Capítulo 08

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- Eu também vou. - Falou Maria.

- Eu também. - Disse Ruth.

- Ok, quatro pessoas já é o suficiente. - interveio Lucio. - Pra não chamar muita atenção. - Ele se justificou.

E ficou combinado que naquela madrugada, os quatro iriam sair para buscar comida.

Eles haviam improvisado algumas armas. Como por exemplo, Pedro, que levava consigo uma estaca esculpida em forma de taco, cheia de pregos grandes e de pontas salientes. Era uma arma silenciosa.

Ruth pegou um facão que haviam achado na cozinha. Maria e Val pegaram facas.

Era hora de sair.
O sangue fervendo na veia. O coração acelerado de medo. Porém, era preciso. As meninas abraçaram a alguns, e disseram que tudo ia dar certo, enquanto Pedro se manteve apenas no 'até mais gente'.

Ele rezava interiormente pedindo que aquele fosse de fato um "até mais" e não um adeus.

Os jovens devidamente armados, se encaminharam para a saída.
Lá fora, perto da casa, estava tudo calmo. Não haviam zumbis. Eles desceram a rampa que levava até a casa onde estavam, e já podiam avistar os zumbis se arrastando na praça.

Ao chegar próximo à casa paroquial, ouviram alguém chamar.

- Ei, meninos. - A voz dizia em sussuros de tom grave. Parecia agoniada por uma resposta.

Eles se viraram encontrando um homem moreno e alto se esgueirando numa pequena abertura entre a porta e a parede.

- Padre?! - Ruth falou ao se aproximar numa mistura de animação e surpresa.

- Vamos, entrem logo. O que vocês estão fazendo aí fora? - Ele perguntou, com um pouco de chateação na voz.

- Nunca imaginamos que o senhor estaria vivo. - Falou Maria após entrar com os outros, e Pe. Romildo fechar a porta.

- Deus me livre virar um zumbi. - Ele respondeu brincalhão, como costumava fazer.

Seu rosto parecia cansado, a barba por fazer. Seu sorriso estava lá, mas não era como antes.

- Me digam, como sobreviveram, r o que estavam fazendo lá fora daquele jeito. - Romildo inquiriu preocupado. Nenhum deles nunca tinha visto aquele lado do padre. Nem aquela expressão de preocupação. Muito menos com eles.

- Bem, já faz algum tempo que estamos na sala do SAV. Tem também alguns da PJ. Não somos tão poucos. - Disse Pedro.

- Estávamos indo procurar comida. A nossa está acabando. - foi Val quem falou.

- Posso ajuda-los. A pé é mais complicado. O carro está na garagem. - O padre sugeriu.

- Seria uma boa. - Pedro concordou.

- Acho bom o senhor pegar algo para se defender. - Ruth aconselhou.

- O que? É para isso que estão levando essas coisas? - Ele perguntou surpreso apontado para ad facas que as meninas carregavam. - Não podemos matar aquelas pessoas. Nenhuma lei está acima da vida.

- Eles estão andando mas não estão vivos, não exatamente. - Disse Ruth.

- Isso porque você não sabe que a Val matou a irmã Délia. - Maria falou sem pensar. Mas um segundo depois pareceu se arrepender.

O Padre olhou para Val. A menina, ficou meio envergonhada por receber aquele olhar do padre. Um olhar de julgamento. Que nem sequer ele poderia dar.

- Mataram a irmã! Não podiam. - Ele disse, dessa vez muito zangado.

- Ela tentou morder a Mylla. Eu fiz porque foi preciso. - Val se defendeu. Aquela explicação era sufiente para ela. E quem não entendesse, ela tampouco se importaria.

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