O Destino dos Deuses

Ragnarok

Os deuses estremeceram ao ouvir o som do chifre de Mímir. Era o momento de despertar e se preparar para a guerra. Loki estava por vir e os mortos-vivos de Hel logo encheriam o campo de batalha.

A terra dos mortais já estava destruída com gelo, fogo e terremotos. A vida fora varrida e o caos reinava. A Era dos homens estava no fim e o Ragnarok começava bem ali, no campo de Vigrid. 

Os deuses menores foram à frente brandindo suas armas reluzentes contra os gigantes de gelo. Impiedosos e cheios de caos em seus olhos, os gigantes sacudiam seus bastões feitos do mais puro gelo.

Logo, Odin tomou seu lugar de batalha, esbravejando contra Fenrir, o grande Lobo. Thor se ocupou com a serpente de Midgard, Jörmungund. Tyr enfrentou o cão infernal, Garm. E Frey foi de encontro com Surt, o gigante do fogo encarregado de incendiar Yggdrasil e acabar com a esperança.

Os guerreiros nobres, que repousavam em Valhalla, foram convocados pelas Valquírias. Chegaram no campo de batalha com gritos de guerra e bateram de frente com os mortos vivos de Hel, filha de Loki. 

Durante um tempo que parecia infinito, a guerra continuava, sangrenta e impiedosa, com corpos e mais corpos caindo e se levantando. O caos estava instalado, mas ninguém poderia cogitar desistir. Os tempos eram sombrios, e se as sombras do medo vencessem... então tudo estaria perdido; nada poderia renascer.

Os guerreiros viram quando Thor, quase irreconhecível não fosse por seu martelo Mjölnir, esmagou a cabeça da serpente. Mas também viram o vapor venenoso que fez Thor sufocar, sua pele derreter e seus ossos aparecerem. Ele já não poderia ser salvo, seus joelhos bateram no chão, trovões ressoavam poderosos, e, finalmente, o silencio dos céus enquanto caia sem alma em uma poça de seus próprios restos.

Também viram Odin, o Poderoso Pai de todos, dar um golpe impiedoso na lateral de Fenrir, abrindo uma grande ferida que poderia tê-lo matado. Porém, Fenrir não se sentiu nem um pouco abalado, soltou um rugido feroz que estremeceu a terra, e cravou seus dentes gigantes na cabeça do grande deus. Antes que qualquer um pudesse reagir, o lobo fechou sua mandíbula e tornou o crânio de Odin apenas fragmentos de ossos ensanguentados. Fenrir sacudiu o corpo sem vida, mostrando sua vitória.

Desolado pela visão de Odin sendo morto, Frey baixou a guarda, e o bastão flamejante do gigante desceu cortando o ar e queimando metade de seu corpo. Agonizando de dor, viu uma das monstruosidades de Loki se aproximar e gravar-lhe uma adaga escura, embebida com veneno, em seu coração.

Talvez Tyr fosse o que mais estava com sorte. Ele conseguiu derrotar o cão do inferno, cravando uma espada em sua cabeça e prendendo-a ao chão. Levou à morte muitas fileiras de monstros do Caos, mas eles continuavam aparecendo, amontoando-se ao seu redor, deixando-o com cada vez menos espaço. Por fim, a legião de monstros se dispersou, deixando um corpo retorcido para trás.

Os nobres einherjar continuavam lutando, usando cada gota de força para derrubar os mortos vivos. O campo de Vigrid estava negro, fervilhando de criaturas grotescas.

Heimdall, que até o momento apenas observava enquanto guardava os portões de Asgard, desceu para o campo de guerra, parando ao lado de um grupo de guerreiros de Valhalla. "Eu vejo tudo. Sua missão não é aqui. Voltem e desfaçam o Caos, filhos de Odin". Cravou sua espada no chão e uma luz cálida envolveu o grupo e eles se viram em um arco-íris.