Capítulo 12

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Ter saído daquela sala, nos primeiros dias foi bom. Estar num ambiente novo, para início de conversa, foi desestresante. Mas, com o passar dos dias a casa paroquial se tornou um lugar mais que tedioso.

O confinamento deixava todos estressados. E a quem se poderia culpar? Não era algo que se pudesse controlar.

- Acho que temos que sair daqui. - Falou Lúcio.

- Mas porque? Estamos seguros aqui. - Disse Gaby.

- Na verdade não estamos. Essa casa fica em frente a uma Br. Se nós sobrevivemos significa que outras pessoas também sobreviveram. E nem todas essas pessoas são boas como nós. - O rapaz expôs seu pensamento.

- Bem, pensando por esse lado o Lucio tem razão. A casa paroquial chama atenção. Quem estiver passando por aqui vai achar que a casa guarda suprimentos. - Vall concordou.

- Realmente, somos alvos fáceis. - Disse Rodrigo.

- Então, vocês sugerem que a gente vá pra onde? - Quis saber Gabriel.

- Que tal a escola? - Sugeriu Mylla.

- Não, a escola é tão exposta quanto.

- E a delegacia? Lá não costuma ter ninguém preso. Significa que talvez não tenha zumbis. - Falou Rodrigo.

- Parece uma boa idéia. - Falou padre Romildo.

Apesar da afirmação do sacerdote, era possível notar, que ele não estava feliz com aquela idéia. Ele provavelmente não queria abandonar a casa paroquial. Mas era preciso.

- Mas, como vamos fazer pra irmos ate lá? Somos muitos. - Quis saber Gaby.

- A gente pode fazer que nem eu vi numa série uma vez. Mas vocês não vão gostar. - Meyre disse.

- Eu não acredito que você quer que a gente faça aquilo. - Val disse, fazendo um careta, parecendo já saber do que a irmã falava.

- E o que seria? - Quis saber Ruth.

- Eles basicamente se "disfarçaram" de zumbis para poderem andar no meio deles. - Meyre começou a explicar.

- Mas, os zumbis sentiriam nosso cheiro humano. - Falou Rodrigo.

- Aí é que ta. - Vall resmungou.

- É gente, aí que entra a parte ruim. Não era uma simples fantasia. Eles usaram o corpo podre de um zumbi, usaram seu sangue e demais restos mortais para passar em si mesmos e assim, também ficar com cheiro de zumbi. - A menina continuou sua explicação.

Todos que estavam alí, ficaram espantados. Não queriam fazer aquilo.

- Me poupem, eu sei que não é algo muito atrativo. Mas apesar de ser uma idéia maluca, faz muito sentido. Ou vão dizer que não faz? - Meyre disse desafiando os outros com o olhar. - Além do que, se queremos sobreviver, teremos que fazer coisas absurdas como essas.

- Acho que a gente pode fazer isso. É nogento, mas pode dar certo. - disse Lucio.

- Eu fui a primeira que se opôs. Mas, se quiserem, eu também irei. - Falou Vall.

Os outros começaram a se olhar e menear a cabeça afirmativamente.

- Então, arrumem suas coisas, e nossa comida. Sairemos à noite. - Lúcio deu a palavra final.

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