Capítulo 16

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Alice.

         Deuses, eu havia dormido feito uma pedra. Uma coisa que deixava o Olimpo em vantagem eram essas camas extremamentes grande e macias, poderia hibernar nela. Como de costume havia acordado cedo, já tinha algumas roupas aqui, Afrodite sempre fazia questão de deixar meu closet bem cheio.

—Vem cá, eu tenho que me imaginar no inferno para ir ver Hades?– pergunto aprecendo na mesa do café.

—Lá as coisas funcionam diferentes Alice– Atena segura em minhas mãos, depositando algumas dracmas nela– vá para o letreiro de Hollywood, achará à entrada.

—Obrigada– sorrio para ela, fazendo como o instruido.

      Assim faço, procuro a entrada que ela havia dito, mas apenas encontrei uma pedra escrita "entrada para o submundo".

—Entrada para o submundo? Fica  tão óbvio assim para qualquer um entrar?– pergunto, vendo a pedra se mexer, me dando a vista de um túnel, dou de ombros adentrando o local.

          Tudo parecia um verdadeiro breu, a cor branca da fumaça era a única coisa que conseguia ver.

—Oquê faz aqui? Você não está morta– escuto uma voz, forço um pouco meus olhos, conseguindo ver um homem saindo de toda aquela fumaça, ele estava remando uma... canoa?.

—Sou Alice, vim ver Hades– digo para ele.

—E oquê quer com o senhor do submundo? Rainha Perséfone está em casa, não gostará de ver uma amante por aqui.

—Que nojo!– exclamo com uma careta– Hades é meu irmão, só quero fazer uma visita!– ele me encara duvidoso.

—Por sua conta em risco– ele diz, sorrio– mas nada é gratuito– bufo.

—Aqui– estendo as dracmas para ele, entendendo o porquê de Atenas ter me dado as mesmas.

—Suba– aponta para a canoa– não deixe as almas te puxarem para o rio, não vai comseguir sair– arregalo meus olhos, Hades não me deixaria morrer, não é?.

       Ok, esse lugar era horrível. Gritos de dor e agonia eram escutado por qualquer lugar que ele passasse. Mais a frente eu consegui ver um enorme castelo, aquilo com toda certeza era de Hades.

—Só posso vir até aqui– ele para a canoa na entrada.

—Obrigada– murmuro contragosto.

        Apenas de chegar perto das enormes portas elas se abrem, ele já sabia que eu estava aqui?. Dou um passo a frente e assim que entro escuto as portas se baterem atrás de mim, fazendo com que eu pule em um susto.

—Hades?– chamo começando à andar, deuses, como ele vivia nesse lugar?.

        Iria continuar andando, porém para bruscamente quando um enorme cachorro pula em minha frente, seguro minha vontade de gritar assim que vejo aquele ser enorme de três cabeças rosnando para mim.

—Ok, tudo bem, você é um bom cachorro não é?– pergunto engolindo em seco.

—Quem é você?– uma mulher pergunta saindo de trás dele.

      Ela possuía longos cabelos negros, uma pele pálida e os olhos verdes. Mas toda essa beleza se ocultava para mim da maneira que ela me encarava, parecendo que dependendo da resposta que eu desse há ela, eu não sairia inteira daqui.

—É... Alice– respondo com um sorriso sem graça– eu vim porquê...

—Ó, então você é a Alice?– pergunta relaxando sua feição, dando um sorriso amigável para mim– é um prazer finalmente te conhecer, sou Perséfone– ela me abraça, me deixando realmente surpresa.

—É um prazer também– digo confusa, mas sorrio– eu queria ver Hades,  ele pode ficar chateado por eu ir ver meus outros irmãos e ele não– me separo, ela sorri para mim, como se não fosse uma coisa muito normal se importarem com ele.

—Sei que tem boas intenções, mas seu irmão não está em um bom dia hoje, talvez devesse voltar outra hora.

—Não tem problemas, já disse que sou a luz da vida sem graça dos meus irmãos?– brinco, ela solta uma risada, mas ainda me encara com receio.

—Cérbero, leve ela– diz por fim– tome cuidado, nem eu gosto de ficar muito perto quando ele está irritado.

—Obrigada– sorrio para ela.

      O enorme cachorro me encara, diminuindo de tamanho e latindo para mim, saindo andando em seguida. Franzo o cenho, por que eu ainda me surpreendo?. Com alguns minutos de caminhada ele finalmente para em frente à uma porta, latindo novamente.

—Obrigada garoto– me arrisco em fazer um carinho nele, que lambe minha mão– da próxima eu trago algo para recompensa-lo– ele late novamente, me levanto e coloco a mão na maçaneta da porta, ele faz sons de choro– é tão ruim assim?– pergunto, ele apenas deita no chão, escondendo as três cabeças.

      Respiro fundo, ignorando completamente todos os pensamentos negativos e abrindo a porta, entrando no local. Tudo, assim como o resto do castelo, era coberto de mármore preto, com um enorme trono no centro da sala e muitos ossos espalhados pela sala.

—Quem ousa entrar em minha sala sem ser convocado!?– ele fala irritado, ainda sem erguer o olhar de alguns papéis.

—Quer que eu volte e bata na porta?– pergunto confusa, fazendo ele finalmente erguer o olhar, vejo sua feição se suavizar um pouco.

—Oquê faz aqui Alice?– pergunta mais calmo, sorrio.

—Eu fui ver nossos irmãos no Olímpo e achei que ficaria chateado se não viesse ter ver também– digo me aproximando– e como uma ótima irmã, eu vim tomar café da manhã com você!.

—Veio até aqui para tomar café da manhã?– pergunta arqueando uma sobrancelha.

—Com você– completo animada.

—Você é impossível Alice– ele diz por fim, soltando um mínimo sorriso e se levantando, saindo da sala.

—Vem cá, você falou sério quando disse que me daria um cachorro?– pergunto caminhando ao seu lado.

—Você quer um cachorro?– pergunta, assinto animada.

—Vou resolver isso– completa abrindo a porta de outro salão, me dando a visão de Perséfone sentada sozinha em uma enorme mesa.

—Eu disse que sou a alegria deles– me gabo em tom brincalhão com ela, que sorri animada.

—Venham, sentem-se e tomem café.

       Eu devia completar aqui que eu adoro a comida daqui, sério, quem cozinhava para eles? Tanto aqui quanto no Olímpo as comidas tinham um gosto único, não me encomodaria de ocupar meu tempo comendo.

—Você acha que eu vou me sair bem? Eu tenho uma missão!– exclamo para ele, que me encara de maneira séria– não é nada perigoso, mas eu fico nervosa.

—Vai se sair bem– completa–qualquer coisa chame um de nós.

—Puf, ainda bem, Zeus e Poseidon queriam me proibir de ir, até parece– empino o nariz, escutando a risada de Perséfone.

—Você iria de qualquer jeito, melhor sabermos onde está – sorrio.

—Talvez, ele disse que iria ficar furioso se eu levasse um cachorro para lá, então eu vou levar, só não hoje se não eu saio para a missão e ele mata o pobre bixinho enquanto estiver longe.

—Ele faz tudo que você quer, não sei porquê se preocupa– revira os olhos.

—Eu fico animada, nunca fui tão mimada por tantas pessoas, minha tia trabalhava e só conseguia me dar atenção na parte da noite e finais de semana,  ela não é minha familia de sangue, mas eu a amo, mas vocês são minha familia de sangue, é diferente! Deu para entender?– encaro eles, que soltam risadas.

—Deu Alice, deu para entender– responde para mim, com um pequeno sorriso.

—Bem, foi muito bom ficar um pouco com você, mas eu preciso voltar–me levanto– até mais– dou um rápido beijo em sua bochecha, como fiz na de Perséfone também.

Alice- Uma Nova Deusa no OlímpoOnde histórias criam vida. Descubra agora