capítulo 8

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— Sua?

A terra pareceu tremer entre eles, enquanto Raschid inclinava a cabeça com um reconhecimento sardônico.

— Em meu país, srta. Gordon, uma mulher não aparece sem vestes diante de olhos masculinos, mas eu já lhe disse isso antes. Essa piscina e esse pátio fazem parte de meus aposentos, mas tenho certeza de que você já sabe disso.

Do que, afinal de contas, ele a estava acusando agora?

Apesar das maneiras suaves de Raschid, Felicia tinha a nítida impressão de que ele estava abafando uma raiva poderosa e, no entanto, não podia entender a razão daquilo.

— Sinto muito por ter invadido sua área particular — desculpou-se Felicia com firmeza, mas ele afastou as palavras, a boca trêmula de desprezo.

— Ora, vamos, você pode fazer melhor que isso. Parece que lhe devo desculpas pela outra noite e, oportunista que é, tenho certeza de que você tinha consciência de que eu viria atrás de você para consertar as coisas. Que lugar melhor do que aqui, onde não podemos ser perturbados, onde a provocação de seu corpo seminu pode tentar meus instintos a substituírem meu juízo? Sou um homem como qualquer outro, srta. Gordon, e, como eles, não sou imune ao charme que você demonstra tão provocadoramente nesse micromaiô.

A voz dele ganhou um tom metálico enquanto seu olhar a fulminava, mas não causou efeito na garota, cheia de uma crescente indignação e desejando apenas Se libertar de sua voz suave e de sua insinuação odiosa. Felicia esqueceu de Faisal, da carta e do motivo por que supunha que Raschid estava atrás dela, perguntando:

— Está sugerindo que vim até aqui intencionalmente para provocá-lo? — A incredulidade deixou sua voz normalmente suave mais aguda, mas Raschid parecia não perceber as bochechas vermelhas e os olhos cintilantes dela. A boca dele se curvou cinicamente.

— Você está sugerindo que não? — Ele abanou a cabeça. — Não há necessidade de fingimento entre nós, srta. Gordon. — Raschid baixou a cabeça de repente, apanhando parte do cabelo dela com a mão e o enrolando, aprisionando-a.

Quando Felicia se debateu, o aperto dele ganhou maior intensidade, inexorável, puxando-a para ele até que não houvesse nenhuma outra barreira entre os dois além do maio, e nem mesmo isso no ponto onde o decote se abria sedutoramente para revelar o vão entre os seios.

O abafado protesto dela se perdeu. Felicia podia sentir o calor subir da pele de Raschid. Arqueou o corpo para se afastar dele, mas a força de Raschid era maior e os músculos cansados dela foram forçados a conceder a vitória e permitir que a puxassem contra a rígida largura dos seus. Músculo por músculo, ele era mais forte, o corpo dela perdendo a luta para rejeitar a punitiva familiaridade dele. A camisa de Raschid estava aberta, lhe permitindo mantê-la cativa contra sua pele dourada. Os sentidos de Felicia estavam embaralhados com as emoções que ela lutava para controlar.

Seria inútil protestar, afirmando jamais ter estado tão próxima de um homem antes e que a intimidade que Raschid forçava com a arrogância do corpo era uma violação de sua inocência, porque ela sabia que ele não agia com a razão.

Quando as mãos dele desceram as alças do maio de sobre os ombros dela, Felicia gritou um protesto, vermelha de vergonha. Ele deu um passo atrás para olhar o corpo desprotegido. As mãos dela subiram instintivamente para proteger os seios, mas Raschid a pegou pelos pulsos e olhou para ela até que a pele de Felicia estava queimando de raiva e humilhação.

— Tem certo charme, más não é necessário — falou ele com voz arrastada, divertindo-se muito. — Faisal talvez tenha sido enganado pela sua falsa modéstia, mas está perdendo seu tempo comigo, srta. Gordon.

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