiro foi cortado tão curto, que parecia um menino. Mas o corpo com curvas não mentia o seu gênero.
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Caminhantes
FanfictionLucy dá um sorriso, segura o choro. Quem aparece para que ela possa amar? Ok gente, fic RoLu, não se enganem '-' Se tiver nomes errados, finjam que estão certos, ok? Tipo, troquei Heartfilia por Heartphilia (gosto mais assim) ou Mirajane por M...