Zumbis em NOMA

Capítulo 07

Só Deus sabia como andavam as coisas lá fora. A cada dia que passava se tornava mais difícil ficar naquela sala abafada e sem o mínimo de conforto para os que ali habitavam.

Os jovens sentiam falta de ar puro, de sol queimando a pele. E mais de que isso, sentiam falta de suas famílias.

Onde estariam? Como estariam?

Será, que estariam?

Essas eram perguntas que todos se faziam. Vez ou outra havia alguém chorando pelas mesmas razões.

As coisas mais simples faziam falta. Ninguém jamais poderia imaginar algo como aquilo.

E agora, a situação tendia piorar. Eles eram muitos, e a comida que apesar de ser farta, não duraria para sempre. Eles teriam que começar a sair para procurar comida. Isso seria perigoso demais. Não só pelos zumbis como também por pessoas oportunistas e desesperadas, que eram capazes de tudo.

- Pessoal? - Val falou baixo, chamando a atenção dos outros que estavam alí.

A turma que costumava ser agitada e barulhenta, teve que se reeducar.

- Nossa comida está acabando. E todos sabemos o que significa. Teremos que sair para procurar mais. - A jovem falou. Todos sabiam que isso iria acontecer cedo ou tarde, porém, a hora havia chegado e não deixou de haver certa comoção.

- Mas, como vamos escolher quem vai? - Quis saber Pablo.

- Acho que vai da consciência de cada um, indicar a si mesmo, e assumir o risco. - Opnou Pedro.

- Sim, até porque precisaremos fazer isso várias vezes. Dessa forma, todos terão que ir. - Falou Maria.

- Então. Eu pensei que poderíamos ir amanhã cedo. Quando ainda estiver escuro. Ficará mais fácil se esconder. - Val disse.

- Poderiamos? Amor, eu não quero que você vá. - Pedro se opôs.

- Eu preciso, sou coordenadora. Cabe a mim cuidar deles. - Val disse.

- Não existe mais SAV. Você não tem que se responsabilizar mais por nada. Tudo se acabou. - Disse o rapaz, já ficando zangado.

Val abaixou a cabeça e respirou fundo, tentando não se estressar. Ela sabia que aquilo era parte do cuidado excessivo que o namorado tinha por ela. E não o culparia. Afinal, ela também não queria ter que ficar sem ele, tão pouco em tempos como aqueles.

- Amor, é preciso. Ninguém vai poder ficar aqui o tempo todo. Todos vamos sair e fazer nossa parte. - Ela disse calmamente.

Pedro suspirou se dando por vencido.

- Já que é assim, eu também vou. - Ele disse.

- Certo! Pedro e eu. Quem mais?