Capitulo 20

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- Oh Deus, me ajude. - Disse o jovem suplicante. A voz carregada de cansaço.

Fazia dias que vagava. Ele não sabia ao certo o que fazer. Tudo aconteceu muito rápido. Não estava preparado para aquilo. Afinal ninguém estava.

Há dias não comia bem. Não dormia bem. Mesmo quando encontrava um lugar para descansar, era atormentado por pensamentos. Ele tinha perdido tudo. Sua família, sua casa. Mas não o propósito.

Ele havia escolhido um caminho a seguir. E mesmo num mundo como aquele. Ele ainda acreditava que  tinha um propósito.

Logo após sua recém ordenação lhe havia sido comunicado que seria o mais novo vigário da paróquia de Nova Olinda. Mas não pode passar por tal experiência. No entanto era para lá que ele havia sido enviado e para lá ele iria.

Ele não tinha mais porque ficar em sua cidade. Não tinha mais ninguém que  pudesse ajudar.

- A água está acabando. - Falou para si mesmo. Olhando para a garrafa que tirou da mochila que levava nas costas.

Se já era difícil sobreviver sem comida, imagina sem água.

Era isso que o padre pensava. Precisava encontrar um jeito de chegar na cidade. Um carro com combustível seria a melhor opção. Ainda estava aprendendo a dirigir, mas acreditava que conseguiria, caso encontrasse o carro.

Caminhou pela estrada e analisou os carros que estavam naquela parte. Um deles lhe chamou atenção, por ser branco e na lataria haver uma mensagem escrita com algo vermelho que parecia ser sangue.

"Deixem a mamãe em paz", dizia.

O jovem padre entendeu o que aquilo queria dizer quando olhou dentro do veículo e viu uma daquelas criaturas. Uma mulher de cabelos pretos misturados com grisalhos está no carro. Os olhos  o observavam. As mãos roxas espalmadas no vidro como se pudessem atravessa-lo.

O jovem padre deu um pulo para traz com medo. Ele nunca tinha matado nenhum deles. Mas o carro de fato parecia intocado com sugeria a mensagem. Ele provavelmente tinha gasolina.

Poderia dirigi-lo e chegar ao seu destino. Se não fosse pela velha zumbi.

E agora? O que ele faria?

A mensagem dizia para deixar o ser que estava lá dentro em paz. E ele sabia que alguém que um dia amou aquela pessoa, deixou a mensagem porque realmente a amava e se importava.

Ele não se imaginava matando um daqueles, porque apesar de não se portarem como pessoas, ainda se pareciam com pessoas.

Foi então que ele notou que não precisava de um plano brilhante para sair daquela situação. Só precisava agir rápido.

Chegou perto da porta do carro e a abriu deixando-a totalmente escancarada. E se posicionou atrás da porta. A velha zumbi saiu de dentro do carro e o padre correu dando a volta no carro. Sua ideia era fazer a zumbi sair e persegui-lo, ele daria a volta no automóvel e entraria no mesmo fechando a porta. Ele só não contava que a velha zumbi faminta era tão rápida e ágil. Mas afinal, ele era um pedaço de carne apetitoso.

Ele correu tão depressa ao redor do carro entrou e puxou a porta com toda a força, a adrenalina por todo corpo. O coração acelerado e a testa soada. Parecia que tinha corrido uma maratona.

Ele inspirou puxando o ar e expirou. Uma, duas, três vezes, bem rápido, e ainda ofegante.

Sua mente acalmou e foi quando notou o quão fétido era o interior daquele carro. Mas era aquilo que ele tinha. Olhou em direção a porta e lá estava a zumbi, olhando fixamente para ele. Sua mão sangrenta sujando o vidro da janela do motorista.

O padre olhou assutado a parte de cima da porta, e viu os dedos decepados da zumbi. Foi por pouco. Quase ela o alcançava.

O jovem se balançou e afastou a ideia de ser devorado. Girou a chave que estava já na ignição e deu partida no carro que logo deu sinal de bom funcionamento e partiu se perguntando: o que encontraria quando chegasse em seu destino.

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⏰ Última atualização: Sep 17, 2021 ⏰

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