II - A manifestação

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Os portadores que receberam os Servos partiram a toda pressa, pois, na busca da Luz, não se deve esperar.

Chegando ao local indicado pelos Servos, os portadores honrados confirmaram o que lhes havia sido anunciado. Aos dois portadores que amparavam a Luz, emitindo, eles mesmos, muito mais luz que qualquer outro portador que tivessem encontrado, apresentaram o que fora dito pelos Servos, causando admiração. Eram os guardiões da Luz.

À manifestação da Luz não podiam mirar diretamente. Mesmo que estivesse presente em um portador, era muito mais forte que qualquer outra, até mesmo que a luz do dia. Não haveria de ser um portador qualquer a guardá-La: fora enviado do Akro.

Nenhum dos luzeiros menores ligava o Akro ao Meso com tanta força. Era, verdadeiramente, uma nova aliança entre a Luz e os portadores.

Muitos e muitos séculos se passaram sem a presença da Luz, fazendo com que a maior parte dos portadores se esquecessem de suas luzes e as deixassem se apagar. Porém, a manifestação lembraria a todos suas origens no Akro e a possibilidade de se reacenderem as que se tivessem esvaído.

E, não apenas possibilitaria um novo início para os que se haviam esquecido, porém também alimentava as luzes dos portadores que acreditavam. Maior destaque se percebia naquela portadora que cuidava da Luz mais de perto. O testemunho dos portadores honrados avultou a intensidade da luz daquela guardiã, assim como o anúncio de um Servo havia feito anteriormente. A capacidade de tal portadora se diferenciava; parecia ter sido criada sem os limites dos seus pares.

Na distância, a união das luzes irradiava forte, talvez mais do que já se tivesse visto no Meso. Deveria ter atraído a todos os portadores, entretanto, havia muitos que não se importavam com a própria luz e, portanto, não teriam motivos para serem atraídos para o brilho intenso. Porém, os que se importavam verdadeiramente eram trazidos a toda pressa, pois não se deve buscar o que vem do Akro, principalmente a própria Luz, sem que se use de todas as forças.

Os portadores viajantes notaram que, mesmo a Luz sendo muito mais veemente que qualquer outra já vista, a luz que vinha dos dois guardiões que Dela cuidavam circundavam o Pequeno Portador como que guardando-o de certa forma. Como eram conhecedores do Fogo, sabiam como alimentar as próprias luminiscências e que, mesmo em uma vida de estudos, não chegariam a tal patamar. De qualquer forma, apoiavam-se na certeza de que o Instrumento, que revelara a descida da Luz, continuaria sendo alimento para suas luzes e, em seguida, para aqueles a quem transmitissem o que haviam aprendido. 

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