- Acho que devemos ir assim que o sol nascer, levando os libertos que estão em melhor condição - Krystine fala para seus companheiros e aprecia um longo gole de sua cerveja.
- Realmente... - Megumi fica pensativo - não é bom levar gente despreparada adiante, seria melhor olhar quem está em boas condições.
Os outros concordam, e Misneach se abstêm da discussão, sabendo que não era seu momento de fala. Assim que terminaram suas bebidas, saíram da taberna e foram para o centro, onde os libertos estariam reunidos.
Payoram olha para a multidão, e uma grande tristeza lhe toma, fazendo-o abaixar a cabeça e rezar baixinho. Um velho Orc de cabelos grisalhos o observa. Quando seus olhos se cruzam, o velho acena, reconhecendo o que o anão acabara de entender. A passos lentos ele se aproxima.
- Sei bem a conta que acabara de fazer. Não há tempo, não é, meu jovem?! – ele fala com a voz rouca e sorri sem humor – Talvez exista uma solução. Mas acho que não gostará muito dela.
Ele senta-se em um tronco caído no chão e convida o jovem Payoram para sentar ao lado.
- Há muitos anos combatemos esses romanos miseráveis. E talvez o mais incrível não seja seu poderio militar, por mais formidável que seja, mas sim sua capacidade de obter informações e se adaptar a elas. Depois de grandes perdas, descobrimos o segredo. Os seus batedores carregam consigo uma erva que cresce somente nas terras de Georginia, ao sul. Não sabemos ao certo o que ela é, mas tem um grande poder de recuperação. Como são ervas que só crescem daquele lado, não temos acesso. Portanto, sua única opção para curar seu povo a tempo, é obter a erva dos próprios romanos, aproveitando os primeiros batedores.
O velho olhou para o céu e suspirou com ar cansado
- Nós te demos abrigo, mas não sabemos o quão bem poderemos segurar as tropas romanas. Seria bom para vocês e para nós, se vocês lidassem com esses batedores. Vocês conseguiriam as ervas, e as tropas romanos chegariam aqui sem informações prévias. O que pode nos dar uma certa vantagem - ele o encara com os olhos cansados. - Caso queira fazer isso, melhor serem rápidos. Talvez possa falar com minha neta, Misneach, ela faz parte do grupo de defesa, é uma das melhores para ajudar vocês.
Payoram agradeceu a ajuda, nunca esqueceria daquele velho Orc amigo, por mais que não chegara a perguntar seu nome.
- Provavelmente o exército mandará batedores antes de vir - Misne comenta com grupo assim que Payoram se aproxima.
- Será que lutamos contra eles? – Payoram cogita a possibilidade, lembrando-se do que o anciã dissera.
- Não vejo muito o porquê – Malina revira os olhos – Nós podemos simplesmente ir embora enquanto eles ainda não estão por aqui.
- Não podemos abandoná-los assim – Payoram olha feio para ela, o que não surte muito efeito, já que ela não pode ver suas expressões pelo capacete.
- Você tem algum plano? – Misneach encara o anão com seriedade. - Não vou arriscar a vida de meus amigos para uma missão que nem mesmo conheço.
- Bom... – ele começa a levantar os dedos da mão enquanto vai traçando o plano. – Primeiro, vamos encontrar os batedores. Segundo, distraímos eles com uma isca. Depois, atacamos eles de surpresa. Quarto, interrogamos qualquer sobrevivente. E por último, pegamos os pertences deles e voltamos para cá.
- Eu posso ser a isca! – Megumi levanta a mão, com uma animação exagerada, e logo depois torce o nariz em direção ao amigo anão – Nossa, sua roupa está fedendo, você esqueceu de lavar? Está incomodando meu nariz sensível!
- Sim, desculpe-me... – dando uma risadinha sem graça, lembrando-se que não toma banho a sete dias (por mais que estivessem fugindo há 3...)
- Bom, então eu vou procurar por uma outra passagem que não seja o penhasco! – Megumi se levanta e vai embora apressadamente.
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O Destino dos Deuses
FantasiQuando o caos se instala e a esperança vai embora, é o momento de se agarrar naqueles que importam. Quando nem mesmo os deuses são capazes de lutar, quem poderia? Os oprimidos se libertarão e uma longa jornada culminará no fim dos mundos. Ragnarok p...