Finja que é assim

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Rogue POV

Se passaram três dias e as bandagens foram retiradas, sobrando leves cicatrizes. E até me acostumei a ter um outro nome.

- Natsu -sua voz cheia de reprovação me fez encolher os ombros.

A olhei cautelosamente...

A colher estendida na frente dos meus lábios. No segundo que ergui a mão para pegá-la, a loira me encarou mais furiosa.

- Eu posso comer sozinho, Lucy -suspirei.

- Não e não! Por culpa de quem você está aqui!? -suas sobrancelhas tremeram indignadas- Vou assumir a responsabilidade.

- Eu já disse que não foi culpa sua -meu interior ficou mais angustiado.

- Por que você é tão teimoso!?

Comprimi meus lábios.

- ... Sinto muito.

A sopa com um cheiro meio neutro e o sabor igualmente sosso abre zero de apetite.

Queria falar isso, mas só deixaria Lucy mais irritada.

- Abra a boca -ela ordenou.

Deixei o queixo cair e a colher entrou na minha boca.

Como eu disse. A comida do hospital é tão sem graça que prefiro comer só quando estiver morrendo de fome. Não dizem que quando as coisas ficam mais deliciosas de estômago vazio?

Passei a língua no líquido, nem mesmo havia sal nisso. É água com maisena que estão me dando?

Franzi as sobrancelhas.

- Vamos, mais uma colher! -ela me ofereceu um pouco mais de sopa.

Deveria ser considerado um sonho ter a pessoa de quem gosta cuidar de você. Mas....

- Natsu?

- Coff -engasguei. Virei meu rosto para o lado oposto- Coff coff...

- Natsu! -surpresa, se levantou e me deu tapinhas gentis nas minhas costas.

Meus olhos lacrimejaram levemente e pelo canto me deparei com seu rosto preocupado. Me senti mais angustiado.

A pessoa que ela está preocupada sou eu? Claro que não é.

Ergui a mão para impedi-la.

- Estou bem.

- Ei, estou entrando -uma voz feminina tocou a porta.

Levy McGarden trouxe uma cadeira de rodas. Ela encarou a maga celestial por alguns segundos e depois para mim, então sorriu.

- Estão prontos para voltar? Finalmente estão de alta!

A voz alegre dela tem um tom desanimado. Mas a loira não percebeu.

- Obrigada Levy-chan! -ela riu, correndo para trazer a cadeira de rodas.

Agora, eu não sei quem foi que teve a ilusão que sou um inválido? Estou um pouco machucado, mas não paraplégico.

- Venha, eu vou te ajudar -os olhos achocolatados ergueu as mãos gentilmente para me apoiar.

Dobrei minha coluna para sair da cama. E tudo pinicou, descobri que meu corpo entrou em greve!

- Ack -reprimi o gemido.

- Natsu, você está bem? -sua voz urgente me fez engolir mais profundo.

Ok, isso doeu. Torci meu rosto e respirei fundo.

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