A noite está caindo
Assim termina o dia
A estrada está chamando agora
E eu devo partir
Sobre as montanhas e sob as árvores
Através das terras onde a luz nunca brilhou
Por riachos de prata que vão em direção ao marA essas memórias, eu me apegarei
E seguirei com sua benção
Para me dirigir, enfim, aos caminhos que levam pra casa
E embora para onde a estrada me levará
Eu não saiba dizer
Nós chegamos até aqui
Mas agora chegou o dia,
De dizer adeus.****
Ninguém estava estendendo nada.
Na verdade, tinham medo da resposta, caso perguntassem.- O que aconteceu lá? - Quis saber Cristiano. O quase cunhado de Ruth.
Nós tivemos um problema quando íamos voltar. Os zumbis cercaram nosso carro. E o Pedro chamou a atenção dos zumbis enquanto nós covardemente viemos embora. - Maria contou.
Val se recostou no carro e seus soluços eram audíveis. Lucio se aproximou da menina e a abraçou afagando seus cabelos. Ruth também se juntou a eles no abraço.
O abraço de Lucio era uma surpresa. Já que ele não é muito disso. Mas o de Ruth, esse sim era esperado. Ela sempre se compadecia das pessoas. E com sua amiga não seria diferente.
- Vai ficar tudo bem. - Disse Lucio.
- Ele fez isso principalmente por você. Por te amar. - Ruth disse.
- De fato, ele foi uma rapaz de muita coragem em fazer aquilo. - Disse Padre Romildo. - Não deixemos que seu sacrifício seja em vão. Ele salvou todos. Pois nos salvando, possibilitou que trouxessemos comida para os demais.
Pelo visto, as coisas iam demorar a voltarem ao normal. Essa é até uma frase estranha, pelo fato de que nada mais podia ser considerado normal. A questão era que, a morte de Pedro não seria superada tão facilmente por nenhum deles.
- Gente, me desculpem entrar nesse assunto, mas, como foi que aconteceu? - Mylla perguntou tentando não causar nenhuma dor ao relembrar tal acontecimento. Mas era impossível. Eles estavam todos sentados na sala semi iluminada por velas e comiam da comida que tinham ido pegar naquela manhã.
- Foi rápido demais. - Respondeu Maria.
- É, a gente chegou e paramos em frente a quitanda que ficava na beira da estrada, porém no acostamento do lado oposto. Não havia nada lá. Nenhum zumbi. - Ruth continuou.
- Eu não entendi de onde eles vieram. - Admitiu Padre Romildo. Seu olhar perdido brilhava com o desenho do fogo da vela que ele encarava. - Quando saímos o carro estava rodeado por aquelas coisas. E o menino teve a ideia de chamar a atenção dos zumbis enquanto fugiamos.
- Quando chegamos aqui encontramos vocês vindo correndo. Sendo invadidos. - Falou Val. A menina estava abatida. Seu rosto estava avermelhado de chorar.
- Muita coisa ruim em um dia só. Um minuto e tudo termina assim. - Disse Meyre com seu comum tom de indignação, perto de sua irmã.
- Ainda não acabou gente. Estamos aqui. - Disse Lucio. - Vamos lutar por nossas vidas.
- Será que ainda vale apena viver? - Letícia disse desanimada.
Tal pergunta não foi surpresa para os jovens. Todos eles se perguntavam a mesma coisa internamente, só não tinham coragem de expor. Mas, sempre tem alguém com coragem.
- Ei gente, estamos num apocalipse zumbi. Igual nos filmes que assistíamos e gostávamos. - Falou Gabriel, tentando mostrar algo bom naquilo tudo.
- Só que a realidade não é tão divertida. Esse é o tipo de coisa que devia ficar apenas na nossa imaginação. Nas fantasias mais insanas. Onde pessoas que amamos não morrem. - Disse Ruth.
A noite estava se arrastando.
Ninguém conseguia dormir por mais que tentassem. Principalmente Vall. A menina estava inconsolável. A pessoa que mais a trazia conforto em momentos ruins não estava ali, e pela pior razão.Mas, o que mais restava a não ser chorar por um bom tempo e depois aprender a conviver com a ausência?
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Zumbis em NOMA
TerrorUm apocalipse zumbi acometeu a pequena cidade de Nova Olinda do Maranhão. Como sobreviver? Quais perigos os cerca? Quantas vidas precisa-se perder? Os jovens irão descobrir, enquatro enfrentam essa terrível situação. #197 em zumbis no dia 16/09/19 ...