Quando o caos se instala e a esperança vai embora, é o momento de se agarrar naqueles que importam.
Quando nem mesmo os deuses são capazes de lutar, quem poderia?
Os oprimidos se libertarão e uma longa jornada culminará no fim dos mundos.
Ragnarok p...
Eles viajaram por três longos dias. Paravam apenas uma vez por dia, durante algumas poucas horas para que pudessem descansar. Tinham medo de serem alcançados pelos soldados de Roma, mas não queriam perder mais pessoas para o cansaço e fome. Na primeira noite todos foram instruídos a não fazer fogueiras e muito barulho.
Um grupo se juntara para fazer a primeira vigia. Kiara começou a andar pela multidão junto com Jonny, um dos poucos curandeiros entre eles. Eles chegaram até duas crianças; elas estavam ensanguentadas e assustadas. A tiefling logo percebeu que o garoto era aquele que defendera os outros escravos dos guardas. Ele tinha em seus braços uma garota que tinha um corte fechado com toscos pontos doloridos, que atravessa as duas bochechas. O corte deixara um sulco profundo que eventualmente se tornaria uma cicatriz memorável. "Por favor, ajudem minha irmã", o garoto disse com a voz embargada. "Posso perguntar o que aconteceu?", Kiara dirigiu-se ao garoto tentando distraí-lo enquanto Jonny ministrava uma mistura de ervas na ferida profunda. "Ela não queria fazer as vontades do dominus. Ele... ele cortou assim pra que ela nunca se esquecesse de sorrir pra ele e fazer tudo que ele mandasse", o garoto tentava não chorar, "eu devia ter sido mais forte.". "Você os enfrentou enquanto não chegávamos lá. Provavelmente salvou todo mundo! E principalmente, você salvou sua irmã. Não se culpe pelos horrores de Roma, eles já estão pagando por isso", Kiara deu um meio sorriso, "logo chegaremos em um novo lugar que não tem escravos e vocês poderão ser o que quiserem".
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Logo após terminar de tratar das feridas das crianças, Kiara e Jonny foram para os próximos que precisavam, deixando os dois irmãos com a imagem de um lugar totalmente novo e desconhecido, longe de todos os horrores de seus antigos senhores.
Os ventos vindos do Norte eram congelantes, anunciando a chegada do inverno em poucos dias. Se eles não se apressassem o frio os matariam primeiro que os romanos.
